Ultimamente a Disney tem apostado em filmes de Live-Action. Esta estratégia criou uma grande divisão do público devido à elevada quantidade de lançamento dos mesmos em pouco tempo, e por grande parte serem praticamente uma cópia literal dos originais. Porém, a Mulan tenta escapar a esta última regra, e traz novos conteúdos para a tela, no entanto, foram retirados ingredientes fulcrais, que tornavam esta história tão louvável e única.
“Vamos ao que interessa”
De forma geral, esta longa-metragem mantém a premissa original, ou seja, é novamente a aventura de uma rapariga que se faz passar por homem, para substituir o pai quando este é chamado para “defender a China”. Contudo, foram eliminados elementos que os fãs tanto apreciavam, tais como, as personagens Mushu e Gri-li, e os momentos musicais (transformados em instrumentais). Todavia, também foram adicionados novos elementos, como por exemplo, mais personagens (uma fénix que vai a acompanhar a Mulan durante a sua jornada) e algumas figuras possuem maior desenvolvimento (comparativamente com o filme de 1998).
Saem uns e entram outros…
Provavelmente, o que tornou inicialmente apelativa esta longa-metragem, foi desta ter a premissa de ser muito distinta da original e de possuir cenários extremamente encantadores. Mas, infelizmente, estas alterações não foram suficientes para que esta versão supere a original, para além de poder ser considerada uma das adaptações menos conseguidas em comparação às anteriores e talvez a menos bem sucedida dos filmes clássicos da Disney. Isto porque, apesar de muito conteúdo novo, este apenas modificou cenas e detalhes não relevantes. Começando com a introdução da irmã da Mulan, que simplesmente teve o propósito de protagonizar uma situação que origina, a alteração de cena, em relação ao clássico da Disney. A heroína ser extremamente poderosa (devido a implementação do chi no filme, sendo ela a única que o utiliza), tendo apenas como ameaça a nova antagonista, o que arruína todo o sentimento de perigo, pois nem mesmo o principal vilão consegue “chegar aos calcanhares” desta.
Nesta versão, foi inserida a motivação do inimigo conquistar o palácio, este factor juntamente com a sua personalidade, tira todo mistério desta personagem, sendo que no filme original estes dois aspetos, fazem com que esta figura seja mais misteriosa, malévola, intimidante e memorável. Outra novidade desta versão, é a inclusão da fénix, que apenas tem o objetivo de existir e acompanhar a Mulan. Além do mais, a adição de um narrador para explicar o que está a ocorrer durante esta aventura, pode ser considerada desnecessária, pois os vários momentos do filme são muito claros. Por fim, o clímax desta nova história é pouco inspirador.
Uma das piores adaptações?
Lamentavelmente, a Disney não conseguiu adaptar com sucesso este filme, para mim tão querido e emocionante. Ressalvo que, para ser possível ver esta Live-Action, será necessário pagar 30 euros, além de ter o serviço do Disney Plus, que, na minha opinião, é um preço excessivo.
4.0 Score
Pros
- Diferencia-se do original
- Adicionamento de novos elementos
Cons
- ... porém não fazem nada de relevante
- Enorme foco na personagem principal
- ... que origina pouco desenvolvimento das personagens
- A Mulan é invencível
- Vilão principal fica aquém do esperado
- Climax no final do filme pouco inspirador
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