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Metal: Hellsinger (PC) – Análise

Metal: Hellsinger é o grande título da empresa The Outsiders e a Funcom, sendo apresentado pela primeira vez no evento de Game Awards de 2021. Este jogo é do estilo shooter, mas não um shooter comum, pois está inserido nele o género de jogos de ritmo, o que é uma brilhante ideia, sendo bastante satisfatório e inovador a mistura destes dois géneros.

Durante o evento de 2021, os desenvolvedores do jogo afirmaram que estavam a trabalhar com a banda Two Feathers (que já trabalhou em jogos como WarHammer, AfterLife, Angry Birds e até no tema da personagem Renata Glasc de League of Legends), para dirigirem a banda sonora de Metal: Hellsinger, para isso eles contaram com a participação de alguns nomes icónicos dentro do mundo do Metal, fazendo assim jus ao nome do título deste jogo.

Além deste elenco, Metal: Hellsinger inclui ainda na sua bagagem, a voz do memorável ator Troy Baker, conhecido por ser um ator que se dedica a dar voz a várias personagens dentro do mundo dos videojogos (tais como: Tales of Vesperia, Persona 4, >Prototype, Darksiders. Além de ter protagonizado Conan em Age of Conan: Hyborian Adventures, Yamato e Pain nos jogos da franquia de Naruto, Espio the Chameleon na franquia de Sonic the Hedgehog), mas foi a sua interpretação de Joel Miller, em The Last of Us que catapultou o nome deste ator para as luzes da ribalta e para o público em geral. Este ator também destaca-se nos trabalhos de dobragem em filmes animados (como por exemplo: Scooby-Doo! Spooky Games, Iron Man: Rise of Technovore, Batman vs. Robin, etc.), mas também em séries animadas sejam elas anime ou animações mais ocidentais (Yu Yu Hakusho, Ergo Proxy, Darker than Black, Naruto: Shippuden, Fullmetal Alchemist: Brotherhood, Monster, entre outros).

O Demónio sem Voz…

Metal: Hellsinger, apesar de ser um jogo completamente focado na gameplay, também nos conta uma estória, em que esta é narrada por Paz (Troy Baker) uma caveira (que também é uma arma) que nos acompanha durante toda a jornada.

A estória que Paz nos narra, é sobre um demónio denominado Unknown, que foi banido das terras do inferno e a sua voz foi-lhe roubada pelo governador deste local. Perante isto este demónio terá de passar por diversos portões dos infernos de forma a tentar recuperar o que lhe foi roubado e para tal, terá acesso e usar armas, incluindo Paz, que permitem destronar qualquer um que se atravesse no seu caminho.

Após uma pequena introdução da estória de Unknown, ficamos logo ligados à personagem e “presos” ao jogo para recuperarmos a sua voz. Toda esta aventura é magnificamente complementada com a banda sonora de Metal: Hellsinger, que tal como referido anteriormente é focado no género musical Metal, mas não se assustem, pois para aqueles que gostem deste género musical, será um regalo para os ouvidos e principalmente para os movimentos de cabeça mais característicos e associados ao Metal. Mas para aqueles não apreciem tanto este género, as músicas são Metal mais “soft“, por isso não precisam de ter receio, mas também os desenvolvedores deste título, criaram uma opção onde podemos personalizar a nossa playlist e assim jogar Metal: Hellsinger ao som de géneros musicais que mais apreciamos.

Focando um pouco mais na banda sonora original, destaca-se de imediato o trabalho realizado por Two Feathers é algo genial, já que permitiu ter neste jogo nomes tais como: Tatiana Shmayluk (vocalista da banda Jinjer); Matt Heafy (elemento dos Trivium); Randy Blythe (vocalista da banda Lamb of God); Alissa White-Gluz (vocalista de Arch Enemy) e ainda Serj Tankian (vocalista da banda System of a Down), entre outros nomes sonantes. A combinação de todos estes músicos neste jogo, em que cada um deles está associado a um nível de jogo, é simplesmente brilhante.

Voltando ao jogo, Unknown tem de enfrentar diversos inimigos, e sempre ao som da música, mas esta não é apenas um elemento integrante que nos acompanha, ela faz mesmo parte da gameplay, pois cada disparo, cada movimento, salto, até mesmo o reload (recarregar a arma) está ligado ao bit da música e para sermos mais eficazes nas ações tudo deve ser feito dentro do tempo/ritmo musical, de forma a fazermos combos que eliminaram mais facilmente os inimigos e nos permitem adquirir mais pontos no final do nível.

Além disso, o jogo disponibiliza um contador de kills streak (inimigos mortos em sequência sem levarmos dano), e no topo do ecrã um multiplicador de pontos, em que varia de 1X, 2X, 4X, 8X e 16X, sendo que quanto mais alto este é maior é a intensidade musical e sempre que conseguirmos nos manter nos 16X permite-nos apreciar toda a banda sonora com os vocals, pois abaixo desse valor apenas apreciamos as batidas.

Conforme o jogo avança, mais inimigos surgem no caminho de Unknown, mas também são dados alguns pontos referentes com a narrativa apresentada, e nesse momento o nosso protagonista apercebe-se que o Governador dos Infernos tem-se aliado a demónios mais perversos e mais fortes, além de novos seres, tudo para que Unknown não alcance o seu objetivo final.

Metal: Hellsinger, apesar de apresentar um modelo shooter simples, apresenta também diversos inimigos, que vão sendo cada vez mais diversos, complexos e mais difíceis de nível para nível, sendo que no total existem apenas 8 níveis dentro do jogo.

Assim que alcançamos a fase final dum nível é-nos apresentado um boss fight, em que cada boss está ligá-lo de certa forma ao Ruler dos Infernos, e é uma forma de recuperarmos a nossa voz, mas também ajudarmos Paz, no seu próprio objetivo.

No final do dia, somos apenas um revolucionário ao qual foi destinado um castigo severo, e como rebelde que o protagonista é, não se vai deixar ficar, no entanto, resta-nos apenas apreciar e jogar Metal: Hellsinger pois só assim, saberemos se Unknown recupera a sua voz ou não, e ficaremos a saber, finalmente, o porquê deste ser ter sido castigado desta forma.

A Voz Perdida nos Infernos…

Metal: Hellsinger, é, até ao momento, uma das maiores surpresas do ano dentro do mundo dos videojogos, tendo sido capaz de captar a atenção de diversos jogadores, não apenas os comuns jogadores de shooters, nem apenas os comuns jogadores de Rhythm Games, mas sim um pouco de todos os jogadores. Destaca-se que The Outsiders se inspirou no sucesso de Doom (de 2016), um shooter ao som de uma banda sonora extremamente bem enquadrada no tema, e adaptou o género para que este fosse um jogo de ritmo também, em que tudo o que o jogador faz depende de entrar no ritmo da música, pois garantido que estamos sincronizados, toda a musicalidade escala de forma abismal e o jogo torna-se bastante mais divertido.

Em termos de estória e narrativa, este título apresenta-nos algo muito simples, linear e com pouco detalhe, sendo possível afirmar que a estas são algo secundário no jogo, e talvez o ponto menos positivo neste título. Contudo, e apesar deste aspeto menos positivo, é algo que não estraga a experiência, pois Metal: Hellsinger é um jogo pensado para deixar o jogador em êxtase e este se divertir acima de tudo.

Tal como referido anteriormente, este título mistura os géneros de jogos, ritmo com shooter, em que devemos fazer tudo ao som e à batida da música, no entanto, a estrela é a banda sonora, pois a está é simplesmente genial, que vai prender qualquer jogador que ponha as mãos em Metal: Hellsinger. Apesar da qualidade da banda sonora, existem sempre jogadores que possam não apreciar tanto este género musical, mas a ideia dos desenvolvedores foi brilhante, pois o jogo permite que os jogadores adicionem as suas músicas preferidas à playlist do jogo e assim apreciarem Metal: Hellsinger com algo que gostem.

Em suma, Metal: Hellsinger, é certamente uma das surpresas do ano, a combinação dos génerosShooter e Ritmo num único jogo funcionam de forma brilhante, apesar da estória e narrativa serem um pouco secundárias neste título e talvez o ponto menos positivo a apontar, tal não estraga de forma alguma a experiência. Além do mais, apesar deste título ser curto, pois apenas possui 8 níveis, dentro de cada um deles existe modo extra que nos permitem apetrechar mais o nosso personagem e assim torná-lo mais forte. O design do jogo é lindíssimo, desde dos níveis às personagens, estando tudo bastante bem montado. E sem sombra de dúvidas que o ponto alto é a banda sonora que nos acompanha nesta aventura, pois esta é que nos faz dar quase um “rush” ao jogo, porque depois de começarmos é difícil pararmos e mais difícil é perdermos o foco, pois tudo funciona para nos deixar “amarrados” e jogar ao ritmo da música. Contudo, para aqueles que não apreciem tanto este género musical de Metal, o jogo permite-nos adaptarmos a playlist para algo que gostemos mais. Destaca-se ainda que Metal: Hellsinger será um marco na indústria não pela forma como combinou os dois géneros de jogos, mas como ressuscitou os Rythm Games e voltou a trazer estes à ribalta, com um custo de apenas 29.99 euros na Steam.

Deixamos-vos o trailer deste Rythm Shooter Game

8.0
Score

Pros

  • Combinação do género Shooter e Ritmo num único jogo é brilhante
  • Banda Sonora
  • Extras de cada nível
  • Design dos níveis
  • Design das personagens

Cons

  • Estória pouco trabalhada/explorada

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