Christopher Nolan é um criador de obras cinematográficas que gosta de implementar o tempo de alguma forma nos seus filmes. Desta vez ele vai recuar o tempo no seu novo filme, este que é um dos mais aguardados deste ano.

Viagens no tempo com um sabor diferente

O enredo surge em volta do aparecimento de umas balas que misteriosamente estão revertidas no tempo e cabe ao nosso protagonista descobrir quem está por de trás e impedi-lo, o que acaba por o envolver numa missão que envolve o destino do mundo. Protagonizado pelo John David Washington e acompanhado do seu parceiro interpretado pelo Robert Pattinson, este promete ser o sucesso deste verão.

Pode parecer uma história bastante simples, mas esse é o objetivo do realizador, fazer uma homenagem aos filmes do famoso 007, pegando na fórmula base que a maioria usa, ou seja um herói que tem de impedir a destruição do mundo. Futuramente, o roteiro complica-se graças ao fator retroceder do tempo, onde não se trata das convencionais viagens no tempo como no famoso filme dos anos 80, Regresso ao futuro. O filme explica variadas vezes como as mesmas funcionam, são usadas variadas teorias da física para o filme ter credibilidade no fator tempo. Sendo do conhecimento de muitos, quando um filme envolve viagens no tempo envolverá sempre qualquer tipo paradoxo, o filme até chega a fazer uma piada sobre isso.

Momentos de cortar a respiração

Esquecendo as viagens no tempo, tenho que referir o que faz Tenet um dos filmes mais incríveis a passar nas salas de cinema, a sua cinematografia. Sendo ele um grande realizador, criou variadas sequências de ação de cortar a respiração, que têm poucos efeitos especiais, pois como disse Nolan: “Tenet tem menos efeitos especiais que um filme de comédia”. Durante todo o filme reparei num quão pouco foi usado CGI, uma vez que toda a sequência do avião a despenhar-se contra um edifício é inacreditável, tal como a cena de perseguição, acabando assim por salientar que todas as cenas em que algo ou alguém está revertido, são bem pensadas e planeadas. Contudo toda esta experiência cinematográfica fica mais extraordinária ao som da banda sonora bastante peculiar dirigida pelo compositor Ludwig Göransson, sendo que esta consegue trazer ao mundo de Tenet mistério e adrenalina quando suposto, mas o que seria deste espetáculo cinematográfico sem os nossos personagens e os seus intérpretes, que executam um excelente papel e onde a química entre os dois companheiros é bem conseguida. No que toca ao vilão, este por mais básico que seja, consegue causar um impacto quando entra em cena, tudo isto graças à atuação de Kenneth Branagh.

Peca em alguns aspetos

Ainda assim, o filme peca em alguns aspetos, mas não deixa de ser uma experiência incrível de se ver no grande ecrã. A maneira como funciona o tempo reverso é bastante confusa e talvez uma explicação através de exemplos, tais como esquemas, teria realizado um melhor trabalho em vez do esclarecimento por diálogos. Outro ponto a apontar é que infelizmente o filme tem um início bastante lento e leva algum tempo a encontrar o seu ritmo, mas quando o encontra, consegue mantê-lo até ao final do filme.

Regresso em grande

Uma nova produção do Christopher Nolan volta aos grandes ecrãs, com uma obra-prima cinematográfica que vai agradar a todos com as suas incríveis cenas de ação, mesmo envolvendo bastantes teorias da física quântica durante o filme para explicar certos acontecimentos. Com muita infelicidade minha, este filme não conseguiu ultrapassar um dos meus favoritos do realizador de seu nome Inception ou A Origem, mas não deixa de estar no meu top 5 de obras do Nolan.

8.0
Score

Pros

  • Uma nova visão sobre viagens no tempo
  • Uso mínimo de efeitos especiais
  • Banda Sonora
  • Excelente cinematografia
  • Sequências de cortar a respiração
  • Trabalho dos atores

Cons

  • Viagens no tempo enigmáticas
  • História demora a desenvolver-se

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