Análises, Cinema

Sozinho em… Lar Doce Lar – Análise

Acho que todos nós, nos recordamos dos momentos em que era véspera de Natal, sentávamo-nos para ver com a nossa família o clássico intemporal, sozinho em casa. Que até hoje ainda é transmitido. Foi algo que se tornou um ritual, ver aquela experiência de comedia, que no final acaba por ser agradável com aquela mensagem com um espírito natalício. 

Vamos mudar a fórmula

Na altura em que a Disney comprou a Fox para aumentar o seu monopólio fiquei intrigado sobre as possibilidades, certamente a volta de certos IPs que estão mortos poderiam voltar, mas haviam uns que mais valiam estar quietos. E este é um desses casos. 

Já que o natal se está a aproximar, a Disney produziu um reboot do filme, que está inserido no Universo Cinemático do Sozinho em Casa, o HACU (sim, a tradução para inglês).   

Neste recontar/sequela, começamos para mudar as águas, com o acompanhamento de um casal, Pam Mckenzie e Jeff Mckenzie, (interpretados respetivamente por Ellie Kemper e Rob Delaney) que está a vender a sua casa, já que se encontram com problemas monetários.

Após o foco no que vão ser equivalente aos “tipicos” ladrões, temos a apresentação de Max,(interpretado por Archie Yates) uma criança bastante arrogante que vai ao encontro destes dois, ao pedir à mãe para fazer uma pausa para xixi no caminho para casa.  

A mãe do petiz, decide fazer-se de compradora para o seu filho fazer o número um, ela tem uma conversa com Jeff que estava a explorar a arrecadação e encontra uma caixa com inúmeras bonecas dadas pela sua mãe. É lhe dito que uma boneca em específico, vale imenso dinheiro, mas acaba por não acreditar em tal coisa. Após este momento encontra-se com Max que pede por um refrigerante, mas é lhe negado. Nesse momento ele olha para a tal boneca e vai-se embora para casa. Jeff fica com curiosidade para saber se a boneca vale aquele montão de dinheiro ou não, contudo acaba de se aperceber que tem uma fortuna em mãos e uma com grande exaltação vai buscá-la. No entanto, apercebe-se que desapareceu e que o rapaz a possa ter levado como vingança. Começa então um plano para a ir recuperar. 

Pelo menos tenta ser fiel ao original 

Algo que este título tenta fazer, é transmitir a sensação de nostalgia, o que admito, pelo menos existe essa tentativa. Estão presentes imensas referências aos dois primeiros filmes, desde às armadilhas criados por Kevin, o estilo de como demonstram os pensamentos dos personagens com aquele círculo transparente, a banda sonora que traz de volta vários clássicos que marcaram os originais e até a cena em que o rapaz descobre que está sozinho. Também existe um cameo de um personagem dos dois primeiros filmes.

As sequelas que saíram após os dois clássicos são mais agradáveis

Claro que esta não é primeira tentativa de fazer algo assim, já que existem umas três pseudo sequelas que tentam repetir a fórmula, mas com uma execução medíocre. Sendo assim, o que a Disney pensou foi em mudar a estrutura, mas sem alterar o que a torna tão icónica, ou seja, a clássica cena em que a criança prepara as armadilhas mantem-se e o resto é alterado.

A comedia no filme é sofrível, acabei por rir mais de dor do que outra coisa, sempre que algo era dito por aquelas bocas. Não sei como é possível termos este nível mau de comedia, tão desgastada e algo que em breves anos irá envelhecer como leite.  

 Tenho poucas lembranças de filmes que provoquem tal desconforto e irritação, mas esta experiência consegui marcar os Xs na lista de pontos negativos. Este tem um ritmo lento e demora algum tempo para chegar ao ponto de interesse, o que já por cima torna a visualização deste título desgastante. As performances dos atores são fracas e tão plásticas que é difícil existir qualquer tipo de apego, excluindo num fator.  

Neste recontar, a fórmula altera-se e os ladrões apenas querem recuperar o que foi roubado, tendo assim, todas as razões para o fazerem, o que faz com que eu simpatize com tal ação . Contudo, ver pobres pessoas(literalmente), a sofrer com todo o tipo de dor, foi uma sensação que só me deu vontade de ver o puto pendurado pelos colarinhos acima. 

A personagem que substitui o Kevin (Max), acaba por bastante arrogante e a qual merecia umas boas palmadas. Foram escassos os momentos em que ele fazia algo de benéfico para alguém, mas quando o faz acaba por ser forçado, de maneira a mostrar que ele tem bom coração e não merece o mal. O que não engana a ninguém já que ele acaba por tomar atitudes extremamente agressivas. Compreendo o porquê de mudarem toda a ideologia dos assaltantes, já que a Disney não colocaria a vida de uma criança em perigo, enfrentando assassinos que utilizam armas de fogo. Mas esta certamente não foi a melhor escolha.  

O ato final (que acaba por ser o final do climax), acaba por ser extremamente desapontante, não acredito que tudo tenha terminado naquele momento, deu-me uma imensa vontade de parar de ver o filme ali. Chegue-se à conclusão que tudo podia sido resolvido com uma troca de palavras.  Nunca pensei desapontar-me tanto em relação ao final deste filme, também do que é eu estava à espera. 

Estou incrédulo de como isto está no Disney Plus 

No final de acabar o filme pensei, é para isto que serve o Disney Plus, para vermos algo que apresenta uma qualidade terrível, estilo filme de comedia barato. Quando estava a chegar o serviço, estava com a expectativa que teria conteúdos de qualidade, mas parece que me enganei. 

Este acaba por ser um produto criado apenas para chamar a atenção pelo nome e colocar a ver para aqueles que estão enjoados de ver os 2 clássicos, mas honestamente existem filmes, bem melhores para ver nesta época, alguns que são bastante sobrevalorizados e que merecem mais atenção.   

2.0
Score

Pros

  • a banda sonora conhecida por todos está de volta
  • o cameo foi inesperado

Cons

  • Comédia sofrível
  • experiência frustrante
  • ritmo lento
  • performances fracas dos atores
  • alteração do conceito dos vilões não foi a melhor abordagem
  • Max é arrogante, o que torna a afeição difícil ao protagonista...
  • que por vezes existe um forçar para mostrar que tem bom coração
  • Climax composto por dor e sofrimento
  • o resultado do ato final é desapontante e deixa um sabor amargo na boca

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