Análises, Jogos

It Takes Two (PC) – Análise

Antes de começar a analise, há imenso tempo que estou para colocá-la no site, mas tendo em conta que perdi grande parte dos ficheiros que estavam no PC, perdi igualmente as capturas de ecrã. Ou seja, não as estranhem, sendo que em último recurso tive de ir buscá-las a trailers e etc… Não era a minha visão para o artigo, contudo foi a melhor solução que arranjei.

Se calhar acaba por ser redundante começar este artigo, ao referir que este fenómeno que afetou a população numa escala global e distanciou as pessoas tornando o seu contanto apenas por um palmo de um ecrã, ainda é uma realidade. No entanto, houve um jogo que apareceu com a ideia de voltar a juntar as pessoas, que também trouxe algo que nunca se tinha visto na indústria, um jogo co-op de plataformas comparável a um AAA.

Só são precisos dois

Foi na altura do Game Awards de 2017 que Josef Fares, tornou-se publicamente reconhecido na industria devido ao seu comentário em relação aos Oscares, mas mal sabia eu que este homem, com o seu estúdio Hazelight Studios fosse criar uma experiência co-op que remetesse aos velhos tempos, onde estaria presente uma tela dividida, para uma melhor experiência cooperativa.

A narrativa acaba por ter uma premissa extremamente simples, em que a filha de um casal que está à beira do divórcio acaba por transformar os seus pais em dois bonecos de madeira como pura magia. Isto leva a que sejam introduzidos ao livro mágico por detrás desta magia, de seu nome Dr. Hakim, o livro do amor. E o seu objetivo é muito simples, voltar a juntar os dois.

Plataformas em co-op com a etiqueta AAA 

Não me lembro de ver no passado um jogo tão colossal como o It Takes Two. No início começa por áreas mais pequenas, mas no seu decorrer apresenta estes locais enormes e cheios de objetos para interagir. O design e a inovação a cada nível é de louvar e o jogo apresenta-se bastante diverso, com imensos conceitos e metáforas visuais, algo de que o jogo está recheado.  

 Foi brilhante distinguir os personagens com que se joga, tornando-os bastante únicos, onde cada um tem as suas habilidades, demonstrando que ambos diferem um do outro. Contudo, não é só nos “poderes” que são atribuídos que dão uma sensação de desigualdade. Já que os seus movimentos e a maneira como interagem com os seus objetos acabam por distintos e únicos para cada um. Por exemplo, se a mãe interagir com um globo ela vai gira-lo para a direita, enquanto que o pai o move para esquerda. 

Existem locais bastantes espaçosos, onde se pode encontrar objetos apenas com o a premissa de interagir, sendo um dos pontos altos, os minijogos. Pequenos desafios em que competimos de forma amigável com diversos estilos de jogos, deste ao caça a toupeira, tiro ao alvo, puxar a corda, etc… 

O design de som é outro dos grandes destaques, a ambientação e a interação com os diversos elementos que se encontram no jogo, acaba por tornar a experiência imersiva neste jogo fantasioso, momentos como sermos aspirados por um tubo e a voz abafar quando comunicam entre si é um exemplo de muitos outros detalhes deliciosos que o jogo tem para oferecer.  

Por vezes parece uma celebração da indústria dos videojogos. Sim, o jogo tem inúmeras referências a filmes e videojogos. Mas o destaque acaba por ser os videojogos, são inúmeros momentos em que a jogabilidade muda drasticamente, tendo uma secção em que se pilota um avião e no mesmo momento começa um combate estilo Street Fighter, contudo isto é só o começo. 

A própria jogabilidade dos personagens, está bastante refinada, sendo um jogo de plataformas esta é certamente responsiva. No entanto, o que me fez adorar este titulo é a incorporação do co-op, que pega na mesma base do seu  jogo anterior, A Way Out. No entanto gostei muito mais da execução do It takes two, já que não me recordo de ver um jogo de plataformas co-op com esta apresentação tão ambiciosa 

A banda sonora pode não ser tão memorável ou icônica, mas faz um excelente trabalho para ambientar o jogador nas diversas situações. Existem diversos temas que são facilmente aplicáveis nos diferentes mundos, que acaba por enaltecer esta divertida aventura, incluindo a utilização da distorção de uma música para um momento inesperadamente intenso (até larguei o comando). 

No final de cada “mundo” existe quase sempre um chefe para derrotar e estes são bastante criativos, tendo que sempre utilizar constantemente os nossos novos poderes para o derrotar e cada fase acabar por inovar e ir mais além, mudando significativamente entre o modo de o derrotar, foi algo que me agradou bastante ver neste jogo. Mas sempre que não existia um grande chefe para derrotar eram recebidos na mesma por incríveis áreas para explorar.

A inconsistência do nível emocional

Ao experienciar este, senti que faltava algo, porque por muito coração que tenha o jogo, não tem o suficiente para criar um momento emocional em torno da sua conclusão. Foi algo que senti falta, pareceu-me bastante apressado e sem tempo para se criar um momento especial.

No que toca a diálogos, acabei por ficar a revirar os olhos imensas vezes, já que por vezes este acaba por não ser credível, especialmente vindo da boca de dois adultos, já que muitas vezes agem como crianças, mas diria que não seria um problema se a sua classificação fosse para maiores de 7, o que não é o caso.

Uma experiencia única e memorável para ambos

Ao passar os créditos, fiquei maravilhado com a existência deste jogo, algo que já peço à anos. Uma experiencia que depende de ambos para funcionar e admito que o tema abordado neste jogo foi genial, nesse ponto a Hazelight Studios, está de parabéns. Contudo, a narrativa ficou um bocado aquém do que esperava, (no ato final até tinha ido buscar lencinhos).

Espero continuar a ver mais projetos deste estúdio e que a EA continue a apoiar estas equipas mais indecentes, foi das poucas coisas em que a EA acertou nestes últimos anos e sinto que o Josef Fares ainda está só a começar.

9.0
Score

Pros

  • CO-OP divertido e ambicioso
  • Criativo design de niveis
  • Um grande variedade de elementos
  • Os "poderes" tem um significado narrativo e tornam a experiencia menos repetitiva
  • Banda Sonora enaltece a experiência
  • Os minijogos trazem uma competição amigável
  • Design de som é extremamente refinado e cheio de detalhes
  • Momentos que fazem menção a diversos videojogos

Cons

  • Os dialogos dos personagens principais não convencem
  • O final desapontante

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