A Capcom está em grande nestes últimos anos, pegando nos seus IPs e dando-lhes um novo título, que acaba por ser bastante positivo. Contudo a galinha de ovos de ouro continua a ser a aclamada serie Resident Evil. Com o Remake já disponível, decidi jogar pela primeira vez o original a partir de um port lançando para a Nitendo Switch. Para quem tiver curiosidade sobre o que esperar do Remake pode ler aqui, o artigo que faz uma antevisão ao aguardado título.
Um marco histórico na indústria
Não é mentira que Resident Evil 4 foi um grande sucesso na altura, o que é curioso tendo em conta que este título era suposto ser exclusivo da Gamecube (uma consola da Nintendo que não vendeu muito). Mas contra a vontade do criador, Shinji Mikami, o jogo foi colocado em mais plataformas, ou seja, PlayStation 2 e PC. Mas contando os dias de hoje, a CAPCOM colocou este emblemático jogo em tudo o que é sítio, seja através de ports, remasters e mesmo demasters.
Na história Leon é recrutado para salvar a filha do presidente, Ashley, a mesma está desaparecida e isso faz com que Leon S. Kennedy investigue uma vulgar vila. Para sua surpresa, esta está coberta de habitantes que foram aparentemente infetados por algo, tendo em conta o seu comportamento agressivo, entre outras coisas. Tendo a certeza de que a dica dada estava correta, o protagonista percorre o local para encontrar Ashley.

Uma reviravolta na franquia
Este foi um o título que se voltou para o aspeto de shooting em vez do elemento de Survival Horror, o que para muitos foi ser um grande impasse, honestamente gostei desta nova direção, pelo menos o quarto título, já que este ainda mantém o core da serie e a razão pela razão pelo qual todos gostam.
Devo dizer que compreendo a influencia deste título em muitos IPs, já que este RE se trata de um Third Person Shooter com a camara no ombro. Esta implementação permite ao jogador tenha uma melhor pontaria com uma mira, neste caso é mais um laser. Apesar de ser um jogo com alguns anos é notável que o Leon, se controle como um tanque quando se movimenta, ou seja o Leon fica parado para mirar contra um inimigo. Isto é um aspeto que demora a habituar, mas quando me acostumei com esta jogabilidade, o jogo tornou-se numa divertida experiência.
Para além disto, foram implementados elementos de luta corpo a corpo, a faca é a nossa melhor amiga neste jogo, quando ficamos sem balas no nosso arsenal. Ela salva vidas, mas para além deste objeto cortante o Kennedy também manda os inimigos ao chão com um pontapé giratório ou a fazer um suplex num inimigo. Ação neste jogo não falta.
Uma das adições que mais marcaram o título foram os upgrades, estes estão disponíveis a partir de um vendedor que encontramos em variadas zonas do jogo. Este dispõe todo um arsenal para venda, incluindo alguns upgrades. A mala onde transportamos objetos no início é pequena, mas pode-se aumentar, contudo o jogo obriga o jogador a comprar as armas novas e fazer upgrades, mesmo a vender as antigas já que seria um desperdício deitá-las fora. O mesmo vendedor também dispõe de uma divertida atividade de treino de tiro para se obter algumas recompensas.
Adoro a apresentação visual do jogo, na primeira sequência que se passa numa vila pela qual passou por uma transformação devido a uma misteriosa contaminação. É todo um ar morto pelo local apesar da quantidade de “mortos vivos” que se encontram na vila. Para além disso, aprecio este primeiro local, já que é uma levada de ar fresco das mansões e locais suburbanos.
Resident Evil, apesar de ser produzido por um estúdio japonês acaba de colocar toda a ação num espaço americano e tendo em conta que o foco acaba por ser a América, a inserção de uma diferente cultura e a adição de palavras espanholas no meio de frases. Torna esta experiência mais marcante e memorável. O “furastero” e o “Americano” grudaram na minha mente.
Por falar em icônico, acho que o que torna RE 4 tão lembrado e popular, são os personagens, honestamente eles não têm a mais bem construída narrativa no jogo, o que admito, a história de RE 4 é ok. Mas as linhas de diálogo são hilariantes e patetas, ou seja, não são levadas a sério. O que não quer dizer que não seja no seu total, mas adoro este aspeto neste título. Personagens como o Leon quando solta um one liner a um inimigo ou o Luis que é tão carismático com o seu sotaque carregado. E claro, apesar de ser por vezes irritante, a Ashley. Mas há muitos outros, pelo decorrer do jogo.
O elefante na sala, a Ashley, sim ela irritou-me e provocou a minha raiva, mas isso acabou por ser no início do jogo, contudo ela poder ficar parada e se esconder em lugares ajudou na minha jogabilidade. Poder dar-lhe vida para que não ela não falecesse também é uma função que auxilia a protegê-la. Por isso acho que as pessoas, exageravam em relação a ela, até porque, ela não está assim tão presente no jogo. Agora o jogo arrasta-se demasiado, pelas inúmeras vezes que a temos de salvar porque foi levada por alguém, sem dúvida.

Apesar de ser diferente, retém muito do espirito de Resident Evil
Apesar de este título se afastar dos anteriores, ainda mantém muita da sua essência, desde aos puzzles, as suas criaturas com um design aterrador, mesmo o ambiente do jogo, que mais à frente que acaba por voltar às suas origens. Gosto que ao contrário dos anteriores este não requer tanto backtracking, ele é bastante linear e vai direto ao ponto. Claro, que se volta atrás em alguns momentos, mas não temos de percorrer imensos corredores.
Durante a aventura é possível encontrar notas, estas expõem informação do sítio, do problema, algumas notas pessoais. Estas alimentam o lugar de vida, deste local que era antes habitado por humanos e tornou-se no que é atualmente. Algo que apreciei é a maneira como prepara o jogador, dando breve dados da próxima criatura que vamos defrontar, deixando-me a imaginar como seria o aspeto da criatura e dando um ar misterioso e de alguma ansiedade.
Apesar do que referi, o que adoro no jogo é como ele atira de cara ao jogador um inimigo novo ou algo sobre o mesmo, como uma “evolução”. É inesperado e por vezes apanhou-me de surpresa, um dos pontos positivos que este título e oferece aquele aspeto de survival horror.
Um dos pontos que se destaca no jogo, é o som design este é incrível, o som dos passos o ambiente ao redor, sons de criaturas, entre outros. Ajudam a dar vida a este terrorífico mundo. A banda sonora é igualmente boa e tão memorável, desde à máquina de escrever quando salvamos o jogo que é atribui segurança ou uma música com um tom de suspense para meter os cabelos em pé.
Esta é a minha primeira experiência com o RE4, por isso não tenho ideia de como é jogar a versão da Wii. No entanto ouvi maravilhas sobre este port, já que o ponto que o destaca é os Motion Controls e compreendo que a Capcom não queria fazer o port nativamente desse verão para a Switch e optou pela versão HD. Contudo, era mesmo complicado adicionar os mesmos motions à versão da Swicth. Para além disso o áudio por vezes tem uma qualidade estranha em alguns momentos. Tendo em conta o comportamento deles perante a consola híbrida na altura, diria que foi preguiça e que queriam um dinheiro rápido. Não surpreendia, já que não seria a primeira vez que teriam agido assim.
Eu não sei se eram pelas minhas expectativas ou então por não ter uma verdadeira ideia de como era antes, mas surpreendi-me como o jogo salva automaticamente por área, ou seja, acaba por criar um checkpoint exatamente ali. Honestamente pensava que o checkpoint seria no último ponto gravado, mas lá está isto referente à minha ideia de como pensava que os jogos eram difíceis naquela época.
Após o final do jogo, é oferecida uma campanha extra em que se joga com uma diferente personagem, contudo isto é só a ponta do Iceberg, pois acabam por desbloquear outros extras para obterem mais horas deste incrível jogo.

Faz todo o sentido ser uma referencia para a industria
Passados anos e é inacreditável, como o o jogo envelheceu bem, adorei a experiencia e tornou-se num dos meus jogos favoritos. Claro que tem problemas, mas nada que prejudique a sua apreciação, há que compreender que este é um jogo com uns bons anos em cima, por isso não consigo criticar certos aspetos que na altura não eram considerados um problema. Por vezes as pessoas jogam um jogo antigo e descobrem algum elemento que os incomoda, então criticam esse mesmo jogo, mas esquecem-se que foi este titulo que ajudou a montar o futuro da indutria. Este é obrigatório e tendo em conta que não têm desculpas para não o jogar, já que está em todo o lado. Joguem Resident Evil 4.
9.0 Score
Pros
- Uma mudança na formula, deu-lhe um ar fresco
- Um dos primeiros over the shoulder Third Person Shooters
- Gunplay extremamente divertido
- Design e funcionamento dos "bichos" bastante bom
- Leon e outros personagens tornam o titulo icónico
- Banda Sonora aplicada bem para fornecer ambiente
- Todo o conteúdo desbloqueado após a primeira Playthrogh
Cons
- Preguiça da parte da Capcom de não implementar motions nesta versaão
- Estranha qualidade do áudio em certos momentos
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