Análises, Jogos

I Expect You To Die 2 (Oculus Quest/Quest 2) – Análise

 Os mais atentos saberão, quer tenham prestado atenção aos Game Awards, jogado o original I Expect You To Die, ou tenham lido a minha análise do mesmo, que este jogo teve direito a sequela, e que o nosso agente apesar de presumido morto (tal como eu por aqui nestes últimos dois meses) está pronto para travar os novos planos maquiavélicos de Zoraxis, agora com direito a nome, o agente Phoenix.

 Deve-se notar que esta análise a I Expect You To Die 2 é uma comparação direta ao seu predecessor, por isso sugiro então a quem não estiver familiarizado com o jogo que leia primeiro a minha análise do mesmo aqui.

No que está bom não se mexe

 A fórmula do jogo continua a mesma, explorar o espaço em volta de forma a obter informação que ajude a completar a missão em questão, evitando morrer como esperado, podendo estas missões tratar-se de infiltrações à procura de planos secretos, travar engenhos poderosos salvando assim várias vidas, escapando de emboscadas, basicamente o dia-a-dia de um agente secreto. Tudo isto confortavelmente sentado usando os mesmos poderes telecinéticos para controlar toda uma divisão sem sair do lugar, o que facilita muito a experiência para novatos na realidade virtual.

Lasers sendo disparados em jato privado luxuoso

Pequenos ajustes

 A primeira mudança que me saltou logo à vista, e que ao início mais me fez impressão, é o buff enorme que as garrafas e outros objetos de vidro receberam. Estas que anteriormente se partiam facilmente quando atiradas ao chão (o que para mim é muito satisfatório de se fazer), agora nesta sequela estão muito mais rijas, sendo que, após muita tentativa e erro, apenas se partiram quando manejadas numa das mãos contra uma superfície estática a grande velocidade. Esta mudança é, no entanto, justificada pois em certas missões o uso destas é recorrente e não convém que se partam com facilidade.

 Um outro ajuste que achei interessante, é como neste jogo o jogador consegue magoar o próprio agente e até matá-lo usando lâminas ao contrário do original. Mais engraçado ainda é poder espetar um garfo na própria cara e deixá-lo ficar agarrado, sendo que, caso o jogador não o tire, o agente acabar por morrer por falta de sangue passado algum tempo.

 Fora da jogabilidade, neste jogo o jogador conta com três slots de memória, caso queiram começar novamente do início sem nenhum progresso, ou caso seja mais que um a jogar e estejam com preguiça para mudar de conta. O menú de pausa tem agora mais opções como recomeçar a missão e voltar para o título do jogo, enquanto que no anterior tinha apenas a opção de voltar para a base de operações.

instalação hospitalar privada, com uma bomba com fios coloridos e prancheta sobre manuseamento de bombas

O grande plano de Zoraxis

O que mais destaca este jogo do seu antecessor é sem dúvida a sua história mais linear, já que no primeiro as missões eram mais generalizadas e não estavam tão conectadas (à exceção das últimas três que foram adicionadas após o lançamento) provavelmente para mostrar o potencial do jogo. No entanto, em I Expect You To Die 2, apesar das missões estarem todas ligadas à mesma narrativa, estas não perdem a sua espetacularidade e mantém uma grande diversidade graças à sua história bem conseguida, conseguindo esta ter a seriedade de um clássico de espionagem, mas também uma diversão cartonística, com especial destaque para as vozes que compõem este jogo, de entre as quais Wil Wheaton, a fazer o papel do conceituado ator Jon Juniper.

 O cenário também é completamente diferente, começando pelo tutorial em que o agente se encontra aparentemente a recuperar numa instalação hospitalar da agência de um evento que parece ter reprimido as suas memórias. Sendo assim a primeira parte do jogo passa-se num epílogo, começando uma semana antes deste acontecimento, passando pelos eventos que levaram a tal. O espaço onde escolhemos as nossas missões e que vamos decorando à medida que são completados desafios também é diferente, sendo agora uma roulotte equipada de tecnologia da que se vê nos filmes, e o que era antes um projetor com latas de filmes é agora um computador com cartuchos, onde em vez de passar a informação de slide em slide, é agora apresentada por vários ecrãs.

Computador com dois ecrâs e cartucho com duas prateleiras decoradas à sua direita

Uma sequela que não fica atrás

 Se I Expect You To Die me surpreendeu pelo seu estilo característico de filmes clássicos de espionagem, aliado a um visual cartoonístico e simplista que leva o jogador a sentir na pele que é um agente secreto, então I Expect You To Die 2 surpreende por conseguir pegar nisto tudo e acoplar uma narrativa uniforme e interessante, que consegue ser divertida e séria nos momentos certos, tornando este um dos melhores jogos de realidade virtual do ano passado.

 Foi prometido também o regresso do nosso agente Phoenix num próximo jogo, prometendo também eu uma análise ao mesmo assim que lhe meter as mãos, até lá Stay Nerdie!

8.0
Score

Pros

  • Variedade de cenários
  • Missões criativas
  • Ótima banda sonora e vozes para complementar a imersão
  • Visual cartoonístico e típico de espionagem bem conseguido
  • História bem conseguida

Cons

  • Algumas físicas que deixam objetos bugados
  • Alguns objetos que não interagem como o esperado

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