Komi Can’t Communicate – Análise

Tenho ouvido e visto algumas coisas relacionadas a este manga há um bom par de meses desde a algumas imagens da personagem principal, a comentários nas redes sociais sobre o quão bom era. Estive quase para o ler, até que foi anunciado uma adaptação para anime. E aí fiz o jogo da espera até o seu lançamento. 

A Komi-san não consegue se comunicar, mas isso não significa que não o queira fazer 

A premissa é bastante simples, Tadano considera-se um rapaz mediano numa escola de grandes estudantes e uma deles, é a Komi, considerada por todos uma rainha e a mais popular.  

Quando chega à escola Tadano, encontra-se com Komi, ele fica deslumbrado com a sua beleza e a aura de respeito que ela transmite, o que sucede a um estranho momento de difícil comunicação entre os dois e rapidamente Komi abandona-o. Quando acabam as aulas, Tadano e Komi estão sozinhos na sala de aula e é a partir desse instante que Tadano, repara na dificuldade que Komi tem em se comunicar. Foi durante esse momento entre ambos a comunicar-se a partir de um quadro negro que Tadano torna-se o primeiro amigo de 99 que a Komi tem a ambição de ter. 

Um trabalho de direção que torna o anime melhor que a obra original 

Das mãos de Tomohito Oda, Komi-san wa, Komyushou desu. demonstra que uma historia simples pode ter direito a uma direção que chega à escala de um filme. Isto graças à obra estar nas mãos do estúdio OLM que trabalhou em imensos projetos relacionados com Pokemon e uma produção original a destacar lançada recentemente, ODDTAXI. Se tiverem interessse podem ler sobre o que o meu companheiro Alexandre Amador, tem a dizer sobre este anime, entre outros ao clicarem aqui.

Os primeiros episódios deslumbram-me, a animação era de topo, a direção das sequências bem executada, no entanto a direção é incrível não só na animação mas na inserção de referencias a videojogos(neste caso RPG, tendo em conta a sua popularidade no japão). Não só isso, existe um segmento que faz uma referencia obvia à serie 24 horas, que me apanhou desprevenido.

Komi como é uma personagem de poucas palavras normalmente para a auxiliar ela usa um caderno a se comunicar usa um caderno ou por vezes gestos ou movimentos com os olhos já que esta tem os exageradamente grandes para demonstrar certas emoções. No entanto existe segmentos em que o próprio anime indica com uma legenda o que a Komi está verdadeiramente a pensar. A sua beleza e a aura de respeito que transmite só os fatores da personagem para os outros tratarem na com respeito como se fosse uma deusa. Apesar de ela não apreciar de todo e por vezes sente um mera ansiedade com muita gente em torno dela. E a equipa de animação faz um excelente trabalho a adapta-la com os seus movimentos extremamente exagerados.

O personagem principal, Tadano, como considera-se um zé ninguém e ter alguém como Komi-san apesar de beneficios, acaba por torna-lo odiavel pela turma, já que muitos indicam que não tem o estatuto social para sequer olhar para ela. Contudo, o este suporte masculino é o unico que consegue interpretar o que ela sente no momento. E é verdade que apresenta alguns traços muitos tipicos neste genero de anime/manga, mas os momentos em que ambos estão juntos acabam por aquecer sempre o coração.

A banda sonora é composta por uma variada de músicas de acordo, com os seus momentos, algumas acabam por ser simples, como é comum num slice of life. Contudo, a apariçao da musica final cria um grande impacto e volta a ter varias aparições durante o decorrer do anime, mas com algumas varientes com o uso de outros instrumentos.

Algo que para mim foi o ponto alto do anime foi ver o crescimento da Komi, em termos de relacionamento com outras pessoas. Nota-se que ela esforça-se para dar o seu melhor e é bastante gratificante ver isso acontecer.

O tipico Slice of Life? 

Na sua maioria, este estilo de anime acaba por não ter na sua maioria uma narrativa mais linear e dispersa-se com situações do dia a dia que acontecem com os personagens. O que também vai englobar os clichés aos quais já nos habituamos (as japonesices), mas que são compreensíveis tendo em conta que acaba por ser algo mais cultural. Contudo para os novatos nesta industria de animação japonesa acabarão por estranhar.

Komi-San demonstra que os Slice of Life também merecem uma Direção de topo 

Não existe um grande número de animes deste tipo que tem um tratamento de qualidade, especialmente um Romcom/Slice of life e a Komi-san é o exemplo disso. Na sua totalidade apreciei bastante, apesar de ter um estilo episódico e alguns clichês inseridos, mas tendo em conta toda que acaba por ser tipicamente nipónico é facilmente desculpável.  Certamente que adorei a relação do Tadano e da Komi onde ambos tornam-se mais próximos (mas não tão próxima, estamos a falar de um típico Romcom, só para lá do episodio 60 e poucos é que começam a dar as mãos).

Contudo, uma segunda temporada já foi anunciada, por isso fico curioso para saber se esta qualidade se irá manter.