Análises, Jogos

Sea of Roses – Análise (PC)

Primeiramente queremos agradecer o convite à Crescent Tea Studios, pela a oportunidade dada para analisarmos este vídeojogo, do género visual novel, antes de estar disponível para todos os jogadores.

Sea of Roses é um projeto criado por 3 amigos, de nacionalidade portuguesa, pensado para concorrerem a um concurso internacional, denominado Video Gaming Exploring Culture’s Influence on Dating de 2020, promovido pela Jennifer Ann’s Group, onde conquistaram a segunda posição.

Destaca-se que apesar de ser um jogo de origem Portuguesa, o mesmo não se encontra, para já, neste idioma, existindo apenas a versão em inglês (mas é algo que os criadores têm em mente para adaptar).

O mundo místico…

Sea of Roses, como referido anteriormente, é um videojogo do género visual novel, que nos conta a estória de Marion, uma jovem introvertida, tímida, proveniente de uma cultura um pouco antiquada.

O jogo inicia com a nossa protagonista a acordar num sótão, apresentando-se totalmente desnorteada, com tonturas, e mais grave do que isso, com lapsos de memória, não sabendo o seu próprio nome, nem como foi ali parar.

Com o desenrolar da ação percebemos que Marion (ainda sem saber o nome), reconhece a casa, mas esta encontra-se diferente daquilo do que se lembra. Assim que sai do sótão encontra a primeira personagem interativa, Alma, uma mulher que é o oposto de Marion, extrovertida e animada. O próprio design desta nova personagem, indica-nos que Alma é uma mulher determinada e confiante (algo que não é visível em Marion).

Assim que as duas começam a interagir, percebemos que ambas não se conhecem. Apesar de Marion achar que aquela é a sua casa, esta parece estar habitada por Alma, que pretende ajudar Marion a recuperar as suas memórias, fazendo diversas perguntas, às quais o jogador tem opção de escolha. Numa destas conversas, surge um nome de um homem conhecido para Marion, este nome é Anders, que a nossa protagonista identifica como sendo o seu noivo.

Ainda nesta fase introdutória, Marion deverá “conhecer” os cantos da casa e tentar descobrir o que lhe aconteceu. Enquanto fazemos isso, é-nos dado um pequeno tutorial para compreendermos como tudo funciona. Sendo que para avançar na ação, ou mesmo para gravar o estado do jogo e poder fechar este de forma correta, teremos de encontrar objetos que nos permitam fazer tais ações.

Mas, é durante investigações que algo misterioso acontece, Marion começa a ter flashbacks do seu passado na casa, e o jogador é envolvido pela própria mente de Marion, que nos leva para essas recordações num ambiente tenebroso. São nestes momentos de reorganização da memória, que conhecemos o vulto de Anders, que aparenta ser um homem rígido, dominador e com convicções que jamais poderão ser julgadas ou questionadas.

Assim que terminamos o primeiro capítulo, todo o Mundo de Sea of Roses se abre para Marion, permitindo a esta e ao jogador que a acompanha explorar, diversos pontos da cidade de Seallea.

O jogo tem como principal objetivo, reorganizar a memória de Marion, fazendo com que esta se recorde do que lhe aconteceu, para ir parar a um Mundo místico, pois todos os habitantes de Seallea parecem estar um pouco fora do Mundo real, podemos interpretar por exemplo que este Mundo apenas existe dentro da cabeça de Marion.

Para desbloquear os diferentes locais, as memórias ou até mesmo avançar na estória, precisamos de interagir com várias personagens do Mundo, e assim conhecer as suas personalidades, na versão original podemos encontrar: Alma, Camellia, Oswald, Salvius, Saniya e Assana. No caso da versão estendida, existem mais personagens neste Mundo, que nos ajudam a compreender melhor a estória de cada habitante, assim como permitem desbloquear determinadas interações que de outra forma, não seriam possíveis.

Além disso, é com a ajuda de todas as persongens que encontramos que Marionse lembra da vida, principalmente que motivos a levaram a tomar a decisão que tomou, mas cabe ao jogador desenhar os desfecho final de toda estra trama.

Os finais…

Sea of Roses envolve-nos numa estória que pode ser considerada bastante atual, de uma forma bastante direta, sendo interessante, deixando vontade ao jogador de querer repetir o jogo, de modo completar tudo e colecionar todos os objetos. Contudo, o primeiro capítulo potencialmente pode tornar toda esta visual novel subvalorizada, e até mesmo criar desagrado ou desinteresse à grande maioria dos jogadores, pois este é demasiado “pesado” e longo, com uma música a passar em loop, podendo fazer o jogador desesperar. Além disso, nesta fase também existem temas em determinadas conversas, que são abordadas ainda sem contexto e de forma crua, chegando por vezes a ser “abusivas”, sendo que estas conversas ajustadas no tempo, ou realizadas de forma mais subtil, ou até mais tarde, depois de determinados acontecimentos, existir um diálogo com estes temas com o intuito de ser mais incisivo, poderia ser mais interessante e valorizado.

Destaca-se, pela positiva, todo o design, quer das personagens e ambiente, que são bastante apelativos, dentro deste género. Assim, como os controlos que são bastante fluidos e funcionam bem. A banda sonora, a partir do primeiro capítulo torna-se bastante mais interessante, pois deixa de existir apenas uma música em loop, a passar por trás do jogo, mas sim vários temas, momentos de pausa quando estamos num ambiente “aterrador” ou numa conversa importante para o desenrolar da premissa.

De uma forma geral, apesar do primeiro capítulo menos conseguido, Sea of Roses, torna-se uma agradável surpresa, com a existência de extras pós jogo para fazer (caso joguem a versão original), ou mesmo se não completaram tudo, os possíveis finais na primeira run. Em contrapartida, foram detetados pequenos bugs, mas estes “defeitos” não estragam de forma alguma a experiência.

A CaixaNerd, recomenda que joguem Sea of Roses na sua versão original, de modo a absorverem e desfrutarem da estória principal, e depois do término desta, apostarem na versão estendida, para uma maior e melhor exploração deste Mundo. A CaixaNerd ainda vai lançar no canal de YouTube, uma análise diferente do habitual, pois será realizada a 3.

Deixamo-vos o trailer desta visual novel

6.0
Score

Pros

  • O design das personagens e do Mundo
  • Permite ter diferentes finais, dependendo da nossa interpretação e mentalidade/opções
  • Os extras do jogo

Cons

  • O primeiro capítulo é demasiado pesado
  • Assim como banda sonora, neste capítulo, que nos é apresentada em loop
  • Determinado temas são abordados numa fase ainda muito precoce

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