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ForeVR Bowl (Oculus Quest/Quest 2) – Análise

ForeVR Bowl é um jogo de realidade virtual destinado aos Oculus Quest e Quest 2, sendo este concebido para simular partidas de bowling criando ambientes típicos de bowling e indo mais além, graças ao poder imersivo da realidade virtual.

Chegada à receção

O lobby inicial é o primeiro sítio onde nos encontramos ao iniciar o jogo. Neste temos um rececionista, simplesmente por questão de estética, que nos acena à chegada e que, ocasionalmente, costuma olhar para um canto da sala com um ar desconfiado. Ao pé deste, do lado esquerdo, temos um espaço para organizar e comprar diferentes bolas, à medida que se sobe de nível e se ganha moedas. Do lado direito temos um espaço com as conquistas feitas na forma de troféus, um painel com diferentes dicas, classificações a nível mundial e entre amigos. No centro da sala encontra-se o painel onde são preparadas as partidas de bowling que se vão jogar, e à frente deste está a porta para a pista selecionada no painel.

Vamos ao bowling!

Todos os modos têm como base o bowling, dos quais temos:

  • “Um jogador”, em que se joga partidas a solo, podendo estas contar para os rankings ou não, dependendo da opção escolhida;
  • O “Multijogador”, no qual se pode jogar online com amigos ou outros jogadores online;
  • O “Passar e jogar”, em que se pode jogar localmente com até 8 jogadores, para quando se tem companhia em casa (com as devidas precauções em tempos de pandemia);
  • O “Praticar o spare”, que serve para aperfeiçoar os lançamentos para qualquer combinação de pinos;
  • O “Tutorial”, que se explica por si próprio.

Nos modos Um jogador e Passar e jogar, podem ocasionalmente aparecer pinos dourados que, quando derrubados, oferecem um bónus de moedas no final da partida.

Para começar uma partida, basta mover-se até ao painel central, para selecionar um modo de jogo, de seguida a pista, onde se vai jogar a partida, e terminando pelo padrão de óleo, que é uma função que altera a maneira como a bola se move. Depois disto, é só entrar pela porta ao fundo da sala.

Bolas e pistas para todos os gostos

O que mais diferencia este jogo das partidas normais de bowling, é sem sombra de dúvidas a enorme variedade de bolas e pistas de bowling para desbloquear.

São no total 100 bolas de bowling diferentes, que se podem comprar à medida que se sobe de nível, usando as moedas que se ganham após cada partida. É de louvar a criatividade por trás de muitas destas bolas, havendo designs para todos os gostos, sendo que o preço de cada bola varia conforme a sua complexidade (a minha preferida é a Dragon que, como o nome indica, trata-se de um dragão a voar sobre um penhasco).

Para além dos visuais, as bolas diferenciam-se também pelas suas características, sendo estas o peso, rotação, velocidade e perfil. As três primeiras afetam primariamente a maneira como se lança a bola, variando o movimento, a rotação ou a velocidade, de como se move o comando no lançamento para se obter o movimento desejado, sendo que o perfil trata-se de uma espécie de habilidade que a bola tem, como por exemplo, bolas com o perfil “Gutter Avoider” tendem a afastar-se da calha caso se aproximem muito, desde que o lançamento seja relativamente reto.

Possui ainda, 7 pistas distintas (o que me fez mais arregalar os olhos) onde podes jogar. São todas desbloqueáveis, há medida que se sobe de nível, sem nenhum custo adicional de moedas, e oferecem todo um ambiente esteticamente deslumbrante, podendo passar por espaços como a sala dos anos 90 (que se inspiram na realidade dessa década), ou então surrealistas (como as pistas lunares na superfície da lua, sendo que esta pista não aparenta ser afetada pela gravidade lunar).

É possível também andar pelo cenário para longe da pista, de forma a poder admirar todos os detalhes do panorama, e também para quem gosta de desafios, de tentar um strike a metros de distância da pista. Para tal, eu recomendo usar uma bola com Gutter Avoider, pois como já é difícil em si acertar na pista, convém que a bola fuja para o meio.

Como é que é jogar bowling em realidade virtual?

O mais importante numa experiência de realidade virtual é a quão imersiva esta consegue ser, e nisso ForeVR Bowl não desaponta. Para além do ótimo trabalho nas diferentes pistas que estão à nossa disposição, a banda sonora que as complementam, a meu ver, não podia ser melhor! Este jogo conta com vários instrumentais (por vezes com direito a letra) de clássicos dos anos 80 (que parecem vindos da minha playlist). Músicas como “Eye of the Tiger” e “Celebration”, fazem-me sentir um passo mais próximo da experiência definitiva de bowling, e caso queiram fugir aos direitos de autor, existe um painel na entrada do lobby inicial onde podem meter o que vos “der na telha” através do Youtube.

Os únicos pontos onde o fator imersão não alcança a desejada realidade do bowling, estão ligados às limitações do hardware. Não estou a falar dos Oculus Quest em si (claro que um maior campo de visão e framerate ajudam), mas sim das limitações da realidade virtual atualmente, mais em concreto de sentir um determinado peso ao pegar nas bolas. Sem contar com as partidas de bowling do Wii Sports, “contam-se pelos dedos duma mão” as vezes que eu joguei bowling na realidade, onde é percetível que o peso de uma bola é importantíssimo para o lançamento, assim como para a técnica adotada. O jogo tenta implementar esta sensação, dentro dos possíveis, sendo que o mesmo lançamento para bolas diversas, resulta nestas moverem-se a velocidades diferentes, no entanto, não se sente o momento da bola a formar-se durante o lançamento, que é algo que separa este jogo do bowling convencional.

Um elemento que ajuda à imersão é o multiplayer online, sendo que a presença de outra pessoa em tempo real recria o ambiente social, que é costume nos salões de bowling. Contudo, o multiplayer local quebra a imersão ao tirar o headset para passar ao próximo jogador.

A ação de passar o headset entre turnos no modo local, revelou-se menos desconfortável que o previsto, isto graças à portabilidade dos Oculus Quest e também a uma opção que permite aumentar o número de turnos a fazer antes de trocar de jogador (um pormenor importante a meu ver). De resto, a nível de conforto, é o expectável em termos de realidade virtual, transpiração sobretudo à volta do headset, sentir algum cansaço, e quiçá experienciar uma ligeira má disposição (principalmente para recém-chegados a esta tecnologia), mas pouco provável, visto por se tratar de uma experiência estacionária.

Salienta-se que o movimento do avatar pelas pistas e pelo lobby é feito por teletransporte (ou literalmente a andar pela área de jogo, se houver espaço), opção que pode não agradar a todos jogadores (especialmente aos mais experientes em realidade virtual), mas, que não traz tanto desconforto a quem não está tão habituado.

Em termos de jogabilidade, não foge muito ao bowling, no entanto, pode até tornar-se repetitivo, caso se esteja a jogar sozinho e sem nenhum objetivo em mente, como comprar uma bola específica, ou desbloquear todas as pistas. Algo que (a meu ver) podia ser feito para encorajar mais jogadores a continuar ativos, seria mostrar o que cada troféu necessita para ser desbloqueado e talvez deixar uns escondidos, dando assim ao jogador um objetivo a superar.

Parece bowling… mas é bowling?

ForeVR Bowl na sua essência é bowling, na medida em que nos consegue fazer imergir nos anos 90, não só graças à combinação imersiva de cenários extraordinários, assim como a uma banda sonora cheia de clássicos, e que aproveita a realidade virtual para ser muito mais. Mesmo que na prática não substitua totalmente o bowling tradicional, ForeVR Bowl é bem capaz de criar bons momentos enquanto se joga.

7.0
Score

Pros

  • Experiência fiel de bowling
  • Grande variedade de modos de jogo
  • Designs incríveis de pistas e de bolas
  • Ótima banda sonora, com opção de pesquisa online

Cons

  • Pode-se tornar repetitivo
  • Omissão de descrição na conquista de troféus

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