Análises, Cinema

Guardians of the Galaxy Vol. 3 – Análise

Guardians of the Galaxy Vol. 3 é um filme americano de 2023 baseado no grupo de super-heróis da Marvel Comics, Guardians of the Galaxy, produzido pela Marvel Studios e distribuído pela Walt Disney Studios Motion Pictures. É a terceira e última longa-metragem desta franquia, e é o 32º filme da MCU. O filme foi escrito e dirigido por James Gunn (cineasta, escritor e diretor americano mais conhecido pelos seus trabalhos nos filmes de super-heróis, como a trilogia dos Guardians of the Galaxy, The Suicide Squad, a franquia dos filmes de live-action do Scooby-Doo, etc.).

Esta longa-metragem, mantém o mesmo elenco já conhecido por todos (aquele que nos cativou), começando por Chris Pratt (ator americano conhecido pelas suas participações em The Lego Movie e The Lego Movie 2: The Second Part, na trilogia dos Guardians of the Galaxy, na trilogia do Jurassic World, no Avengers: Infinity War e Avengers: Endgame, no Onward, no Thor: Love and Thunder, no The Super Mario Bros. Movie, etc.), Zoe Saldaña (atriz americana, conhecida principalmente por seu trabalho em franquias de filmes de ficção científica tais como Avatar, Star Trek, Guardians of the Galaxy, Avengers, entre outros), Dave Bautista (ator americano, conhecido pelo seu desempenho nos filmes House of the Rising Sun, The Man with the Iron Fists, Riddick, Spectre, Blade Runner 2049, Dune, Glass Onion: A Knives Out Mystery, etc. No entanto, a personagem mais conhecida do grande público é Drax the Destroyer, do Universo da Marvel que nos foi introduzida pela franquia dos Guardians of the Galaxy), Karen Gillan (atriz escocesa mais conhecida pela sua participação na franquia dos Guardians of the Galaxy e Jumanji , e nos filmes Avengers: Endgame, Gunpowder Milkshake, Dual, etc.), Pom Klementieff (atriz francesa que participou na franquia dos Guardians of the Galaxy e nos filmes Oldboy, Newness, The Addams Family, Avengers: Infinity War, Avengers: Endgame, Thor: Love and Thunder, The Suicide Squad, etc.),Vin Diesel (ator e produtor americano mais conhecido pelas suas participações em franquias de ação tais como XXX, The Chronicles of Riddick, Fast & Furious, Guardians of the Galaxy, etc.), Bradley Cooper (ator, produtor e realizador americano, com várias nomeações aos Óscares pelas suas interpretações, com filmes como: Silver Linings Playbook, American Hustle, American Sniper e A Star Is Born, contudo foi a saga de filmes The Hangover que o lançou para a ribalta, mas para além deste, também conhecido por: Valentine’s Day, The A-Team, a franquia de Guardians of the Galaxy, Serena, Burnt, Nightmare Alley, Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves, entre outros), Sean Gunn (ator americano que participou nesta franquia e nos filmes The Specials, Pearl HaPrbor, The Man Who Invented the Moon, The Suicide Squad, etc.), Chukwudi Iwuji (ator nigeriano-britânico conhecido pelos seus trabalhos em John Wick: Chapter 2, Daniel Isn’t Real, Shine Your Eyes, The Girl Who Got Away, entre outros), Will Poulter (ator inglês que ganhou reconhecimento na indústria do cinema através da sua participação em The Chronicles of Narnia: The Voyage of the Dawn Treader. Ele participou na franquia The Maze Runner, nos filmes Wild Bill, Midsommar, The Score, etc.), Elizabeth Debicki (atriz australiana mais conhecida pelas suas interpretações na franquia dos Guardians of the Galaxy e na do Peter Rabbit, nos filmes The Great Gatsby, Macbeth, Valerian and the City of a Thousand Planets, Tenet, entre outros), Maria Bakalova (atriz búlgara, que ficou conhecida através do filme Borat Subsequent Moviefilm. Também participou em outras longas-metragens tais como Women Do Cry, Bodies Bodies Bodies, The Bubble, The Honeymoon, Fairyland, etc.), Sylvester Stallone (renomado ator e cineasta americano mais conhecido pela sua participação em franquias de ação, tais como Rambo, Rocky/Creed e The Expendables), entre outros.

Curiosamente, a CaixaNerd teve um acesso antecipado a este filme, e tivemos o privilégio de assistir à sua antestreia (na terça-feira).

89P13 – Não é um Guaxinim ???

Guardians of the Galaxy Volume 3, situam-se alguns anos após o desfecho de Avengers Endgame, que levou à derrota do super vilão Thanos, e em que o grupo mais desajeitado da Galaxy recuperou a sua ente perdida, Gamora (Zoe Saldaña). Contudo, estes últimos anos não têm sido fáceis, pois Gamora não se encontra com os Guardians e Peter Quill (Chris Pratt) não consegue lidar com esta situação. Entretanto, o grupo toma Knowhere como o seu posto de operações, avaliando quem no Universo precisa da força deste grupo de heróis.

Nesta fase mais calma, Groot (Vin Diesel) já é um jovem adulto com alguma maturidade, Drax (Dave Bautista) apresenta um laço forte com Mantis (Pom Klementieff), que apesar de estar feliz, parece se sentir um pouco deslocada do grupo, por fim, e por estranho que pareça temos Nebula (Karen Gillan), que se apresenta como a líder dos Guardians nesta fase em que estes heróis estão “sem rumo”.

Apesar da paz vivida, os nossos heróis têm contas a ajustar com o passado, e para alguns deles, são estes fantasmas que os vão assombrar. O filme inicia com um pequeno momento no passado da vida de Rocket, enquanto este era apenas um pequena cria, mas rapidamente somos transportados para o presente em que Rocket Racoon (Bradley Cooper) a ouvir o famoso êxito dos Radiohead “Creep”, recordando parte do seu passado e passando a sensação de desajuste que este personagem sente nesta fase da sua vida.

Assim, o passado está no presente, para fazer um ajuste de contas com todos os nossos heróis, pois sem saberem, Rocket é procurado por todo o Universo, não por algo que tenha feito, mas por quem na verdade é, pois Rocket tem estado escondido por detrás deste nome, quando na verdade é procurado pelo seu nome de código: 89P13, e assim do inesperado Knowhere é atacada de forma a retornar Rocket às suas origens.

Voltando um bocadinho ao passado de Rocket, conhecemos o Dr. Herbert Edgar Wyndham (Chukwudi Iwuji) ou também conhecido como High Evolutionary, um cientista que ambiciona a paz Universal e para isso, tenta encontrar a fórmula para criar seres que não tenham sentimentos de agressividade, ou qualquer outro similar, que possa despertar a raiva ou a agressividade, de modo que a paz possa governar tudo. Com a ajuda de Rocket, o Dr. Herbert estava perto de alcançar o seu sonho, daí agora no presente querer recuperar o pequeno Guaxinim. Porém, assim que a sua primeira frota falha, e tem apenas uma solução, que é cobrar à raça dos Soberanos pela sua existência, assim sendo juntamente com os Soberanos decidem libertar Adam Warlock (Will Poulter) e enviar este para que tenha sucesso onde outros falharam.

Os Guardians sabendo do sucedido e para tentar ajudar o seu amigo, decidem envergar numa aventura em busca dos ficheiros que possam ter a informação relacionada com o passado de Rocket, e para isso Nebula vê-se obrigada a contactar Gamora, de forma a que esta os ajude a entrar Orgosfera, um planeta vivo que está ao abrigo do High Evolutionary. Como tal, as hipóteses de entrar de forma despercebida são remotas, e as de sair com vida ainda piores o são. Mas, o nosso grupo de heróis mais improvável do Universo, consegue singrar devido ao charme de Star-Lord (ou Peter Quill), porém em vão, pois o que procuram está na verdade na posse do High Evolutionary.

Assim sendo, a solução que têm é apenas uma, irem ao encontro deste e recuperarem o que pertence a Rocket. Os Guardiões descobrem que este habita num local denominado Counter-Earth, um Mundo similar à Terra, mas com habitantes pacíficos (representando o sonho do cientista). Apesar de tudo isto, Adam Warlock consegue encontrar o rasto dos nossos heróis, seguindo assim também para este planeta. Chegando à Counter-Earth, os guardiões encontram algo que não estariam à espera e que pode mudar o rumo de toda esta estória, pois serão necessárias as capacidades de todos os Guardiões para conseguirem ver o plano completo e singrar com sucesso de forma a obterem o pretendido.

Um Esquisito Especial…

Guardians of the Galaxy Vol. 3 é possivelmente o último filme desta franquia, e como tal James Gunn tenta que este seja uma “homenagem” ao grupo de heróis mais improváveis da história, pois são inúmeras as referências bíblicas existentes, sendo uma metáfora para algo que estava fora do comum ser mais aceitável (os comuns filmes de super-heróis), e que se tornou uma das franquias mais adoradas pelos fãs, assim como os seus integrantes.

Estando no Volume 3, seria lógico que toda a banda sonora estivesse mais focada nos anos 90 e neste aspeto Gunn aposta numa combinação excelente de músicas, para o ambiente vivido nesta aventura. A nível de efeitos especiais, este mais recente título da MCU cumpre perfeitamente o esperado, ao contrário dos mais recentes títulos da Marvel (sejam filmes e/ou séries).

Claro está, que os Guardiões trazem consigo, como sempre, diversos problemas e instabilidades emocionais, como é o caso de Peter Quill, que continua emocionalmente instável com o que aconteceu com Gamora, que foi morta por Thanos, mas voltou como uma versão alternativa da personagem que não se lembra do seu tempo, nem do seu romance com ele. Mas além de Quill, todos os membros da equipa estão a passar por alguma instabilidade, pois o “não estar a viver aventuras” é um incómodo para vários deles, mas é nestes pormenores que é possível perceber que Peter está um pouco desajustado à equipa. Mantis também começa a questionar a sua própria existência, Nebula revela-se uma líder nata, mostrando que é mais do que um conjunto de peças, Drax acaba por revelar a existência de um vazio e um Groot continua a ser o ser mais afável do grupo, querendo apenas uma família. Já Rocket acaba por ser assombrado pelo passado, e ganha a coragem necessária para o enfrentar, algo que no primeiro título da franquia Rocket fugia.

É possível ver que James Gunn goste dos excluídos e de personagens que tinham de tudo para não ser heróis, mas no fundo o são, tanto que é possível ver isto noutros filmes deste renomado diretor. Pois muito do que é apresentado ao espectador, advém de inspirações de outras obras do realizador, como é o caso de The Suicide Squad (de 2021), em que cada vez mais, o estranho/esquisito faz parte do Mundo que Gunn cria. É emocionante ver Gunn avançar com alguns dos seus designs de criaturas genuinamente perturbadores ou configurações que parecem estar ocorrendo em espaços físicos reais, em vez do CGI insípido. Além do mais, Gunn através da cinematografia e sonografia brilhantes, faz diversas homenagens e metáforas a outros filmes e à religião cristã, tal como mencionado anteriormente.

A nível de narrativa, esta está um pouco quebrada, pois todo o filme acaba por ser “carregado” apenas com a estória de vida de Rocket e por tudo aquilo que o pequeno Guaxinim teve de ultrapassar até ser um membro dos Guardians of the Galaxy. Sendo que a restante narrativa é muito acelerada, pouco espaço deixa para as personagens desenvolverem, e toda esta serve apenas de alívio cómico, muitas vezes desajustado, pois existe um exagero na comédia, quebrando o tom que acabamos de sentir da estória do Rocket. Além disto, apesar do principal vilão ter bastante presença na narrativa, o mesmo tem uma construção fraca, isto é, parece que não há importância sobre quem é vilão, parece apenas que foi colocado um simples nome em cima da mesa a indicar que este será vilão (pois vilões impactantes como até agora existiam parecem ser escassos, como é o caso de Obadiah Stane ou Ivan Vanko de Iron Man, Loki de Thor, Red Skull de Winter Soldier de Captain America, ou até o próprio Rohan de Guardians of the Galaxy), a aposta no aparecimento de Adam Warlock neste filme apenas tem o propósito de fazer vender o nome, pois a forma como a personagem é construída, assemelha-se a uma piada, pois é necessário ser-lhe dado uma justificação um pouco rebuscada para que este não atinja o seu esplendor máximo. Por fim, o ato final parece especialmente como Gunn estivesse a eliminar os seus próprios pré-requisitos e apenas passou a cumprir uma checklist da MCU. Por isso esta aventura continua a possuir alguns dos problemas típicos dos filmes da MCU, especialmente após do Avengers: Endgame, tais como a duração do filme, que é demasiado estendida, para depois o final ser muito apressado e pouco justificado; possuir um elevado número de personagens, que depois não são devidamente desenvolvidas; assim como vilões fracos e incoerentes; entre outros.

Quanto às interpretações, destaca-se Karen Gillan, que como Nebula se tornou numa parte funcional da equipa e carregou-a durante esta jornada, porém carece de um desenvolvimento mais real. Além disso, claro está Bradley Cooper, como Rocket, que especialmente através dos flashbacks mostrou a relevância desta personagem. As restantes personagens e interpretações ficaram demasiado aquém do desejado, isto devido especialmente ao elevado número das mesmas. Dave Bautista continua a trazer alívios cómicos juntamente com Pom Klementieff, porém Drax e Mantis tem pouco a fazer, Vin Diesel, como Groot apenas faz o seu simples trabalho. Enquanto, o vilão, apenas de todos os problemas mencionados anteriormente, apresenta uma interpretação bastante sólida por parte de Chukwudi Iwuji.

Em suma, as pequenas escolhas feitas por Gunn fazem com que esta aventura seja possivelmente melhor do que a anterior, porém inferior à primeira. Gunn traz-nos a ideia de um Deus perverso, que vê as suas criações apenas como meras experiências e que entra em colapso quando as coisas não correm como o desejado e principalmente quando uma criatura consegue ultrapassar o engenho do seu criador. Mas, acima de tudo, este é o filme de Rocket, uma estória de como ele supera o trauma para ser o herói que sempre quis ser. A estrutura de flashback/missão às vezes drena o impulso do filme, e além da duração extensa desta aventura, terminando tudo num ápice cheio de explosões.

Além disso, são apresentadas demasiadas personagens, que depois não são bem desenvolvidas, sendo prejudicial para esta longa-metragem. Destaca-se pela positiva a prestação da Karen Gillan e de Bradley Cooper, pois eles é que “carregam nas costas” esta última aventura dos guardiões, remetendo os restantes personagens a simples secundários, sem grande impacto, inclusive os próprios vilões.

Contudo, mesmo tentando preencher todos típicos requisitos da MCU, é possível ver a personalidade de Gunn nesta aventura, seja nas suas escolhas musicais ou nas imagens intensas cheias de homenagens e metáforas. Mesmo com as suas falhas, isto tudo faz com que Guardians of the Galaxy Vol. 3 seja um dos melhores filmes da MCU após do Avengers: Endgame, e de certo que irá agradar a muitos fãs.

Partilhamos, convosco o trailer do mais recente título da MCU, e possivelmente último filme da franquia Guardians of the Galaxy

7.0
Score

Pros

  • Backstory do Rocket Raccoon
  • Banda Sonora
  • Interpretações de Karen Gillan e de Bradley Cooper
  • Essência dos Guardians of the Galaxy
  • Cinematografia e os efeitos especiais
  • Nebula tem uma excelente presença

Cons

  • Construção dos vilões
  • Narrativa um pouco quebrada (apenas existe interesse na backstory do Rocket)
  • Mantis e Drax um pouco à deriva
  • Design de Groot (adulto com cara de baby Groot), e acaba por perder um pouco da essência deste personagem
  • Adam Warlock é uma "piada"

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