Acho que já aconteceu a todos ver um trailer de um jogo e ficar expectante para o lançamento do mesmo. É algo comum, ficamos a contar os dias até poder pegar nele. Contudo este mais recente título publicado pela Bethesda e criado pelo estúdio de The Evil Within e o Ghostwire Tokyo, o Tango Gameworks. Apareceu no meu ecrã e encantou-me com a sua premissa, no mais recente showcase da Xbox.
Um rapaz que quer ser a maior estrela de Rock
Esta peripécia começa com um rapaz, Chai, que se insere no projeto Armstrong, criado por uma enorme corporação, a Vandelay Technologies. Este consiste em substituir um membro por um prótese mecânica. Acontece que acidentalmente, Chai tem a sorte ou azar do momento da operação, o seu MP3, ser alterado com ele, o que origina criação de um rapaz com poderes de musica. O mesmo, já é um grande fã e quer ser um estrela rock, então junta-se o útil ao agradável. Contudo, é aqui que começam os problemas. Após a operação é considerado defeituoso. E Chai é procurado pela fabrica por variados robôs, mas para surpresa dele, encontra um gato robô, com o nome 808, com o qual deve cooperar para poder escapar do local. Mas mal sabe ele, que este é o começo de uma grande aventura.

Um hack and slash de ritmo?
A premissa deste jogo agarrou-me, por ser um hack and slash. Este é um tipo de jogo que se vê pouco na industria nos últimos tempos e sempre que aparece ou é uma sequela de um IP já existente ou então um milagre. A verdade é que este título não ser somente um hack and slash é o que me impressionou, a ideia de este implementar um sistema de ritmo, torna Hi-Fi Rush brilhante. Contudo há outros detalhes que o destacam.
Toda a apresentação do jogo, é num delicioso estilo remetente quase a um livro de BD, todo muito colorido com uma grande emergia e todo ele inspirado animação 2D. Tudo graças ao excelente trabalho de cell shading no jogo, que declaro um dos melhores trabalhos que os meus olhos já “comeram”. Para não falar, na adição de cutcenes em animação 2D, que são uma delicia e o melhor é quando há sequencias diretas, ou seja, passar da jogabilidade para um cutcene e vice versa.
A jogabilidade é composta por um sistema de combos, sendo este um jogo de ritmo, à que manter a batida constante para uma melhor pontuação no final do confronto, a musica também soará melhor se esta ação for executada. Dando ao jogador uma tremenda satisfação ao concluir uma destas secções, se for completada com uma pontuação elevada. A musica e estar no ritmo, traz a sensação que somos uma grande estrela de rock, o que é bastante satisfatório. Já que se trata de um hack and slash, estão disponíveis skill trees, melhoramentos entre outros, para amplificar o sistema de combate, algo sempre bem-vindo, para aumentar o numero de ataques e assim executar combos.
O jogo, todo ele é pensado na musica, sendo assim, todo o jogo está no “ritmo certo”. Nos cenários existem objetos que se movem ao som da batida, transmitindo ao jogador qual o ritmo que tem de acertar, acaba também por ser também um auxiliar para quem está perdido e quer se encontrar, mas também é possível observar o gato robô que se encontra ao lado do personagem. O que me deixou de queixo caído, foi o jogo ter varias cinemáticas que mantêm o timing perfeito com a batida, o que combina tão bem com a premissa de Hi-Fi Rush.
É de deixar uma pessoa de boca aberta, ver que a Tango Gameworks, tenha tido tanto cuidado em detalhes sonoros. É algo que não me recordo ter sido feito, nesta escala, dos únicos títulos que me lembro e era executado em algo mais curto foi nos níveis musicais do Rayman Legends. Contudo, a banda sonora não fica nada atrás, esta vai muito em busca do género do Rock, o que traz à banda sonora faixas, que dão vontade de abanar o capacete enquanto enfrentamos inimigos e e especialmente bosses. Sendo em esses momentos, que se aumenta o volume e me imerge nas grandiosas batalhas.
Este titulo, apresenta sempre várias novidades à medida que se vai avançado, admito que ao ultrapassar o primeiro boss, criei expectativas que o jogo teria uma repetida formula, e que se iria repetir constantemente, mas não. Fui surpreendido com o método de como o jogo se desenvolveu, não se tornando desgastante e ao mesmo tempo introduzindo novas mecânicas que aplicantes no confronto de inimigos. Dando também um “acorde” diferente em cada luta contra um boss.
Os personagens no jogo são carismáticos e apresentam personalidade, mesmo que sejam estereotipadas. Uma das minhas favoritas acaba por ser o CNMN, um robô que para mostrar emoções desenha durante conversas variadas caras. É hilariante ver, o personagem faze-lo sendo o único método mostrar o que sente. Para além disso, os bosses em termos de design são espontâneos, todos contém um elemento que os destaca e há um deles que faz referencias ao anime, JoJo’s Bizzare Adventure. Este titulo está recheado de referencias a outros conteúdos de entretenimento durante o jogo, os próprios personagens fazem varias referencias à própria industria dos videojogos.

Por vezes, “fora de tom”
O jogo apresenta sempre ideias novas e refrescantes que se aplicam na jogabilidade, o que não me deu fadiga, quando o mesmo terminou, fiquei satisfeito com a experiencia e achei que termina num bom ponto. No entanto, acho que o design fica muito limitado, acaba por ficar dentro de um padrão linear com algumas áreas escondidas e a maioria dos ambientes raspam no aspeto industrial, com a repetição de muitos assets.
Não é algo que me incomoda imenso, já que esse não é o seu foco, mas a narrativa é demasiado simples. Não faz nada de extraordinário, é bastante cliché e acaba por existir apenas para dar um propósito aos personagens. Acho que com tempo, poderia ter sido pensada de uma outra forma, mas mais uma vez, não era o foco, então não é muito incomodativo. Nem toda a narrativa nos jogos tem de ser semelhantes a grandes experiências cinematográficas.
Talvez, seja pessoal, mas quando estou cercado de inimigos numa certa zona em jogos, gosto de ter uma método de escolher que inimigo atacar. Coisa que no jogo, não foi implementada e existe momentos em requer essa habilidade, devido a momentos em que estão à minha frente 3 tipos de inimigos diferentes e um deles é um é voador. O que complica a execução de combos perfeitos, na minha jogabilidade, mas mais uma vez, posso ser só eu, a ser picuinhas.
Ao terminar o jogo, este ofereceu muito conteúdo pós-jogo, sendo que suspeitava de tal tendo em conta que existiam varias áreas interditas que só seriam possíveis aceder ao obter uma certa habilidade. Para além são desbloqueados desafios e outros tipos de atividades, incluindo o acesso a um modo de dificuldade mais desafiante. E estes recompensam o jogador com a moedas do jogo para desbloquear extras catitas. Acaba por ser um método cativante para estender o tempo de jogo.

Um novo IP para refrescar a industria
Para quem quer jogar algo refrescante, aconselho vivamente Hi-Fi Rush. Um “Devil May Cry like” de ritmo que vai buscar aqueles tempos em que os jogos, tinham o foco na vertente de diversão, sem a preocupação de oferecer uma experiencia cinemática.
O ano começa bem e de forma surpreendente, com o aparecimento de mais um IP Hack and Slash e com inserção de um ideia tão irreverente e que demonstra que a industria consegue ainda oferecer ideias que demonstram o potencial existente, especialmente em estúdios indies. Já que maior parte dos AAA querem Gaas (Game as a Service), experiências cinemáticas ou jogos com a formulas semelhantes à jogos “cheios” de conteúdo de mundos abertos. O mais incrivel disto, é que o podem jogar no serviço da XBox, o Game Pass.
8.0 Score
Pros
- Visualmente incrivel
- Banda sonora de abanar o capacete
- A mistura de Hack and Slash e Rythm Game, é capaz de ser a melhor já criada nos ultimos anos
- O arduo trabalho de deixar todo o jogo no ritmo
- Sequencias de animação 2D quão passam para a jogabilidade
- Referênicias à industria do entretenimento
- Uma Grande Banda Sonora à acompanhar
- Conteúdo pós Game
Cons
- Narrativa Simples
- A falta de um sistema para focar em inimigos especificos
- O constante ambiente industrial pelo o jogo fora
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