Análises, Cinema

John Wick: Chapter 4

John Wick: Chapter 4 é um filme de ação americano de 2023 dirigido por Chad Stahelski (duplo, coordenador de duplos e diretor de cinema americano mais conhecido por dirigir a franquia de John Wick) e escrito por Shay Hatten (roteirista e produtor americano, mais conhecido por seu trabalho em John Wick: Chapter 3 – Parabellum, Army of the Dead e Army of Thieves) e Michael Finch (produtor e escritor americano conhecido pelo seu trabalho em Predators (2010) e American Assassin).

É a quarta parte da famosa franquia John Wick, que é estrelada por Keanu Reeves (ator, cineasta, escritor, produtor cinematográfico e músico canadense, obteve o seu primeiro sucesso ao desempenhar o jovem Ted ou “Theodore” Logan em Bill & Ted’s Excellent Adventure, tendo desempenhado o mesmo papel nos 2 filmes subsequentes desta franquia. Posteriormente participou em diversos filmes, tais como: Speed, Feeling Minnesota, A Walk in the Clouds, The Devil’s Advocate, Johnny Mnemonic, Chain Reaction, The Replacements, The Watcher, The Gift, Sweet November, Hardball, Something’s Gotta Give, The Lake House, Street Kings, Constantine, The Day the Earth Stood Still, etc.. Foi novamente (re)lançado para as luzes da ribalta através da sua participação na franquia The Matrix, desempenhando o papel de Neo e mais recentemente ficou conhecido pelos mais jovens pela sua participação na franquia de John Wick), ao lado de Donnie Yen (ator chinês, praticante de artes marciais, duplo, diretor, produtor, coreógrafo de cenas de ação e medalhado do campeonato mundial de Wushu, tendo participado em Shaolin Drunkard, Drunken Tai Chi, na franquia Tiger Cage, Blade II, Shanghai Knights, Dragon, Kung Fu Jungle, Rogue One, franquia de Ip Man, Mulan, entre outros), Bill Skarsgård (ator, produtor, diretor, escritor e modelo sueco, mais conhecido por interpretar o famoso palhaço do mal Pennywise da franquia It. Participou também nos filmes Eternals, Nine Days, Barbarian, Deadpool 2, Atomic Blonde, Allegiant, etc.), Laurence Fishburne (ator e produtor americano galardoado com 3 Emmys e Tony, mais conhecido por interpretar conhecido por interpretar Morpheus na trilogia de Matrix. Participou também na franquia de John Wick, nos filmes All the Old Knives, Ant-Man and the Wasp, Man of Steel, Predators, Mission: Impossible III, Assault on Precinct 13, Othello, entre outros), Hiroyuki Sanada (ator japonês e praticante de artes marciais, mais conhecido pelos seus papéis em Ninja in the Dragon’s Den, Ring, The Twilight Samurai, The Last Samurai, Rush Hour 3, Mortal Kombat, etc.), Shamier Anderson (ator canadense que participou nos filmes Bravetown, Across the Line, City of Lies, Endings, Beginnings, Awake, entre outros), Lance Reddick (falecido ator e músico americano, sendo este último filme que participou da franquia de John Wick dedicado a ele. Além desta franquia ele participou na franquia Godzilla, nas longas metragens Brother to Brother, Tennessee, White House Down, Oldboy, Monster Party, etc.), Rina Sawayama (cantora, atriz e modelo de origem japonesa/britânica, sendo este filme a sua estreia no Mundo do cinema), Scott Adkins (ator britânico, produtor de cinema e praticante de artes marciais, mais conhecido pelos seus trabalhos em The Accidental Spy, The Medallion, The Bourne Ultimatum, X-Men Origins: Wolverine, The Expendables 2, Wolf Warrior, Doctor Strange, American Assassin, Accident Man: Hitman’s Holiday, entre outros).

Clancy Brown (um ator americano frequentemente interpreta papéis de vilão e autoridade, tendo participado em Bad Boys, Highlander, The Shawshank Redemption, The Guardian, Pathfinder, Promising Young Woman, etc.), Ian McShane (ator, produtor e diretor britânico, tendo já ganho vários prémios devido aos seus trabalhos na televisão. No grande ecrã ele participou na franquia John Wick, Nine Lives, Shrek the Third, The Golden Compass, Kung Fu Panda, Coraline, Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides, Snow White and the Huntsman, Hellboy, etc.), entre outros.

O Renascer do Baba Yaga

Após os acontecimentos da prequela deste título (John Wick: Chapter III – Parabellum), em que o protagonista John Wick (Keanu Reeves) estava a ser caçado pela High Table (para quem não conhece os títulos anteriores, é a ordem superior do assassinos e que mantém as regras para que estes sejam “civilizados”) e numa traição que acontece, acaba por se esconder no subsolo na cidade de Nova Iorque, à guarda do “Rei” da rua (ou seja, dos assassinos de rua, que se disfarçam de mendigos).

The Bowery King (Laurence Fishburne) como é conhecido este “Rei” da rua, protege John (também conhecido por Baba Yaga) e ajuda-o a preparar-se para que ele se vingue da High Table, pois tal acontecimento também é do interesse do King. John Wick: Chapter IV inicia com The Bowery King juntamente com o cão de John, a irem ao encontro do conhecido Baba Yaga, apresentando-lhe o seu novo uniforme e afirmando que está no momento do Papão Renascer das cinzas.

Após esta preparação John decide viajar até Marrocos para se encontrar com o Ancião da High Table e perceber a sua situação após os acontecimentos no título anterior, que apesar de ter feito um pacto, John acabou por ser perseguido e caçado pela High Table. Este encontro, não caiu bem na alta sociedade da High Table, e o Ancião é apenas uma das muitas cabeças desta Hydra, que é a Ordem da High Table e em resposta ao sucedido, a ordem decidiu enviar o Marquês Vincent de Gramont (Bill Skarsgård), um membro da High Table resolver a situação e para isso ele tem “carta branca” para eliminar qualquer ligação que exista a John Wick.

Assim sendo, o Marquês convoca o gerente do hotel New York Continental, Winston (Ian McShane), e seu concierge, Charon (Lance Reddick), para que estes lhe expliquem como John Wick ainda está vivo, questionando-os ainda como foram capazes de não cumprirem as regras e darem abrigo a homem que tinha sido “excomungado”. Wiston fica um pouco sem palavras e acaba por não conseguir se justificar. O Marquês diz que vai impor uma nova ordem e uma nova abordagem, que não será preciso matar Wiston para passar a mensagem, pois isso poderia fazer dele um mártir, porém decide castigar Winston pelo seu fracasso e declara-o como “excomungado”, além deste deixar de pertencer à ordem, perde qualquer poder relacionado com o Continental, e para fechar em pleno, o Marquês destrói por completo o império de Wiston, para que esta seja a mensagem passada a qualquer um que apoie John Wick, perderá todo e qualquer poder adquirido.

Com esta jogada, o Marquês Gramont faz com que todos tenham medo de proteger John Wick, pois o preço a pagar é muito caro, maior que as suas mortes, pois a reputação para estes membros é um valor muito elevado. Com John de novo fora dos radares da High Table, Gramont faz mais uma jogada arriscada e contacta um antigo companheiro de John Wick, Caine (um assassino cego e reformado da High Table, interpretado por Donnie Yen) e convence-o a caçar o seu velho amigo, relembrando do seu acordo no momento que saiu da ordem dos assassinos.

John refugia-se no Continental de Osaka, administrado por um velho amigo Shimazu Koji (Hiroyuki Sanada), porém Caine sabe perfeitamente quem poderia dar proteção a John, pois no passado os 3 eram uma equipa de assassinos, mas mais do que isso amigos próximos. Como tal, Caine chega com o exército de Gramont prontos a destruir tudo e encontrar Wick.

John e Caine acabam por se defrontar, mas por milagre e também por ajuda de um assassino desconhecido (que se recusa a dizer o nome, preferindo ser chamado por Ninguém, interpretado por Shamier Anderson) o protagonista consegue fugir, tendo a necessidade de reencontrar Winston que lhe propõe uma proposta de parceria de modo aos dois trabalharem em equipa, e assim, retirar o Marquês Gramont de cena e talvez voltarem a serem reinseridos na ordem dos assassinos, com perdões absolutos. Apesar de John Wick não se sentir confortável com a situação, poucas são as soluções que lhe sobram, arriscando assim no plano de Wiston, algo que o leva às origens e à sua família de Ruska Roma. John Wick decide levar este plano adiante, mas será que irá ter sucesso e finalmente se livrar da High Table?

O Fim da High Table ???

John Wick: Chapter 4 pode ser talvez o último filme da franquia (contudo, já se sabe que uma série sobre o famoso hotel Continental está em produção, e há rumores sobre um capítulo 5), porém, a experiência que este mais recente título submete ao espectador é alucinante e asfixiante, no que diz respeito a nível de coreografias de ação, sendo algo que não impede de tirar os olhos do ecrã e o curioso é que John Wick: Chapter 4 apenas apresenta 3 cenas de verdadeira ação.

A nível de narrativa, a estória apresentada é bastante simples e resolve alguns problemas que ficaram em aberto em John Wick: Chapter 3 (um filme que na reta final teve vários problemas de narrativa e construção de personagens), contudo, o Chapter 4 acaba por conseguir “dar a volta” à questão e justificar algumas coisas, mas, não vai deixar de parecer um pouco estranho, uma vez que algumas personagens se contradizem um pouco. Além disso, os argumentista envergam por caminhos que contrariam o filme anterior, daí o início de John Wick: Chapter 4 ser talvez bastante rápido e um pouco descontínuo, mas com a mesma velocidade que começa rapidamente inicia a nova jornada e premissa deste filme, em que John se vê mais uma vez caçado pela High Table, no entanto, os planos da ordem alargam e acabam por atacar todos os podem ou pensam em apoiar o protagonista, fazendo com que haja perigo em qualquer esquina ou ponto de refúgio.

A nível de interpretação dos atores, todo o elenco de forma geral se enquadra das personagens que protagonizam, claramente Keanu Reeves nasceu para ser John Wick, assim como Bill Skarsgård que interpreta aquele que pode ser considerado o melhor vilão dentro desta franquia, sendo que em qualquer momento que Bill está em cena facilmente a nossa atenção é dele, destacando-se a capacidade de imprevisibilidade que coloca no seu personagem, pois nunca sabemos o que esperar do Marquês Gramont e é algo que Bill nunca deixa escapar na sua interpretação.

Esta aventura oferece cenas repletas de lutas brutais e vertiginosas, que por vezes nos fazem esquecer por vezes da sua narrativa menos elaborada e atraente. Estas sequências de ação duram tanto e são preenchidas com tantos combates corpo a corpo, com armas brancas, armas de fogo e veículos que a uma velocidade frenética que se torna hipnótica. Este é um contributo magnífico para embrulhar o espectador nesta atmosfera “confusa”, violenta e ao mesmo tempo divertida, apresentando ainda excelentes cenários, cheios de caos em termos quase abstratos. Destaca-se ainda que existiu um nome português Francisco Martins que fez não só parte do elenco de duplos, mas também da equipa por detrás de todas estas coreografias, de referir também que talvez este seja o melhor e mais complexo a nível de coreografia de combate em relação aos outros títulos da franquia.

A banda sonora e a sonografia complementam de forma brilhante as cenas de ação, fazendo o espectador imergir ainda mais nesta aventura cheia de violência.

Em suma, este mais recente filme da franquia é um dos melhores, mais emocionante e selvagem de ação moderna, em que possui cenas de luta que cortam a respiração dos fãs, sendo complementada por uma banda sonora, sonografia e cenários internacionais espetaculares, que nos fazem esquecer por vezes da narrativa, estória e diálogos mais simples e fracos. Stahelski e o diretor de fotografia Dan Laustsen, tal como mencionado, valorizam as superfícies brilhantes, figuras em silhuetas e panoramas de cidades internacionais. A narrativa e estória de Shay Hatten e Michael Finch não é tão nítida, mas fornece contexto suficiente para manter Wick passando de uma aventura perigosa para outra, bem como reduz astutamente o protagonista a um Ronin de poucas palavras, deixando os seus olhares e habilidades falarem por ele. Kennu Reeves consegue exalar a gravidade, o propósito e o cansaço de forma assustadora. As outras personagens contribuíram para com que Reeves brilhasse neste filme, especialmente o vilão interpretado por Bill Skarsgård, porém algumas personagens poderiam ser mais desenvolvidas para contribuir mais para a estória. Porém Reeves e Skarsgård conseguem brilhar mesmo com esta narrativa. Acima de tudo, se realmente for o último título da saga John Wick, esta longa-metragem é uma ótima forma de concluir a franquia.

Partilhamos, convosco o trailer do filme de John Wick: Chapter 4

7.0
Score

Pros

  • Brilhantes cenas de ação (possivelmente as melhores e o mais complexas de toda a franquia)
  • Interpretação de Kennu Reeves e Bill Skarsgård
  • Cenários de ação e de trabalho de câmara
  • Sonografia
  • Banda sonora

Cons

  • Início um pouco controverso na continuidade do título anterior
  • A narrativa não é muito impactante
  • Algumas personagens com pouca profundidade

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