Parece mentira, mas a Disney está perto de chegar ao 100º aniversario, que será já para o ano, contudo decidiram colocar de imediato a sua nova introdução, que tem todo um sentimento magico por trás, sendo este o estúdio que esteve presente toda a minha vida, pois sou um grande fã de projetos de animação. Agora, será que fiquei fã deste novo filme?
Uma aventura num novo mundo, outra vez
Este é capaz de ser dos raros filmes da Disney que pouquíssimo entusiasmo tinha de ir ver, mas tive de fazer o sacrifício, pela minha mórbida curiosidade.
A ideia de como este filme se apresenta remete-se a clássicos filmes de exploração como o Indiana Jones, aliás a sequencia inicial pega muito no estilo desse filme e outros clássicos, querendo deixar claro que vamos numa aventura épica e explorar locais nunca antes vistos.
A narrativa começa com um conflito entre Searcher Clade e o seu pai, Jaeger Clade. Já que Jaeger teima em querer explorar o resto da local, enquanto que o Searcher pretende apenas levar a nova descoberta à civilização. Tendo em conta que é algo que será benéfico para eles. Sendo Jaeger Clade persistente, este continua sozinho e nunca mais é visto.
Uns anos depois Searcher Clade, torna-se pai e esconde o seu passado ao filho, Ethan Clade, com receio que se torne como o avô. No entanto, devido à um grave problema que se originou eles tem de embarcar numa aventura pelo o subsolo e descobrir uma solução.

Um choque de gerações
Um dos elementos narrativos que apresentam neste filme é a temática das gerações e como existe o receio que o filho tenha os objetivos e ideais do avô. É o ponto mais tocado durante todo o filme, o que apresenta ser um conceito interessante, mas que infelizmente não é explorado ao máximo.
Falando em explorado ao máximo, algo a notar é a beleza dos variados cenários, sequencias de animação, algo feito para nos maravilhar e deixar de boca aberta. Contundo deu-me a sensação que por mais cheio que seja o mundo de criaturas ou ambientes. Estes não me deixam parar de sentir como na realidade o mundo é vazio, parece que são jogados aleatoriamente ao mundo apenas para acrescentar mais tempo ao filme. Já que muita coisa não tem um propósito para além de alguns minutos. Acabando por a construção do Mundo ser pobre.

Narrativa e temas jogados fora, para rechear o filme de “elementos Disney”
Um dos pontos que a Disney mais tem usado nas suas narrativas, são os vilões ou mauzões inesperados, mas neste filme nunca me senti tão ofendido com a utilização deste ponto da narrativa que é algo tão forçado para criar um sentimento de desespero. Curiosamente num filme que apresenta uma temática durante uma sequencia: “não existem bons nem maus”. Algo que me surpreendeu totalmente e poderia ser bem aplicado durante o filme, mas não, decidiram contradizer-se.
O Ethan Clade, é uma personagem chata que está constantemente a fazer alguma estupidez para arranjar conflito no filme, levei tantas vezes a mão à testa que até perdi a conta. Contando que com isto os personagens são chatos, aborrecidos, existe esta ideia de perfeição nos personagens, havendo apenas o conflito entre os personagens principais, o que torna os personagens secundários irrelevantes ou que não causam qualquer impacto.
Todo o filme está à pressa, parece que vai apanhar o comboio, o que dificulta na apreciação dos personagens, raramente temos uma longa sequencia para vê-los a interagir. A prioridade no filme é entreter então são jogados imensos momentos que não levam a lado nenhum. Desde fazer piadas sem graça, dar tempo à mascote do filme (neste há duas) ao ponto de haver a piada pelo meio de querer torna-lo num “objeto comercializável” a uma criatura fofinha.
A conclusão do filme é desapontante, é um tiro no pé é uma facada nas costa, é má! Sabendo a que existe um personagem com um objetivo de conseguir descobrir o que há para além dos confins do mundo e tendo em conta revelação, é algo que não faz sentido, ter-se conhecimento disto apenas naquele momento, tendo em conta toda a tecnologia que esta civilização tem no filme. Para além disso a mensagem ambiental e união é sobreposta ao futuro do mundo, como é que seria daqui para a frente? Não é explicado, o filme apenas termina. Parece que o Strange World termina com a frase: “É lidar”.

Mais um que vai ficar no esquecimento, mas desta vez com razão
Este ano a Disney tem-se demonstrado mediocre, dando prioridade à quantidade e não há qualidade e infelizmente, este é mais um caso. Pois estão aqui presentes conceitos que podiam facilmente funcionar e tornar este um bom filme de animação. Contudo não foi esse o caso. Strange World é mais um, para fazer um dinheiro rápido, apesar de estar a ser um dos maiores fracassos do momento da Disney e não acho de todo que seja devido à inclusão LGBT. A culpa acaba por ser mesmo do projeto em si.
É uma pena ver a Disney a tomar este continuo rumo com os seus filmes. Quando existe estúdios como a Dreamworks e a Sony Pictures Animation, a mostrar o que valem com novas ideias que dão todo um ar fresco à industria de filme de animação. Espero que a Disney olhe para eles e reflita sobre a sua situação.
4.0 Score
Pros
- O conceito familiar apresentado
- A ideia de não haver um mau ou bom
- Sequencias de animação maravilhosas
- Uma ideia nostalgica dos filmes de aventura
Cons
- Temas poucos explorados
- Mundo Cheio visualmente, mas vazio na escrita
- Personagens ocos
- Confilito para encher o filme
- Os inumeros clichês utilizados pela Disney estão em demasia e já cansam
- O ato final é forçado
- Mensagens que o filme quer passar sobrepõem-se ao futuro do mundo
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