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Lies of P (Demo) – Primeiras Impressões

Desde o dia 8 de junho que a versão demo de Lies of P está disponível para qualquer plataforma, e muitos já foram aqueles que se atreveram a jogá-lo. Segundo a publisher Neowiz, Lies of P já levou mais de 1 milhão de jogadores a se aventurarem neste conto do “vigário”, em que jogamos com uma personagem, que na verdade é uma marioneta com a capacidade de mentir, isto dentro de um Universo conhecido desta fábula de uma pequena marioneta que sonha em ser um menino de verdade, já várias vezes adaptado para outros meios mas desta vez num videojogo com um toque de soulslike, talvez seja por aqui que esta demo de Lies of P se inicia.

A CaixaNerd, teve também a sua oportunidade de pôr as mãos em Lies of P, durante todo o tempo em que está disponível (e ainda continuamos a explorar este Universo). Durante este evento, foi possível experimentar um pouco da capacidade de gameplay e das mecânicas que nos são apresentadas nesta demo. Temos ainda um pequeno destaque da narrativa que Lies of P apresenta, além disso, num primeiro impacto, visto só estar completamente disponível a 19 de setembro deste ano, já apresenta um bom aspeto e bastante sólido.

Pela experiência obtida nestas demo, Lies of P revelou-se um jogo do género soulslike, tal como muito já perspetiva quer pelos trailers apresentados, ou mesmo pelas próprias inspirações dos estúdios por detrás desta obra, e com base em todo o conteúdo que Lies of P apresenta parece mesmo fazer justiça a este tipo de “rótulo”. Além do mais este título assemelha-se muito a um dos mais conceituados do género soulslike, denominado Bloodborne e também com alguns elementos que nos lembram o Sekiro, já que as próprias mecânicas estão muito bem aqui inseridas.

Dentro destas mecânicas e gameplay percebemos que o nosso personagem poderá utilizar uma arma numa das mãos (podendo ter um total de 2 armas e ir trocando entre elas), e sendo o outro braço biónico, este comporta-se como uma segunda arma, não sendo possível equipá-lo com uma arma adicional. Porém, as mecânicas que este braço possa ter, acabam por depender do tipo de braço, ou seja, podemos adquirir novos braços com habilidades diferentes, tudo dependendo do nosso estilo de jogo. À semelhança de outros jogos do género, as armas escalam o seu poder dependo do seu género, ou seja existem armas mais apropriadas para velocidade, outras para força e daí em diante. Falando das armas, estas têm a particularidade de perderem a sua durabilidade ao longo dos combates e acabando por ficar estragadas, daí ser introduzida uma mecânica para recuperar a durabilidade das armas, na demo este item tinha utilização infinita, no jogo oficial pode ser que exista neste ponto algumas mudanças.

Tendo em conta tudo isto, o gameplay parece bastante sólido nesta “altura do campeonato”, mas, existem pormenores que poderiam estar mais otimizados ou até mesmo um pouco diferentes, pois assim que ativamos o lock-on, quando fazemos esquivas para nos desviarmos dos adversários, o nosso personagem não rebola (algo que faz sem que o lock-on esteja ativo) e apenas faz um pequeno dash/slice em volta do inimigo. Atenção, esta mecânica é interessante, divertida e até mesmo elegante de se ver, contudo, será preciso alguma destreza para dominá-la, pois esta pequena mudança entre lock-on e não lock-on poderá fazer com que muitos não se consigam movimentar com a liberdade que tinham antes da transição, podendo não conseguir se desviar de imediato dos ataques inimigos.

Além disto, e apesar de na demo não termos acesso ao mapa do jogo, dá a entender que Lies of P apresentará um mapa grande com inúmeras possibilidades de chegarmos ao nosso destino. Porém, ele com a demo não mostra ser um open-world, ou seja, mesmo não sendo open-world existe bastante liberdade dentro dos stages que entramos. Uma outra mecânica, que estará mais ligada à narrativa é a capacidade que o nosso personagem tem de mentir, ou seja, em determinados momentos seremos confrontados com algumas questões das quais teremos escolhas a fazer, como por exemplo: quando nos perguntam se somos humanos ou marionetas, esta escolha de podermos mentir e nos assumirmos como humanos, poderá desbloquear algumas coisas, mas o facto de mentirmos também poderá ter as suas consequências.

Em termos da narrativa apresentada a demo de Lies of P, inicia com um voz feminina a acordar a nossa personagem dizendo que o mestre Gepetto> o nosso criador precisa da nossa ajuda, e só por este contexto conseguimos perceber que Lies of P está inserido dentro da fábula mundialmente conhecida de Pinóquio, e quem deverá estar a falar connosco será a fada azul (suposição). Além disso, neste mesmo instante também conhecemos o grilo falante que nos acompanhará durante toda a jornada. Daí a nossa personagem ser uma marioneta diferente das outras, já que tem livre arbítrio, podendo fazer as suas próprias escolhas e mais do que isso, pode mentir, algo que as outras marionetas não o conseguem fazer.

Assim que o nosso personagem acorda, está numa estação de comboios bastante danificada, mas aqui está uma das curiosidades de Lies of P, pois o ambiente que nos é apresentado está inserido em algures entre o século XVIII e XIX. Abordando um pouco este tema do ambiente deste momento inicial, ele próprio transmite-nos algo mais, pois o próprio ambiente faz um pouco de homenagem e referência aos inícios da indústria do cinema com os filmes e as invenções de Georges Méliès, sendo que alguns até podem ter uma pequena nostalgia com este início com o filme Hugo (não só o ambiente como a construção em volta dos relógios), pois a própria estória deste filme faz uma homenagem ao cinema mas também vai buscar inspiração ao conto de Pinóquio. Daí este início na estação de comboios e com os inimigos que nos são apresentados podemos facilmente nos enquadrar com alguns pormenores aqui mencionados, este foi um pequeno à parte do que este videojogo nos apresenta.

Assim que saímos da estação temos de enfrentar alguns inimigos, ao mesmo tempo que descobrimos as mecânicas de Lies of P, sendo-nos apresentado os Ergos algo semelhante às runes em Elden Ring ou souls em Dark Souls, que servem como “moeda” de troca para adquirirmos itens e/ou armas, mas também para evoluirmos a nossa personagem. Depois desta passagem, chegamos a um Hotel onde devemos provar a nossa identidade, e para isso temos de responder à pergunta: “Quem és tu?”, sendo que temos duas opções, dizer a verdade e dizer que somos uma marioneta ou mentir e dizer que somos humanos. Assim que entramos no hotel conhecemos Sophia a voz feminina que nos guia (sendo que muitas vezes a fada azul nos contos tem o nome de Fatina, poderão não ser a mesma, mas como Sophia também apresenta cabelos azuis, eu vou acreditar neste primeiro impacto que seja a fada azul). Neste mesmo hotel conhecemos ainda Antonella (sendo também uma personagem conhecida dentro da fábula de Pinóquio, umas vezes apresentada com uma marioneta que quer fugir do circo de marionetas, noutros casos uma menina que salva todas as marionetas dos homens maus). Por fim, neste hotel quer Antonella, quer Sophia alertam-nos que Geppetto está desaparecido e que devemos encontrá-lo, pelo tempo dedicada a esta demo, pode ser que isto seja apenas uma missão que poderá não estar no jogo oficial ou poderá mesmo fazer parte de toda a narrativa de Lies of P.

Em suma, pela experiência obtida durante este tempo com Lies of P, o jogo está num estado muito bom e com um aspecto lindíssimo, apresentando uma art design brilhante, mesmo para uma demo, é possível que seja uma das melhores art design da indústria deste ano. A narrativa apresenta deixa “água na boca”, uma vez nos envolve e queremos saber mais deste Mundo Krat (cidade em que a demo se passa) e do próprio Lies of P, para tentar perceber o que aconteceu com as marionetas e com os humanos. Apesar desta demo apresentar cerca de 2 horas e 30 minutos de jogo corrente, possivelmente continuarei a explorar a demo para tentar saber mais até ao momento da saída oficial de Lies of P. As mecânicas apresentadas são interessantes, temos um braço biónico que podemos adaptar ao nosso estilo de jogo e melhorá-lo, temos uma arma na outra mão que vai “designar o nosso estilo de jogo”, apresenta itens para reparar as armas que utilizamos, os itens de cura de HP quando terminam conforme mais inimigos derrotamos ele vão recarregando (como se fosse necessário encher o depósito com óleo das marionetas), depois temos ainda os elementos especiais das armas que estão denominados como fábula, algo também interessante dentro da narrativa. Por fim, Lies of P apresenta uma demo muito completa, jogável e com excelente desempenho, vai deixar quem jogar e mais ainda os fãs deste género de jogos com a pulga atrás da orelha.

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