Nestes últimos anos do Universo Cinemático da Marvel, tem havido muitos projetos com o intuito de construir algo para os próximos 10 anos. Contudo, admito que não fui grande fã de muitos destes recentes filmes e series. Sinto que acabam por ser mais espetáculos por incluir X ou Y ou por grandes clímax finais e não histórias que constroem personagens e tudo ao seu redor.
Um reencontro com o passado
Esta sequela começa após o Avengers: Endgame, onde Thor reunisse com os Guardiões da Galáxia para possíveis novas aventuras. Mas após receber a notícia de que um ser, de seu nome Gorr está a aniquilar vários deuses por todo o universo, Thor vê-se obrigado a fazer algo. Sendo assim, decide abandonar a equipa e voltar a reencontrar se com caras conhecidas, incluindo uma antiga paixão.
Dirigido e escrito por Taiki Waititi e com o regresso do mesmo elenco que o filme anterior, são acrescentados alguns novos e antigos atores. Como Chris Hemsworth (Thor), Natalie Portman (Jane Foster/The Mighty Thor), Christian Bale (Gorr), Taika Waititi (Korg) e Tessa Thompson (Valkyrie).

Uma divertida demanda intergaláctica
O inicio já é incrível e ao longo do tempo Christian Bale demonstra o potencial de caracterizar esta versão de Gnor, graças à sua performance que possivelmente é a melhor de todo o filme. Com um ar ameaçador, ele demonstra o que vale ao matar fortes e poderosos deuses (off-screen), o personagem também tem um propósito credível e plausível que fará o publico concordar com ele, já que o seu passado foi completo de dor e sofrimento.
Considero que do Taiki Waititi, fez uma gigante batota na questão da Banda Sonora, porque está repleto de bombas dos anos 90, focando-se imenso no rock o que aplica o tom durante o filme, como uma épica aventura. Com bandas como Guns N’ Roses (o homem abusou no numero, mas não me queixo), Abba, Enya, entre outras… Estas aquecem o coração em vários momentos, preenchendo o coração de emoção e nostalgia.
Visualmente, o filme é incrível (em certos momentos), houve um grande trabalho na criação dos cenários, apesar de serem todos uma tela verde por trás, contudo é extremamente notável e ficou um pouco mal disfarçado. Mesmo assim, achei alguns bastante extraordinários com algumas pequenas surpresas para os fãs mais fãs.

Muita comedia, muitos personagens, pouco desenvolvimento
Sinto que tem sido uma grande tendência da Marvel, nestes seus últimos filmes, demonstrar imenso conteúdo no seu filme, apenas com intuito de expandir o seu universo, mas não criar propriamente uma linha narrativa para o filme, tornando o Thor, apenas mais um, apresentando mais de 30 mil coisas e aplicar pouco desenvolvimento.
Não querendo arruinar a experiência para quem está a ler a mas a maneira como o filme foi publicitado, foi um grande golpe baixo, prometendo uma divertida aventura com a envolvência do elenco dos Guardiões. Não passarão de 5 minutos de recapitulação, com um rápida missão final só para despachar os personagens, possivelmente para preparar a sua próxima aventura. Pessoalmente, já suspeitava que o seu tempo era curto, mas nunca pensei que fosse tão curto.
Por muito que goste da atuação do Christian Bale, sendo uma das melhores atuações do filme, o personagem, teve pouco impacto, tendo por volta de 20 minutos de tela, o que não chega para mostrar todo o seu potencial. O pior é que o mesmo personagem é apresentado na banda desenha e acaba por se divergir da sua caracterização e retirar tudo o que lhe foi marcante. Tornando-o em mais um vilão para dar propósito à narrativa, sem grande impacto ou grande personalidade. Ao contrario de Hela, no Ragnarok que demonstra-se uma barreira para Thor e uma grande adversária.
Uma tendência ultimamente da Marvel, é discutir sobre temas e neste caso, acontece isso neste exato filme e claramente como nos outros filmes, apenas existe para nenhum propósito. Fica só no ar, não é levado à fundo, não è desenvolvido, acaba por ficar no esquecimento. É algo que tenho visto em projetos anteriores e acho que ofereceriam algo tão interessante ao filme, no entanto mais uma vez, está ali por estar.
A narrativa tem um ritmo demasiado rápido e apresenta imensos elementos todos amontoados como se quisesse apanhar o comboio, não tendo quase tempo nenhum para desenvolver locais ou personagens. Tendo muitos momentos de: “Olha que porreiro”, “Eles meteram isto aqui!”, que apenas tem o propósito de satisfazer os fãs com momentos de apenas encher os olhos.
Para não falar que substituíram o desenvolvimento do filme, por piadas, algumas que são recicladas do anterior, Thor: Ragnarok e outras que tendem a não acertar. Acho que tenho uma lista bastante grande de piadas recorrentes que pedia que parassem durante o decorrer do filme, sendo que só estão lá para preencher todo o filme.
Como já se não bastasse houve imensos momento durante a esta aventura que questionei: “Como?”, “Porquê?”, “Isto é possível?”. Parecia que não havia explicação sobre alguns elementos, o que deixou confuso, ao ponto de ir investigar sobre eles (para além de sermos obrigados a ver as series, temos de investigar em fontes antigas). Sendo aí onde algumas coisas fizeram sentido e outras ficam no ar, já que neste filme, a Marvel Studios, não pretendeu seguir as bandas desenhadas, presentando novas ideias. Isto pouco correr muito mal ou então bem para eles. Já que os fãs acabam por não decifrar alguns dos próximos passos.
Já que falei em preencher, a Jane Foster está apenas como interesse romântico e por outro motivo. Ela não oferece nada ao filme, nem ao seu desenvolvimento, talvez o único desenvolvimento é num flashback, que demonstra como ambos (Thor e Jane) acabaram a sua relação. Já que esse é também o que oferece mais química com Thor, alias é incrível como a Valquíria estabelece uma melhor relação com Jane do que com o personagem principal.
Claro, sendo um filme do Thor que este tem um maior foco e talvez o melhor desenvolvimento no restante filme, obviamente que os personagens secundários teriam pouca relevância durante o mesmo. No entanto, os personagens secundários tem o propósito de subcarregar o filme com piadas. Sendo o foco a comedia, deixando de lado a historia, de maneira a que o filme seja divertido. É verdade que anterior tinha a mesma formula, mas sinto que esse elemento foi extremamente abusado neste filme e tinha sido melhor balanceado.
Custando-me admitir, mas ao chegar perto do final do filme, apercebi de algo, senti falta de algo ou melhor. Alguém. Todos os filmes do Thor, tinham lá Loki (Tom Hiddleston), que acabam por ser um ponto positivo em todos os filme, não só pelo personagem em si. Mas graças à sua atuação na trilogia de Thor. Venho então admitir que Tom Hiddleston carregava fortemente os filmes deste personagem. Compreendo que agora tenha um projeto só dele, mas senti falta do seu aparecimento.
O clímax final, acaba por ser a cereja no topo do bolo deste “fantástico” filme, já que a forma de derrotar o antagonista é tão desapontante, está mesmo à vista que o Waititi queria fazer um filme familiar, apesar de certos elementos o contradizem. Os últimos momentos do filme, surpreenderam pela negativa já que esperava um desfecho diferente, contudo admito que ficaria igualmente desapontado se o que tinha pensado acabar-se-á por se realizar. Naquele momento já não tinha salvação.
Custou-me imenso a engolir aquele final, ia a caminho de casa a remoer como aquele tinha sido o final decidido, por isso fui investigar algumas informação e estava mais que claro o ponto que apontei anteriormente, este é mesmo um filme familiar, estou para ver como é que a Marvel(Kevin Feige) vai montar as coisas, apesar que juntando as peças do puzzle é fácil apontar onde esta nova fase quer chegar.

É divertido? É, mas acaba por ser mais um, com a mesma formula
É um filme que diverte, acho que para quem não se importar com o que apontei até pode se divertir, só que eu estou a começar cansar-me destas linhas narrativas que aparentam ser tão similares e que acrescentam 0 aos personagens. Pode ser que isto tenha uma importância no futuro? É bastante provável, mas se pensar isto apenas num filme solo, acaba por apenas mais um filme para ir ver e comer pipocas. Começa a ser desgastante.
6.0 Score
Pros
- Divertido
- Atuação de Christian Bale como Gorr
- Banda Sonora com grandes êxitos do passado (é batota colocar Guns N' Roses)
- Alguns backgrounds são visualmente incríveis
- Imprevisibilidade do caminho que o MCU quer seguir
Cons
- Ritmo demasiado rápido
- Guardiões estão em em tela apenas 5 minutos de filme
- O personagem de Gorr foi mal aproveitado
- Muita coisa a acontecer num só filme
- Temas abordados podiam ter um maior desenvolvimento e impacto
- Jane Foster está no filme apenas como interesse romantico
- Piadas recorrentes com um aparecimento exagerado
- Personagens secundários estão presentes no filme com alivio cómico
- Nota-se a falta de Tom Hiddleston no filme
- Climax desapontante
- A inserção forçada de um novo elemento para o MCU
- Muitos elementos sem explicação
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