Análises, TV

Chainsaw Man Ep3- Análise

Eu sei que já vou atrasado, mas não deixa de ser relevante, face às suas revelações, comentar acerca do episódio 3 de Chainsaw Man. Revelações, informações importantes, traições, surpresas e muito mais, naquele que talvez seja o episódio com mais conteúdo do anime até agora (já a contar com o quarto). Vamos então à análise.

Informação útil para guardar nos nossos caderninhos

Para os leitores assíduos das minhas análises a esta série, acho que já entenderam que o meu principal intuito com este trabalho não é propriamente dizer o que gostei ou desgostei nos episódios, mas sim esventrá-los e retirar o máximo de informação e mensagens possível. É quase aquilo que faço para analisar um anime completo, mas agora publicado no site.

Assim, e visto que este episódio está carregado de boa informação, achei sensato reservar um espaço inicial para catalogar alguns conceitos novos.

O primeiro conceito é relacionado com a burocracia da equipa de caçadores de demónios estatais. Ao que parece, há certas regras que devem ser cumpridas no exercício das suas funções. Uma delas é que têm uma área de jurisdição específica, que não pode ser transposta (pelo menos por Power e Denji, que têm a agravante de serem tratados como demónios a caçar em caso de fuga) e a outra é que a agência estatal não pode interferir na caça de demónios efetuada por um caçador privado, a não ser que essa ajuda seja pedida pelo caçador encarregue pela caça. É normal que, no mundo em que os demónios e a sua caça são normalizados, haja regras específicas acerca deles (para além da importância que esta regra tem na crítica ao capitalismo presente na metalinguagem da obra, algo que não pode ser ignorado, por mais que alguns queiram fingir que não existe).

O segundo conceito é a da escala de poderes dos demónios. Afinal, nomes como “O demónio do sangue”, ou “O demónio morcego” não são apenas nomenclaturas para facilitar a semântica da coisa, mas também para classificar facilmente o poder do bicho. Consoante o medo que a população humana tem em relação a certo conceito, o ser que possui esse conceito poderá ser mais forte ou mais fraco. Um exemplo que a Makima deu neste episódio é a diferença entre um suposto demónio do café e o demónio do carro. A população tem um receio muito maior a carros do que a café, logo, o demónio do carro seria mais forte que o demónio do café. Fica, assim, claro que o demónio mais forte de todos seria o demónio chinelo da mãe. obviamente. Brincadeiras à parte, penso que este é um conceito que dá alguma autonomia ao espectador para efetuar uma avaliação prévia ao inimigo, antes que ele mostre a sua força, algo que torna a obra mais intuitiva, bem como mais fácil para o autor apresentar um adversário forte, sem que precise de mostrar a sua real força.

Passemos agora para as mensagens do episódio.

Makima transmite toda a informação

Humano vs Demónio, Power vs Denji

Power é uma infernal, ou seja, é o resultado de uma humana possuída por um demónio (no caso, a consciência é de demónio). O autor não descartou as diferenças entre os demónios e os humanos.

Por um lado, temos Denji, que apesar do sacrifício de Poshita, não mudou a sua personalidade e forma de pensar. Por outro, Power, que possui uma personalidade própria de demónio (vê humanos como objetos e não consegue incorporar os sentimentos dos humanos da melhor forma).

No início do episódio, Power não compreende o sentimento de perda de Denji, bem como os prazeres mundanos humanos. Acaba até por desdenhar dos sentimentos de Denji em relação ao Poshita, já Denji começa a entender que os seus sonhos são, no mínimo, mais humildes que os restantes.

Quando acontece a infelicidade do gato da Power, ela apercebe-se que finalmente compreende o sentimento do seu colega, quase como se apercebesse que tem ainda humanidade dentro de si. Quase que aparece um arrependimento por parte da demónio em ter traído Denji, algo que parecia impensável no início do episódio, dada ao tratamento da personagem em relação aos humanos. Esta dualidade demónio/humano representada intrinsecamente pela dupla Denji/Poshita e extrinsecamente pela dupla Denji/Power teve um tratamento muito cuidado neste episódio e o nosso protagonista parece a ponte perfeita entre as duas realidades.

Power e o seu Miaow

Conclusão

Destaque ainda para a referência portuguesa nos elétricos da cidade e para a melhor ending da temporada (até agora, claro).

Related posts