Hillbilly Elegy é mais um filme lançado pela Netflix, dirigido por Ron Howards (reconhecido realizador, com vasto portfólio: Apollo 13, A Beautiful Mind, Cinderella Man, Rush e mais recentemente Solo: A Star Wars Story, a trilogia de The Da Vinci Code, entre outros), baseada na autobiografia de J.D. Vance, intitulada Hillbilly Elegy: A Memoir of a Family and Culture in Crisis, um drama familiar sobre luta de J.D. para se tornar no homem que é hoje.
Esta longa-metragem, possui atores de peso no seu elenco, tais como Glenn Close (aclamada pela academia de cinema, sendo 7 vezes nomeada a um Óscar, reconhecida pela sua interpretação nas longa-metragem como: 101 Dalmatians, Fatal Attraction, Albert Nobbs e The Wife), Amy Adams (também 6 vezes nomeada a um Óscar, conhecida pela sua interpretação em: The Fighter, The Master, American Hustle e Arrival – que já foi analisado pela CaixaNerd) e Haley Bennett (uma atriz conhecida pelos trabalhos como: The Equalizer, The Magnificent Seven e The Devil All the Time), entre outros atores.
Destaca-se também a banda sonora, que é obra do compositor Hans Zimmer e David Fleming, além da cinematografia, que ficou a cargo de Maryse Alberti.
Ohio…
Este drama familiar, conta a história de J.D. Vance (Gabriel Basso – adulto), iniciando com a narração do protagonista das suas aventuras na juventude (Owen Asztalos – J.D. jovem), que fizeram dele o homem que é hoje, principalmente a interação e convivência com a sua família mais próxima, a mãe Bev (Amy Adams), a sua irmã Lindsay (Haley Bennett) e os seus avós, Mamaw (Glenn Close) e Papaw (Bo Hopkins).
J.D. é criado no ceio de uma família muito protetora, que provêm da região de Kentucky, onde os habitantes têm como cultura proteger a família a todo o custo. E o núcleo familiar de J.D. não é diferente, existindo uma especial proteção para com ele e principalmente com a sua mãe.
Nesta narrativa do protagonista adulto, percebemos que foi criado numa família com problemas financeiros, mas não só. Ficamos a saber da origem da sua família e respectivas histórias, como por exemplo da sua avó Mamaw, que engravidou quando tinha apenas 13 anos e fugiu de casa com Papaw. A sua mãe, seguiu parcialmente as pisadas de Mamaw, engravidando pela primeira vez quando tinha 18 anos e a partir desse momento a sua vida foi focada nos filhos, tendo de abandonar os estudos para cuidar deles. Contudo, com o passar dos anos, conseguiu tirar o curso de enfermagem, com o principal apoio dos pais. Mas para garantir uma vida melhor para os filhos, Bev tentou várias vezes casar, e assim conseguir estabilidade na sua vida e na dos filhos.

No entanto, nem tudo é um “mar de rosas”, pois J.D. adulto continua enfrentar dificuldades económicas, tendo vários empregos para tentar pagar os seus estudos de advocacia na Universidade de Yale. Ele está num momento crítico da sua vida, pois está na fase de fazer entrevistas, para garantir um estágio nas melhores empresas do país. Mas é no meio de uma destas reuniões, que recebe uma chamada urgente da sua irmã Lindsay, a dizer que a mãe foi hospitalizada, pois teve uma overdose.
Neste momento, J.D. vive um dos maiores dilemas da sua vida, voltar para Ohio (e fazer uma viagem de 10h) para estar presencialmente com a mãe e ajudá-la no que precisar, ou se manter nas reuniões para conhecer os CEO’s das empresas, e assim se poder apresentar. Já a meio da viagem, contacta a namorada, Usha (Freida Pinto), e informa-a que está a caminho de Ohio, para visitar e ajudar a mãe, sabendo que pode estar a perder a oportunidade crucial de se dar a conhecer às empresas.
Durante a viagem, e com tudo o que está a acontecer à sua volta, J.D. vai tendo flashbacks da sua vida, que são propícios ao momento vivido. É assim que ficamos a conhecer mais alguns marcos dos seus familiares, pois Bev é emocionalmente instável, e devido aos problemas vividos tornou-se dependente de estupefacientes.

No entanto, nas piores situações, J.D. recorre sempre (sem pensar) aos avós para o ajudar, principalmente a Mamaw, por quem tem um carinho muito especial. Esta é acusada diversas vezes por Bev, por não ser uma boa mãe, de nunca saber do que ela precisa e que não precisa da ajuda dela para lidar com os filhos.
De volta ao presente, J.D. chega ao hospital e encontra a mãe num estado lastimável, e para piorar a situação descobre que Bev não tem seguro de saúde, o que faz com que J.D. não saiba o que fazer com ela, pois tem apenas algumas horas para resolver esta situação. No meio desta situação J.D. recebe uma chamada, confirmando que este conseguiu a entrevista de estágio que tanto desejava, no entanto esta tem de ser realizada no dia seguinte, o que torna todo o processo para o protagonista mais stressante.
J.D. sabe que tem de tomar uma decisão importante, pois o seu futuro pode estar em risco. Neste momento ele volta a lembrar-se do passado e de tudo que a mãe fizera por ele, mas também de todas as asneiras dela. E é quando se volta a recordar, de Mamaw, um dos pilares da sua juventude. Pois esta, no momento mais obscuro da sua jovem vida, o salvou e o levou a viver com ela (com as poucas condições que tinhas), na condição de ele se tornar melhor. Mas tal como Mamaw diz, é J.D. que tem de decidir ser alguém na vida ou não, como referido por ela, pois “no Mundo existem 3 tipos de pessoas: o bom exterminador, o mau exterminador ou o neutro”.

A Viagem…
HillBilly Elegy é um filme repleto de estrelas, destacando-se o fantástico desempenho de Glenn Close e Amy Adams. Que brilham em todos os momentos que estão em cena com as suas interpretações, ofuscando tudo o resto e transmitindo todas emoções necessárias que as personagem estão a vivenciar. Estas atrizes fascinantes e carismáticas, apresentam uma caraterização fenomenal (mais um trabalho que se destaca muito pela positiva nesta longa-metragem) e com a sua representação, ficaram “iguais” a Bev e Mamaw.
Contudo, a interpretação dos restantes atores, ficam um pouco na sombra do que vemos com estas duas atrizes, principalmente a representação de Gabriel Basso e Owen Asztalos (J.D. Vance – jovem adolescente), que ficam aquém do que seria expectável para o protagonista, mesmo o jovem ator Owen Asztalos ter conseguido um melhor desempenho. Pois as suas representações de J.D. não são particularmente interessantes, funcionando quase como um “pano de fundo” para mãe e a avó da personagem principal, acabando por tornar a história menos impactante.
A narrativa apresenta um contraste dramático, alternando entre o passado e o presente, nos momentos críticos vividos por J.D., mas também, dá-nos a sua visão dos acontecimentos e o porquê de tomar certas atitudes. Para complementar a cinematografia, muito bem conseguida, apresenta planos fantásticos sobre a visão que J.D. tem do mundo e do que o rodeia.
Todo o design, assim como a banda sonora, traduzem uma boa caracterização da época americana representada, de forma interessante. O enredo é simples, mas exibe energia e momentos emocionais (sem cair no melodrama exagerado, pois contém momentos cómicos, muito adequados, e presentes nos tempos oportunos). No entanto, verifica-se alguns pequenos deslizes de ligação, especialmente nos flashbacks. Além da subtrama da personagem principal com sua namorada, que é pouco relevante e acaba por ser redundante (tal não acontece com a interação com a sua irmã, o que poderia ter sido mais explorado), para a evolução do enredo da história.
Em suma, esta nova longa-metragem da Netflix, apresenta uma história comum e simples, com alguns pontos menos positivos na narrativa da história (existindo alguns detalhes que nos fazem perder a ligação do enredo). Contudo, tudo isto acaba por ser abafado com uma caraterização e interpretação avassaladora, por parte das atrizes secundárias. Por isso, não será surpreendente, caso este filme tenha pelo menos uma nomeação na corrida aos grandes prémios do cinema, tais como os BAFTA ou até mesmo Óscares. Assim, podemos dizer que Hillbilly Elegy é mais uma aposta muito positiva por parte da Netflix.
Partilhamos, convosco o trailer deste drama familiar…

7.0 Score
Pros
- Interpretação de Glenn Close e de Amy Adams
- Caracterização e Maquilhagem
- Cinematografia
- Banda sonora
Cons
- Interpretação de Gabriel Basso
- Narrativa da história (existem detalhes que nos fazem perder a ligação ao enredo)
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