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Óscares 2023 – O que esperar desta 95ª Edição?

É já na madrugada de amanhã que se realiza a 95ª edição dos Óscares (por volta das 01:00 de dia 13 de março, que inicia a red carpet do evento). Após um ano como o anterior, onde o “espetáculo” começou mesmo antes do evento, com a retirada de 8 categorias da cerimónia principal (Melhor Edição, Caracterização, Direção Artística, Som, Banda Sonora, Curta, Curta de Animação e Curta de Documentário) algo que gerou muita polémica, pois parecia que existiam premiações de “primeira classe” e outras de “segunda classe” (algo que na verdade eu concordo, não faz qualquer sentido fazer-se esta distinção das categorias, pois todas elas merecem o seu destaque e têm o seu valor. Pois os grandes atores, realizadores, produtores e todos aqueles que estão envolvidos na criação de conteúdo dentro desta indústria começaram por algum lado, e não nasceram lendas. Então esta retirada de categorias da cerimónia principal é algo contraproducente).

Contudo, o “espetáculo” não se ficou por aqui, pois no decorrer da celebração, houve inúmeras “provocações” entre as apresentadoras e alguns atores, mas o culminar de tudo, foi no momento protagonizado por Will Smith e Chris Rock, que dificilmente iremos esquecer. Agora falta especular um pouco o que podemos esperar das premiações dos Óscares (AMPAS – Academy of Motion Picture Arts and Sciences) deste ano, o que será que vai haver de novo?

Cá em Portugal, já se especula que os Globos de Ouro da SIC, conseguem obter mais audiências que os próprios Óscares, mas será que estes espetáculos são assim muito diferentes? A verdade é que neste momento, e muito devido aos acontecimentos recentes, eles não estão longe um do outro. Mas, um dos inúmeros “problemas” que os Óscares têm tido ao longo dos anos (como podem ver no artigo do ano passado – aqui), o que falta fazer para que estes voltem “à luz da ribalta”? Na minha opinião, não precisarão de fazer muito, apenas necessitam de se focar no que realmente interessa, que são as premiações do melhor que esta indústria tem para oferecer, e “menos é mais”, ou seja serem mais objetivos com o que querem fazer com esta celebração é algo que poderá voltar a enaltecer este evento.

E é neste último ponto que começam os verdadeiros problemas deste ano, primeiramente temos de destacar pela positiva a reposição das 8 categorias mencionadas anteriormente na cerimónia das premiações (perceberam que foi um “tiro no pé” e que correu mal), manter 1 host/apresentador para contribuir para credibilidade destas premiações, apesar deste ano voltar a ser o comediante, apresentador de televisão e “ator” Jimmy Kimmel, que parece ter o seu lugar garantido nas apresentações dos Óscares sempre que haja “porcaria”, de forma a tentar levantar ânimos e audiências. Contudo, penso que uma aposta arriscada, quando tudo tem corrido mal, mas talvez seria algo que esta cerimónia precisasse, era de ter alguém “fora da caixa” como apresentador, como por exemplo o ator Sacha Baron Cohen, que poderia ser o host/apresentador principal do evento ou até mesmo o ator Adam Sandler, entre outros, talvez seriam algumas opções que poderiam reviver e reacender o coração dos Óscares. Obviamente um dos grandes anos, foi quando o ator Hugh Jackman foi o apresentador desta cerimónia, mas neste momento penso que era necessário algo um pouco diferente, para que uma edição como foi a que Hugh Jackman apresentou voltasse a surgir.

Tal como referido, o maior problema deste ano, está em estas premiações não se focam no que realmente interessa (e como mencionado “menos é mais”, mas por vezes as grandes produções por detrás dos eventos esquecem-se), assim sendo, depois de abordar o que houve de positivo, o que há de errado neste ano?

Tudo começa com nomeações um pouco “estranhas”, onde parecem estar apenas focadas em audiência, desde logo a nomeação para Melhor Filme de Top Gun: Maverick e Avatar: The Way of Water, além de não haver o destaque, pelo menos como nomeado, para o filme The Whale, dando a sugestão que a produção por detrás do evento está claramente a pensar em bilheteira, pois nomes como Avatar ou Top Gun vão chamar audiência, ou pelo menos é o que pensam. Já a nível de interpretação, Michelle Williams apresenta-se em The Fabelmans como atriz secundária, contudo, o destaque dado foi com a nomeação para Melhor Atriz, um destaque em que ela claramente não é umas das favorita, no entanto, se tivesse sido nomeada para a premiação de Melhor Atriz Secundária, já seria uma das grandes favoritas e a disputa por este galardão poderia ser mais aguerrida. Outro dos grandes problemas que já é referido há vários anos, são os filmes animados que são muitas vezes colocados de parte, quer a nível de direção e até mesmo como Grande Filme (em que poderiam estar nomeados para Melhor Filme).

Neste momento as premiações dos Óscares parecem já não indicar o que de melhor se faz na indústria do cinema, servindo apenas como um produto para ser consumido, gerar dinheiro com audiências, ou seja, é só um espetáculo dentro do Mundo do negócio.

Este ano, não penso que haja muito alarido em volta destas premiações, penso que será uma cerimónia calma e pacífica, porém, as grandes surpresas estarão nas premiações, pois este ano existem várias categorias difíceis, com vários favoritos, e o mais surpreendente é que as que estão a gerar mais interesse são maioritariamente aquelas que por muitos não as consideram como “principais”, tais como Melhor Banda Sonora, Melhor Produção Artística, Melhor Edição de Filme e Melhor Cinematografia. Olhando para as categorias principais, existem ainda algum interesse principalmente em o Melhor Argumento Original e Adaptado, mas também na categoria de Melhor Filme. Penso que existe uma grande possibilidade para uma surpresa a nível nacional, pois o filme (ou curta-metragem de animação) Ice Merchants tem ganho muita relevância ao longo do tempo e cada vez mais tem uma possibilidade de ser o grande vencedor da categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação, algo que será histórico em Portugal.

Por último, espero que a cerimónia dos Óscares inicie um novo rumo, sendo que está perto de completar o 100º aniversário, e que volte a ter o destaque e a ser uma referência ou o marco que outrora fora, dentro da indústria do cinema. Contudo, para isso terá de fazer algumas mudanças, e mais uma vez, apostas mais “arriscadas” poderão ser a solução, mas também serem mais objetivos potencialmente poderá levantar estas premiações do “fundo do poço” em que estão. Assim sendo, a CaixaNerd vai seguir de perto este evento, para depois vos divulgar os grandes vencedores da noite.

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