Venom: Let There Be Carnage, é a mais recente produção cinematográfica da Sony Pictures. Esta longa-metragem é a sequela de Venom de 2018 e conta com a direção de Andy Serkis (o veterano ator britânico, conhecido pelas suas interpretações na técnica de captura de movimentos, dando a voz e corpo Gollum em The Lord of the Rings, King Kong em King Kong, Caesar na mais recente série de filmes Planet of the Apes, entre outros. Mas também conhecido pelas suas interpretações como: Longford, Inkheart e mais recentemente indicado como Alfred Pennyworth em The Batman, tendo também no seu currículo algumas direções como é o caso de Jungle Book: Origins, entre outros).
Este filme possui um bom elenco, sendo similar ao do filme anterior, desde logo Tom Hardy (ator britânico conhecido pelas suas interpretações em filmes como, Black Hawk Down, Bronson, Inception, Warrior, entre outros, e interpretando Venom na prequela desta longa-metragem), Woody Harrelson (ator veterano americano, conhecido pelos filmes: The Cowboy Way, Welcome to Sarajevo, After the Sunset, No Country for Old Men, Zombieland, série de filmes de The Hunger Games, Now You See Mee, Solo: A Star Wars Story, entre outros), Michelle Williams (atriz norte-americana, reconhecida pelos seus papéis em Brokeback Mountain, Blue Valentine, Shutter Island, Manchester by the Sea, The Greatest Showman, e também em Venom, a prequela desta longa-metragem), Naomie Harris (atriz britânica, conhecida pelas suas interpretações em After the Sunset, Miami Vice, Moonlight, desempenhando também o papel de Eve Moneypenny nos mais recente filmes de 007).
Eddie Brock e Venom…
Venom: Let There Be Carnage, inicia cerca de 1 ano após os eventos do filme anterior (Venom de 2018). Eddie Brock (Tom Hardy) mantém-se como hospedeiro de Venom, e a relação entre os dois está a passar por uma crise, pois Eddie se sente cada vez mais sozinho, devido à separação com Anne (Michelle Williams), e o seu trabalho já teve “melhores dias”, pois já não tem o mesmo impacto que outrora tivera.
Enquanto isso, Venom, mantém-se a viver no nosso Mundo, mas segundo as regras de Eddie, ou seja, não se alimenta de seres humanos para se manter vivo, tornando a sua dieta alimentar muito difícil, pois acaba por se alimentar sempre das mesmas coisas, chocolate e galinhas, algo que ele despreza. Venom, sente a necessidade de explorar o Mundo e se tornar um vigilante da noite, para assim derrotar vilões e assim ganhar alimentos mais “nutritivos”.

Apesar da má fase que Eddie está a ter na sua carreira profissional, surge uma nova oportunidade de saltar para as “luzes da ribalta”. Pois, segundo o chefe da polícia da cidade, o famoso serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson), que vai ser condenado à pena de morte, tem um especial interesse em Eddie, e que quer que este o entreviste antes de morrer (algo que pode ser um “furo” especial para a carreira do nosso protagonista).
Após várias indecisões e incertezas, Venom convence o seu hospedeiro a aceitar tal proposta, pois pode ser benéfico, não só para a sua carreira profissional, mas também para ajudar a reconquistar a sua amada Anne. Mas, tal como Eddie, Kasady também está a passar por uma separação da sua amada Frances Barrison/Shriek (Naomie Harris), então vê em Eddie uma forma de contar a sua estória.

Contudo, um encontro que parecia ser algo muito simples, em que Eddie apenas teria de entrevistar Kasady, ajudar a polícia a desvendar os mistérios por detrás do passado deste serial killer, e relançar a sua carreira profissional, torna-se complicado, pois os dois personagens, Eddie e Kasady entram em conflito.
Este conflito desperta em Kasady um sedento desejo de vingança, e mais do que isso, algo novo cresce dentro desta personagem, acabando por passar a ser um hospedeiro de um novo symbiote, de seu nome Carnage (“filho de Venom”). Carnage e Kasady, apenas desejam juntos criar um pouco de caos e vingarem-se do que lhe fizeram. Cabe agora a Eddie e Venom resolver toda a confusão que possam ter criado.

Venom: Let There Be Carnage é uma comédia ?…
Venom: Let There Be Carnage, destaca-se pela qualidade na capturas de movimentos, transmitindo ao espectador, momentos em que Eddie fala com Venom, como se nada estivesse lá, ou algo que apenas Eddie via, superando assim (de longe), o que foi apresentado no seu antecessor (Venom de 2018), tudo devido à vasta experiência que o diretor, Andy Serkis, tem neste ramo, criando uma boa interação/comunicação entre Venom e Eddie.
Em termos de interpretações, salienta-se pela positiva, o ator Woody Harrelson, que dá vida a Cletus Kasady (Carnage), contudo, a narrativa desenvolvida em volta desta personagem, não o permitiu ser mais ameaçador ou maníaco, algo que seria desejável num serial killer, com o perfil de Kasady. Tom Hardy, consegue criar uma boa relação com Venom, muito devido ao trabalho do diretor, tal como referido anteriormente, contudo, fica um pouco aquém do ambicionado. As restantes representações, acabam por ser muito secundárias e quase sem nenhuma relevância, na estória que nos é apresentada.
A narrativa desta longa-metragem, é o principal problema para Venom: Let There Be Carnage. Pois, infelizmente, existe um grande foco da relação de Venom e Eddie, não tanto como uma união de entreajuda, mas quase como um “relacionamento conjugal em declínio”, e a necessitar de uma terapia de casal. Este é um dos principais pontos negativos do filme, não só pela forma como o tema é abordado, mas também pela repetibilidade que tem ao longo dos quase 100 minutos de duração desta aventura. Toda a temática constante de “problemas conjugais” poderiam ser um pouco minimizados, dando oportunidade de aprofundar outros tópicos mais relevantes, que poderiam contribuir para a qualidade do filme. Com esta narrativa apresentada nesta longa-metragem, acabou-se, lamentavelmente, por perder o potencial de explorar mais personagens, motivações ou mesmo referências do passado de Venom ou do Mundo dos Symbiotes.
Ainda dentro da narrativa, a personagem Carnage, acaba apenas por ser um obstáculo, num dia normal de semana, da vida pacata de Venom/Eddie Brock, sendo pouco explorado, e tornando uma estória sem “sumo”, pois as motivações existentes são irrelevantes e fracas. Pois, a sua parceira, apesar de ter uma presença na premissa óbvia, não encaixa bem na narrativa, algo que se fosse mais bem aproveitado (por exemplo: relação entre Kasady e Shriek, fazendo paralelismo entre Bonnie & Clyde, muito à semelhança do que acontece na banda desenha), tornava a ligação entre personagens mais desenvolvida e forte.
Para além destes infortúnios, a edição desta longa-metragem é também um problema crasso ou até mesmo catastrófico, principalmente nas cenas que requerem um melhor tratamento gráfico ou em alguns momentos na utilização de CGI.
Em suma, Venom: Let There Be Carnage, se o objetivo do filme fosse apenas para “entreter”, ou ser uma “comédia banal”, este talvez tenha sido alcançado, no entanto, se era esperado algo mais, ou foi pensado para se destacar como um bom filme de ação de um anti-herói, então falha redondamente e fica muito longe do desejado.
A interpretação do Carnage, o design desta personagem, cinematografia da batalha final, entre herói e vilão, e por fim qualidade da captura de movimentos no filme, estes pontos, não são suficientes para salvar o filme em geral, e tudo se deve a uma estória que “não existe”. A personagem Carnage, apesar de ter um bom design e de ser um bom vilão, (com um design excelente, quando contado a sua backstory), peca por ser demasiado infantil, talvez por estar limitado a um público juvenil, faltando nele mais “carnificina” (como era o esperado) e ameaça por parte desta personagem. Tal como mencionado anteriormente, existe um foco demasiado grande na relação “conjugal” entre Venom e Eddie, que acaba por se tornar excessiva, repetitiva e aborrecida.
Por fim, talvez Venom: Let There Be Carnage, apenas seja lembrado pela sua cena pós-créditos e nada mais (que é algo que foi construído de forma muito atabalhoada), descartando assim toda a potencialidade que Carnage teria neste Universo.
Partilhamos, convosco o trailer do mais recente filme de Venom…

4.0 Score
Pros
- Interpretação de Woody Harrelson
- Qualidade na técnica das capturas de movimentos
- Design das personagens, principalmente do Carnage
Cons
- Premissa
- Narrativa "inexistente"
- Demasiado foco nos problemas "conjugais" de Eddie e Venom
- Motivações fracas das personagens
- Falta um ar mais ameaçador e maníaco a Cletus Kasady/Carnage
- Edição do filme
- Os pontos positivos e cena pós-créditos, não conseguem salvar o filme
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