Doctor Strange in the Multiverse of Madness é um filme produzido pela Marvel Studios e distribuído pela Walt Disney Studios Motion Pictures, é o segundo filme de título próprio do protagonista após Doctor Strange e é o 28º filme do Marvel Cinematic Universe, dirigido por Sam Raimi (cineasta, produtor e ator americano mais conhecido por criar a trilogia de Spider-Man e a franquia Evil Dead. Os seus trabalhos normalmente possuem um estilo visual ostensivo e altamente dinâmico, exemplo disso são os seus filmes Oz the Great and Powerful, The Gift, Darkman, The Quick and the Dead, ente outros) e escrito por Michael Waldron (roteirista e produtor americano sendo os seus trabalhos mais relevantes Rick and Morty, Loki e Heels).
Esta longa metragem é estrelada por Benedict Cumberbatch (ator britânico mais conhecido pelos seus papéis como Alan Turing, no filme The Imitation Game, no qual teve uma nomeação ao Óscar de melhor ator, Sherlock Holmes na série televisiva Sherlock da BBC e como Dr. Stephen Strange no Universo Cinematográfico da Marvel, e mais recentemente em Spider-Man: No Way Home. Também deu a voz ao dragão Smaug na trilogia de The Hobbit, representou Khan em Star Trek: Into Darkness e Julian Assange em The Fifth Estate, Twelve Years a Slave, 1917, The Power of the Dog e mais recentemente em The Electrical Life of Louis Wain, entre outros), ao lado de Elizabeth Olsen (atriz americana que ganhou reconhecimento mundial por sua interpretação de Wanda Maximoff na franquia da MCU, obtendo indicações para um Primetime Emmy Award e um Globo de Ouro pelo seu desempenho. Além destes filmes ela também participou em Godzilla, Wind River, Ingrid Goes West, etc.), Chiwetel Ejiofor (ator britânico galardoado tendo ganho um BAFTA Award, um Laurence Olivier Award, um NAACP Image Award e indicações para outros do Mundo do cinema. Dos suas diversa interpretações destacam-se Dirty Pretty Things, Kinky Boots, Four Brothers, Serenity, Endgame, 12 Years a Slave, The Martian, Doctor Strange, etc.), Benedict Wong (ator britânico mais conhecido pelo seu papel como Wong nas adaptações cinematográficas da Marvel , sendo os seus últimos trabalhos em Shang-Chi e Spider-Man: No Way Home), Xochitl Gomez (jovem atriz americana que iniciou a sua carreira no Mundo do cinema no filme Shadow Wolves), Rachel Anne McAdams (atriz canadiense, que ficou mundialmente conhecida após a sua participação na comédia Mean Girls e no drama The Notebook. Também teve papéis em diversos filmes conhecidos do público, tais como Wedding Crashers, The Time Traveler’s Wife, Sherlock Holmes, etc.) entre outros.
Um Sonho ou um Pesadelo ???
Doctor Strange in the Multiverse of Madness, inicia com um sonho muito peculiar de Doctor Stephen Strange (Benedict Cumberbatch), onde o próprio se vê a atravessar um Mundo surreal e desconhecido para o protagonista, juntamente com uma jovem chamada America Chavez (Xochitl Gomez), em busca de um objeto místico com uma capacidade e poder infindável para quem domina as artes do oculto.
Mas este sonho, torna-se rapidamente num pesadelo, onde os dois personagens são perseguidos por um criatura maléfica que faz de tudo para capturar America Chavez, afirmado Strange que tal não pode acontecer, pois a jovem é demasiado importante para o Universo, mas assim que as coisas começam a correr mal Strange acorda do seu pesadelo.

Stephen Strange, apesar de acordar e acreditar que nada daquilo foi real, fica curioso com a frequência e estranheza destes sonhos, parecendo uma premonição de que algo estará para chegar/acontecer. Sendo apenas mais um dia normal na vida de Strange, o mesmo depara-se com a jovem com que sonhou, despertando de imediato uma postura protetora perante a mesma, porém esta se mostra receosa não só de Strange, mas também uma criatura que a persegue.

Assim que os ânimos acalmam, a mesma apresenta a Strange e Wong (Benedict Wong) como America Chave, e revela que possui uma habilidade peculiar, sendo única não só neste Mundo ou Universo, mas como em todo o Multiverso com poder peculiar. Assim, o protagonista, de forma a tentar ajudar a jovem, apenas vê uma solução, visitar a sua velha amiga Wanda (Elizabeth Olsen), que poderá potencialmente ter algum conhecimento sobre o Multiverso.
Wanda, num primeiro impacto, supõe que Strange está ali para a repreender dos seus atos em eventos anteriores, nomeadamente do que aconteceu em Westview, mas assim que percebe que o seu amigo apenas quer falar sobre o Multiverso, esta refere que Vision tinha mencionado algo sobre isso e que teria algumas teorias. Strange segue então para o templo de Kamar-Taj onde mantém a jovem America Chavez em segurança.

Contudo, Kamar-Taj não é um lugar tão seguro que todos pensam, e Dr. Strange apenas encontra uma solução para tentar salvar a jovem, que é viajar pelo desconhecido em busca de algo que o permita proteger Chavez de todos os inimigos e criaturas que a queiram assombrar e se apoderar da sua habilidade especial, e para isso terá que percorrer outras Dimensões ou Universos, mais ou menos obscuros, em busca de um poder ancestral, e tal forma oculto, que nem o próprio Strange conhecia quais as consequências do uso desse poder místico, sendo que pode ficar perdido e preso para sempre no Mundo dos comedores de almas.

A Loucura como um todo…
Doctor Strange in the Multiverse of Madness, um filme produzido por Sam Raimi, que acaba por nos trazer uma longa-metragem que tenta apenas ser suportada por um trabalho de fan-service, optando assim por decisões que não favoreceram, infelizmente, nada a narrativa. Ao longo deste mais recente filme da Marvel, percebe-se que o diretor não tinha uma ideia bem estruturada por onde guiar toda esta narrativa (e backstory das personagens) deste magnífico personagem e Universo Mágico, pois tão depressa torna a estória obscura típica do género de terror, como poucos instantes após introduz diversos alívios cómicos, um pouco descontextualizados do percurso que a narrativa estava a ter, ou até mesmo tenta por vezes apenas criar momentos de ação sem grande construção e ligação com a jornada. Esta fórmula que Raimi usa não é objetiva, sendo por vezes apenas uma caos visual, podendo ser por vezes confusa e transmitindo a ideia que possuía diversas estórias que tinha em mente e que as colocou todas a decorrer ao mesmo tempo, para tentar ao máximo agradar a “gregos e a troianos”, sem grande preocupação com a narrativa.
Tudo isto têm um imenso com impacto na narrativa e na estória que se quer contar, e neste ponto Doctor Strange in the Multiverse of Madness, resume-se apenas a uma tentativa de estória, havendo um pouco de ausência de uma introdução, de um corpo “sólido e bem estruturado” de uma conclusão, pois tudo se baseia numa ideia pré concebida que acaba por ser proveniente da série WandaVision (algo, que o filme devia tentar suportar sozinho, podendo fazer algumas referências, mas algo mais teria de ser contado e explicado a quem não assistiu à série, pois está assumido que o espectador viu a mesma). Além disto, a edição/montagem não é de todo a melhor, pois seria expectável e desejável que fosse algo que ajudasse na construção da narrativa e deste Mundo de Magia, algo já realizado no seu antecessor em Doctor Strange.
Ainda falando em aspetos técnicos, o CGI nem sempre foi o melhor, algo que para uma longa-metragem de Doctor Strange seria um ponto fulcral e central, visto todos os poderes mágicos e místicos envolvidos, assim como inimigos, e até mesmo o reconhecido Mundo dos espelhos (que talvez seja o ponto, em que o CGI funciona melhor). Tendo sido criado uma expectativa elevada no espectador, com filmes antecessores, como é o caso de Doctor Strange referido anteriormente, Avengers: Infinity War ou Avengers: Endgame, em que este famoso mágico está presente, todos os poderes que usa são um regalo para os olhos do “comum mortal” e bastante apelativos, contudo neste mais recente título apenas alguns destes estão bem criados e com boa qualidade gráfica similar aos momentos criados por esta personagem no passado.
Em relação à sonografia e à banda sonora, estas estão bastante presentes em toda a aventura. Contudo, apesar das mesmas estarem bem pensadas e de possuírem elevada qualidade, a banda sonora nem sempre está no timing certo, e por vezes não é adequada aos momentos mais importantes/determinantes, parecendo por vezes que “caíram fora do prato”.
Já em relação às interpretações dos atores principais, como é o caso de Benedict Cumberbatch, Elizabeth Olsen, Chiwetel Ejiofor, Xochitl Gomez as suas atuações são brilhantes, e são o principal ponto positivo ao longo destas 2h de filme, porém não são o suficiente para elevarem Doctor Strange in the Multiverse of Madness ao patamar que estamos habituados nas aventuras deste famoso feiticeiro. Destaca-se ainda que Xochitl Gomez, que inicia toda esta aventura um pouco “presa”, contudo, com o decorrer do filme a sua atuação vai elevando de qualidade e verificando-se um aumento do seu protagonismo. Benedict Cumberbatch e Elizabeth Olsen, quando estão em cena “roubam” toda a atenção para eles, e nos momentos que contracenam juntos são imparáveis e sendo “de outro universo”.
Em suma, Doctor Strange in the Multiverse of Madness não é a melhor adaptação de Doctor Strange, ficando bastante longe da qualidade apresentada pela sua prequela, mas também não fica perto das melhores adaptações dos filmes da Marvel. Tudo isto, se deve a uma construção de narrativa quiçá preguiçosa e baseada e/ou fundamentada em fan-service (mas isso só não basta, para que o filme seja bom). Tal como referido, existem diversos problemas de narrativa e lapsos de consequências de filmes anteriores, tornando algumas destas estórias inconsistentes (ou estes foram mesmo ignorados). Em termos de aspetos técnicos, existem bastantes incoerências, sendo que a aposta no formato já protagonizado funciona, mas quando algo novo é introduzido, por vezes fica estranho e noutros momentos não é bem executado. A nível de interpretações dos atores, tal como referido, os principais desempenham um papel brilhante. Por fim, Doctor Strange in the Multiverse of Madness, pode marcar um ponto na MCU, que para criar “um bom filme” não basta que este seja focado apenas fan-service (a longa-metragem original conseguiu marcar um registo único, que fez com que o espectador acreditasse que tudo seria possível na grande tela, e este quase que nos retira toda essa magia e fantasia), sendo que por vezes “menos é mais”, sendo que uma aposta em algo mais simples e focado numa boa narrativa seria mais benéfico do que um “bolo bonito e apelativo por fora, mas balofo e sem sabor por dentro”. Apesar de tudo isto, certamente muitos espectadores sairão das salas de cinemas contentes e agradados com o que viram, no entanto outros tanto sairão desagradados, pois Doctor Strange in the Multiverse of Madness, é mesmo assim vai deixar uma mistura de sentimentos.
Partilhamos, convosco o trailer do mais recente filme da Marvel Cinematic Universe Doctor Strange in the Multiverse of Madness…

6.0 Score
Pros
- Interpretação do elenco, principalmente de Benedict Cumberbatch e Elizabeth Olsen
- Atuação de Xochitl Gomez foi uma boa surpresa
- Sonografia e Banda Sonora
- Dimensão dos Espelhos continua a ser excelente
Cons
- Narrativa quase inexistente
- As decisões do diretor, como guia esta longa-metragem
- A "fórmula" de Sam Raimi não funciona
- Fan-service só porque sim
- Edição/Montagem do filme
- Alguns Efeitos Visuais
- Banda Sonora nem sempre acertou no timing
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