Análises, Cinema

Gato das Botas: O último desejo – Análise

A indústria de animação tem vindo a se inovar, muitos estúdios apostam em estilos de animação diferentes, isto referente à Sony Pictures Animation e à DreamWorks Animation. Tendo em conta que o standard é apostar no realismo, tornando a animação mais complicada de chegar a um nível criativo.

Regresso deste mundo após tantos anos

Após tantos anos, sem um filme de um dos meus Universos favoritos, Shrek. É feita esta aposta na sequela de o Gato das Botas. Desta vez, com um aspeto visual diferente.
Sendo esta considerada uma sequela para os acontecimentos após o 4° filme, este mostra mostra toda a aventura deste gato.

Após perder a sua penúltima vida, tendo em conta que tinha 7, ele mesmo assim demonstra rir-se face à morte. Até ao momento que se encontra com um caçador de recompensas, que demonstrasse uma ameaça para o gato das botas. Após todo o sucedido, ele decide valorizar a sua última vida e reformar -se. Contudo, ele descobre que existe um método de recuperar todas as suas vidas e com o seu novo companheiro, Perrito, um cão que foi maltratado toda a sua vida. Ambos irão em busca da estrela dos desejos, mas não será tarefa fácil, já que se encontrarão vários obstáculos pelo caminho, como um antigo amor.

Um ar fresco na animação, é sempre bem-vindo

Após o sucesso de Spider-Verse tem se notado num aumento de projetos com uma premissa semelhante, desde ao Michells Vs The Machines, Claus e o mais recente filme da DreamWorks Bad Guys.
Como no Spider-Verse em muitos momentos o filme usa uma quantia pequena de frames para a apresentação da animação, mas que entregam frames que dão vontade de emoldurar, já que o filme busca trazer a sensação de um pintura.
Há imenso tempo que não vejo um toque tão adulto, num filme tecnicamente para crianças. Criar uma ameaça como o Caçador de Recompensas, em que em cada momento que aparece em cena, ouve-se o bater do coração do gato, o que me afligiu em certos momentos. Este apresenta-se e sente-se a sua enorme presença no filme. Na sua introdução, é retratado como uma verdadeira maquina de matar. O mesmo faz uma breve ferida na cabeça do gato e começa a escorrer sangue, foi uma pura cena de medo que me deixou desconfortável.


Contudo, parece que vejo este filme a arriscar tendo em conta que é classificado para um público infantil. Acontecem diversas mortes para motivos de comédia, muitas delas explícitas e cruéis. Eu não esperava quando entrei pela a sala a dentro de ter uma experiência que fosse tão atrevida.
O filme apesar de ser do gato das botas, o mesmo tem vários focos. Sendo eles a família do Cachinhos Dourados e o Jack Horner. O filme sabe que os espectadores têm conhecimento de muitos destes contos então não existe necessidade de os apresentar. Contudo, o seu charme vem da reviravolta dos personagens e como são apresentados neste, já que os referidos identificam-se como uma Mafia.

O mundo de Shrek é expandido neste filme, e neste filme foi algo que adorei, as diversas referências e introduções a múltiplos elementos é algo que torna este mundo grande vivo e credível. Ligando tudo bem e fazendo varias conexões, apesar que o filme apenas as utilize vagamente, sendo a historia do filme muito própria.

Arriscou, mas no final, podia ter arriscado mais


Apesar de não ser o maior de dobragem portuguesa hoje em dia, pelo menos em relação a múltiplas experiências que já tive. Mas este arrisquei a ir ver com a algum receio, não só porque alguns atores regressariam ao papel, mas porque a dobragem dos filmes do Shrek sempre davam-lhe um especial, toque este que só é só apreciado pelo Portugueses. Pois então, a família dos três ursos tem todos sotaques carregados e com a ultimação de expressões tipicamente portuguesas. Isto dá um charme ao filme e considero que o torna hilariante. Sem dúvida das melhores partes do filme.

Um dos elementos que mais gostei foi a inserção do cão que acompanha o Gato em toda a viagem. Ele que sempre se mostra disposto à ajudar com todo o seu positivismo, até deixa alguém desconfiado. Já que após tudo o que passou na sua vida ele teria de ter algum rancor e vingar-se, mas não, é apenas um simpático companheiro, (ainda bem que não era um Twist Villain). No próprio filme até é dito por um personagem: “Ninguém pode ser tão bonzinho”.

Na conclusão de toda a aventura são finalizados todos os arcos de personagem, contudo da maneira mais previsível possível. De um filme que arriscava tanto, esperava um outro tipo de abordagem. Não é que seja má, mas esperava outra abordagem, sendo que está dá uma lição a todos os personagens. Todo o conflito entre o Gato e o tal caçador de recompensas deixou-me com um sabor agre e doce na boca, após todo o desenvolvimento, este ser terminado daquela forma era algo que não esperava, isto aplica-se a todos os personagens, até mesmo à aplicação da estrela dos desejos. 

A DreamWorks está de volta! 

Sendo este um dos estúdios conhecido por fazer incríveis filmes e filmes desastrosos. Estes últimos dois títulos, foram refrescantes e agradáveis de ver. É bom ver a indústria de animação a mudar para o melhor. 

Para quem é fã do mundo do Shrek vai delirar com o filme, é uma carta de amor a este mundo tão apreciável. Para os outros não deixa de ser uma incrível aventura, que não necessita que o espetador veja os anteriores. Recomendo bastante, não só como fã de Shrek, mas como fã de animação. 

8.0
Score

Pros

  • Visualmente refrescante devido ao estilo de animação
  • O personagem do lobo
  • A reviravolta no mundo dos contos
  • Novo elenco de personagens é bem-vindo (especialmente o Perrito)
  • A coragem de implementar elementos mais adultos
  • As referencias para os fãs do Shrek
  • Arcos de personagens bem trabalhados
  • Os vários temas apresentados no filme

Cons

  • O final do filme acaba por ser seguro demais, após arriscar tanto

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