A nova consola da geração apresenta o regresso da clássica franquia exclusiva da PlayStation, Ratchet & Clank. Esta continuação segue a linha temporal da saga Future e começa após o Into the Nexus. Com a destruição do dimensionador, Clank decide arranja-lo de maneira a que Ratchet se encontre com os da sua espécie, os Lombaxes. No entanto, após uma celebração em honra do herói devido aos seus feitos, o mesmo é roubado pelo infame, Dr.Nefarious, que intenciona usa-lo para criar um portal que o leve a uma dimensão onde tenha saído vitorioso.
Infelizmente, após um confronto contra os seus dois arqui-inimigos, Ratchet e Clank, o dispositivo é destruído, o que causa a abertura de inúmeros portais para outras dimensões e para prejudicar mais os heróis, ambos se separam. Mas quando tudo estava perdido, Clank é encontrado por Rivet, uma Lombax, que faz parte da resistência para acabar com a tirania do outro Nefarious. Cabe a estes personagens, salvar o Universo (mais uma vez).
Um grande clássico volta à PlayStation
Neste novo título, jogamos com dois personagens, Ratchet e Rivet. Ambos têm uma jogabilidade muita equitativa, ao partilharem o mesmo arsenal e gadgets. A troca entre os personagens só acontece ao viajar para planetas específicos, não existindo uma opção que facilite a sua substituição.
O jogo apresenta visuais magníficos e mantém durante toda a experiência uma boa performance, tudo isto graças ao poder da PlayStation 5. Grande parte da magia do jogo vem do Dualsense, que é bem aproveitado com os Triggers adaptativos. Eles exercem um tipo de força variando o tipo de arma que está a ser utilizada ou no uso das Hoverboots. O Haptic Feedback também mostra a sua capacidade, ao vibrar várias vezes ao longo da experiência de maneira a torna-la mais imersiva.
Rivet, a cabeça de cartaz desta sequencia
A nova protagonista, Rivet, é bem-vinda a esta história de braços abertos, ela traz uma levada de ar fresco a esta serie, com a possibilidade de jogarmos com um Lombax para além do Ratchet. Ela também apresenta uma grande personalidade e é, o maior destaque na narrativa.
As dimensões são o foco deste jogo, trazendo inúmeras sequências com a sua utilização com cenas de pura adrenalina, em que viajamos de dimensão em dimensão num grande nível de rapidez. Contudo, estas ajudam numa questão de movimentação em combate, facilitam na esquiva de inimigos ou alcança-los com mais perícia, para além disso também são utilizados em sequências de plataformas.
Existe vários colecionáveis (tal como acontecia com os jogos anteriores), como parafusos dourados, fatos, spybots, entre outros. No entanto, o que se destaca é a customização da roupagem, apesar de não ser muito complexa, a possibilidade de mudar a palete de cores da armadura é bastante satisfatória. Grande parte delas podem ser descobertas, nas pocket dimension, que apresentam alguns desafios de plataformas inteligentes e por vezes desafiadores.
É verdade que existe uma grande falta de puzzles no jogo e gadgets para nos auxiliar a completa-los, como acontecia nos anteriores, mas o Clank está aqui presente para completar esse pedaço que falta. Como já é costume, o pequeno robô tem sempre direito a fases próprias e que normalmente são para raciocinar e neste título não somos desapontados com isso, com as várias ideias inteligentes no design das mesmas. No entanto, Clank não é o único direito a eles. Glitch, uma pequena robô que sofre de ansiedade e de baixa autoestima, tem o propósito de eliminar os vírus, nos computadores que encontramos no meio das fases. O que dá a origem a divertidas secções que brincam com a gravidade e instantes de destruição.
A banda sonora consegue ser competente na maior parte das vezes, ao demonstrar vários temas diversificados que complementam o ambiente quando devido, também são capazes de transmitir sensações semelhantes a de jogos anteriores, mas nenhuma se consegue destacar.
Para grande parte dos jogadores que estão a entrar na franquia pela primeira vez, não se preocupem porque este é seguramente um jogo para desconhecedores desta serie, ao não dar um grande destaque à história que já persiste há mais de 10 anos.
Onde está a essência dos anteriores?
No entanto, nós fãs que temos um grande historial com estes personagens e que lembrámos de todas as peripécias por qual eles passaram, não temos muito a que nos apegar neste jogo em relação ao que está para trás. Grande parte do elenco destes novos seres é novo e não existe muitos referencias a que possamos nos agarrar, tal como esta franquia já nos tem habituado.
Dois dos grandes nomes no jogo, não tem o merecido tempo de desenvolvimento servindo apenas como ponte para a Rivet, que como referi anteriormente é a estrela do jogo. Graças a isto, o sentimento de soube a pouco vem ao de cima e faz com que exista a pergunta, de se os criadores do jogo pretendem retirar os dois da serie e focar apenas na nova Lombax.
Os planetas podem ser identificados como níveis e é verdade que alguns são densos e tem muito o que explorar, mas existem outros que se apresentam mais curtos e com um design pouco inspirado. Para não falar que muitos são reutilizados ao longo do jogo, dá a sensação de que não pretendiam gastar muitos recursos com o Rift Apart, o que soa estranho para um título da PlayStation 5.
O arsenal ao nosso dispor é composto por muitas armas que fazem um “comeback”, mas nenhuma é na prática divertido de se utilizar, escolheram as armas mais genéricas dos jogos e isso peca muitíssimo, já que a série é conhecida pelos seus designs de armas criativos. Para piorar o aspeto da jogabilidade, todo o conjunto de inimigos é constituído pelos mesmos durante toda experiência, o que torna a experiência monótona e repetitiva. Acrescentando que os chefes a derrotar também são replicas dos proprios e o boss final foi bastante aquém em relação ao histórico de grandes atos finais.
Não deixando de referir a quantidade de bugs e crashes que encontrei pelo caminho, mas nada que um bom restart, não resolvesse o problema. Apenas, acho triste que um título da PlayStation saia com alguns problemas que são capazes de arruinar a experiência.
Para quem esperava que a história dos Lombaxes fosse concluída neste título, pode tirar o cavalinho da chuva, pois após a derrota da verdadeira ameaça, o jogo corta para os creditos, em vez de concluir de uma vez por todas este longo arco da história. Dando, o que parece a indicação para uma sequela.
Não estou desapontado, apenas desiludido
Sendo um grande fã da franquia estou um pouco desiludido, pois nestes últimos tempos tenho elogiado a Insomniac pelos seus últimos projetos que tem correspondido ás minhas expectativas. O Rift Apart não foi um deles, apesar de ser bom voltar a estar com estes personagens, entrar em grandes confrontos com os inimigos, fazer level up ao arsenal, senti que soube a pouco, mas quem não acompanha esta serie há anos vai achar esta uma experiência solida.
7.0 Score
Pros
- A introdução da Rivet
- Graficamente incrível
- A aplicação das dimensões no jogo
- O Dualsense faz este titulo brilhar
- Banda Sonora
- Movimentação de personagens gratificante
Cons
- Personagens iconicos não tem grande destaque
- Fraca escolha de armas para o arsenal
- Repetição dos mesmos inimigos
- Ato final é desapontante
- Bugs e Crashes
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