Análises, Cinema

Star Wars: Trilogia Rey – Análise

Esta é uma saga que nunca tive o prazer de acompanhar na altura em que saiu, acabou por me ser apresentada mais tarde pelo o meu pai, já que ele foi uma das portas para me apresentar uma grande quantidade de títulos. Foi algo que na altura me fascinou, as lutas com lightsabers eram demasiado “fixes” para uma criança. Ainda tive a sorte de apanhar alguns episódios da serie de animação do Clone Wars, que me fizeram gostar ainda mais desta space opera. 

Nunca, tinha tido a possibilidade de ver um filme de Star Wars no cinema, para infelicidade minha e quando soube que a Disney tinha comprado a LucasArts. Confesso que tive sentimentos mistos, muitas coisas foram canceladas, como o Star Wars 1313, a serie de animação do Clone Wars e começou a existir uma confusão no que era ou não canon. 

A força desperta com Nostalgia The Force Awakens

Quem tomou as rédeas desta nova trilogia foi o J.J Abrams conhecido por trazer de volta Star Trek, seria ele o escolhido para trazer de volta esta saga para a nova geração. Com um novo elenco para preencher o ecrã com Daisy Ridley (Rey), John Boyega (Finn), Oscar Isaac (Poe), Adam Driver (Kylo Ren) , com adição dos veteranos, para preencher o nosso coração. 

A narrativa começa com o desaparecimento de Luke Skywalker, onde ninguém tem conhecimento do seu paradeiro a não ser Poe Daemon, que é capturado pelo sucessor de Darth Vader, Kylo Ren. Enquanto isso, temos um stormtrooper, Finn, a escapar-se à Primeira Ordem e uma sucateira num planeta deserto que se encontra à imenso tempo sozinha. No entanto acaba de encontrar este anterior soldado e BB-8. Cabe a estes três devolver o resto do mapa e reencontrarem-se com Luke Skywalker. 

Para como primeira experiencia de Star Wars no cinema, foi algo vibrante e único, com um monte de fãs pela sala a toda que vibravam com o filme. O filme em si, é sem duvida o melhor da desta nova trilogia, o J.J Abrams tinha tudo planeado para esta nova fornada de filmes, já que existe a aparição de variados elementos para serem desenvolvimento no próximas sequelas. Parecia ser o inicio dos bons velhos tempos, apesar que isso se deve à nostalgia, o que não é mau de todo. Já que existem imensas referencias, aparições surpresa, mas nada é forçado, acaba por ser tudo bem planeado, para uma dose açucarada do bom e requintado Star Wars. O fator que torna toda esta experiencia mais apetecível e quase equivalente a um Deja Vu, contudo um lado positivo já que relembra bastante o Episodio IV, fazendo toda uma homenagem ao clássico filme.

Contudo, eu tenho pessoalmente um problema com a Rey, ela no inicio aparenta ser uma sucateira que entende de mecânica, o que aceito perfeitamente, contudo acontece que ela é praticamente “todos os personagens”, no filme. Ela conduz naves e tem conhecimento de como a Millenium Falcom funciona, tem habilidade com blasters e ainda usa a força. O que faz com que o novo o elenco não tenha uma particularidade para oferecer ao filme. Outra coisa, que me incomodou foi a morre de um personagem, o qual achei muito, mas como possivelmente foi a pedido do ator, eu não coloco as culpas na produção. Contudo, impediu o que seria uma das cenas mais icónicas da saga.  

No final, este é um bom começo para o que poderia ser uma trilogia de sucesso. 

A ultima esperança – The Last Jedi 

The Last Jedi, continua a narrativa e mantem o mesmo elenco, tendo algumas alterações e adições, incluindo a mudança do diretor passando a ser o Rian Johnson, a tomar as rédeas da sequela.

Como tinha acabado o anterior filme, Rey encontra Luke Skywalker que está numa ilha isolada para lhe entregar o seu lightsaber. Contudo, este velho tem alguns remorsos do que se passou no passado, enquanto isso Finn e companhia vão numa missão sorrateiramente, para impedir que o desastre aconteça.  

Se algo que eu tenho de admitir, a cinematografia do filme está espetacular, existem tantos momentos fantásticos neste filme. O clima mais pesado que o filme apresenta, é uma grande inserção no mesmo, fazendo-nos questionar o que se está a passar múltiplas vezes e quem é que tem razão. Como no anterior as surpresas são bem-vindas, mas mais uma vez é tudo uma questão de nostalgia. 

O que é se passou aqui? Honestamente, eu queria saber, tínhamos o que aparentava ser um futuro brilhante para o regresso desta amada Saga. Mas foi tudo pelos os ares. Tanta construção e pontas soltas foram fechadas da forma mais abrupta possível, algo que pareceu forçado, muitos dos desenvolvimentos dos personagens tiveram toda uma outra direção, ou não tiveram direção nenhum, é honestamente revoltante, o que saiu daqui.

O Luke, estava tão fora do personagem, fez tantos erros que era impossível, imaginarmos que ele faria tal coisa há uns anos atrás se o víssemos com um sábio Jedi, contudo tivemos algo completamente fora do esperado. O antagonista, Snoke que tinha sido construído como uma grande aparição do mal, sendo que levará Kylo Ren para o lado negro da força, foi “destruído” de tal forma, sendo uma das inserções que mais me desiludiu, nesta trilogia. Que vergonha, quem é que achou boa idea a isto?

Nem quero mencionar sobre o filler do casino, que acabou por ser toda uma perda de tempo com o objetivo de apelar aos direitos dos animais. Foi toda uma completa confusão, mas isto está prestes a piorar. 

A queda dos Skywalker The Rise Of Skywalker

Depois da caida do ultimo Skywalker, Rey vê-se forçada a treinar sendo ela a única Jedi capaz de acabar com a Primeira Ordem e o Kylo Ren. Contudo para grande surpresa para todos o Imperador Palpatine está de volta.  

O que é que há de positivo neste filme? Os aspetos técnicos, a banda sonora, mas também onde é que o Jonh Williams consegue falhar? Enfim, esta é capaz de ser a uma das minha maiores desilusões no cinema até hoje. Contudo, compreendo com o que o J.J Abrams teve de trabalhar, devido ao que lhe foi entregue, aposto que deve ter jogado as mãos a cabeça, começa a escrever o guião e quando acaba diz: “Que se dane, vai assim e tá bom”. Ele teve de ir busca coisas ao baú, trazer de volta certos pontos da narrativa e tentar arranjar aquilo de alguma forma. Porque o filme está em Speedrun para se tentar concertar, já que o ritmo é tão rápido, num momento estamos em x planeta, fechamos os olhos e já estamos em planeta y.  

Os personagens já estavam totalmente desconstruídos por terem passado pelas mãos do anterior diretor, então aqui cada vez menos relevância têm. A Rey tornou-se mais uma vez o foco de toda esta trilogia roubando o holofote, para focarem-se mais na relação do Kylo Ren e Rey.  

O proprio Kylo Ren, que prometia ser um dos grandes vilões de Star Wars, já que a sua aparição inicial deu todo um ar tenebroso ao personagem, mas não, claramente que não faz sentido tudo o que se passa aqui. O homem fica tão interessado a ir atrás da Rey e não quer saber de mais nada, é apenas isto…

Mas quem é o Vilão, tendo em conta que o Kylo Ren está armado em Stalker, pois bem, citando um personagem: “De alguma forma, o Palpatine está de volta”. É, é isso mesmo, mas vamos saber de onde é que ele veio? Não, mas é claro que não. Contudo, o melhor é mesmo a revelação feita em relação ao personagem, eu não podia acreditar no que estava a ler.

Então o Finn, o Poe, e outros? Já que temos tantos personagens de tela, não existe propriamente tempo para todos, então apenas existem e também servem de alivio cómico. É como a narrativa, não está presente e é uma autentica comedia. Rir para não chorar.

Solenemente, nunca senti tantas emoções negativas, é como se tivessem a destruir por completo o meu livro favorito, pagina por pagina. E só fiquei porque estava perto do final, mas a enorme vontade que tive de sair da sala de cinema nos últimos 5 minutos de filme, era mais rápida que o ritmo deste grande desastre. 

Uma trilogia em vão, que estava nas mãos de uma grande corporação 

É triste, é realmente triste, ver o potencial desta nova trilogia foi completamente arruinada, a pouco e pouco e sendo honesto, não sai mais destroçado porque estava a sair simulatoriamente a serie do The Mandalorian, que teve na semana final um grande desfecho ao contrario desta desilusão. 

Custa-me dizer, mas o futuro já não está nos filmes de Star Wars, mas sim nas series a serem desenvolvidas para o Disney +. É lá que vejo futuro para deste IP. 

5.0
Score

Pros

  • A adorada franquia regressa
  • Boa Cinematografia
  • Jonh Williams não desaponta
  • Um esperançoso arranque
  • Atuação competente da parte dos atores
  • Grande trabalho técnico
  • Fator nostalgia é chamativo e bem colocado (por vezes))

Cons

  • Historia descarrila ao longo dos filmes
  • Um exagerado foco na Rey
  • Kylo Ren é desapontante
  • Personagens secundários sem preposito
  • Um final desastroso para a nova trilogia
  • Não passou de um fácil cash grab para a Disney com imenso potencial

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