Antes de iniciar esta análise, quero deixar aqui expresso o meu agradecimento e nota, pela partilha de conhecimento e da experiência do meu caríssimo colega Bernardo Horta. Sendo esta análise um culminar das visões de nós os dois.
Elden Ring, é o mais recente jogo das distribuidoras japonesas Bandai Namco Entertainment e FromSoftware (que também é a detentora de títulos como: King’s Field, Echo Night, Ninja Blade. E obviamente tínhamos de deixar a referência à marca que deixaram na indústria com o seus estilo Souls games, com as franquias: Demon’s Souls. Dark Souls, Bloodborne e mais recentemente Sekiro: Shadows Die Twice), e com direção de Hidetaka Miyazaki, o homem por detrás de todas estas franquias de Souls.
Além disto, Elden Ring, conta ainda com a participação de George R. R. Martin (o mundialmente conhecido escritor pela obra de fantasia épica A Song of Ice and Fire, que deu origem a The Game of Thrones), que se apresenta aqui como argumentista desta estória, mas também, que terá tido um papel no design do do próprio Mundo. Este vídeojogo, tem ainda no seu elenco de produção uma enorme equipa de compositores, de forma a tentar tornar toda a experiência épica, tais como: Tsukasa Saitoh, Yuka Kitamura, Shoi Miyazawa, Tai Tomisawa, e Yoshimi Kudo,.
A sagrada benção de Elen Ring…
Elden Ring, inicia com a customização da personagem que iremos encarnar nesta jornada, após este pequeno/grande passo (depende sempre tempo que levamos a criar aquele que nos leverá a conhecer o mundo de Elden Ring), somos introduzidos a um conto, deixo-vos a pequena passagem dessa introdução:
“As folhas caídas contam uma história, a história do grande anel ancião (Elden Ring) que foi partido, na nossa casa, através do nevoeiro The Lands Between.
Agora rainha Marika “A Eterna”, não se consegue encontrar e na noite dos cavaleiros negros, Godwyn “O Deus Dourado” foi o primeiro a perecer. Em breve, todos os semideuses descendentes de Marika, irão reivindicar os fragmentos do anel ancião (Elden Ring). A ambição louca pela sua força recém-descoberta desencadeou a quebra. E assim, surgiu uma guerra da qual nenhum senhor apareceu. Uma guerra que levou ao abandono pelo bem maior.
Oh levanta-te agora, ele manchou, ele está morto. Ainda vive a chamada de muito tempo perdido fala com todos nós.
As bençãos do anel ancião (Elden Ring), deixado a Hoarah Loux “O Chefe Supremo do Ermo” também conhecido por “Goldmask”; Fia ” A Companheira do Leito da Morte”; Dung Eater “O Repugnante” e Sir Gideon Ofnir “O Eremita” que tudo sabe. Mas um outro a quem a graça voltaria a abençoar “Um Sem Nome”, para o nevoeiro atravessar e às terras chegar, para diante do anel ancião (Elden Ring) se tornar O Senhor Ancião.”

Assim, chegamos às terras e somos “atirados” para um terreno, completamente dizimado por uma batalha, recheado de corpos e armas de guerra, e é quando nos apercebemos o que teremos de enfrentar.
Ao longo dessa passagem, caímos em batalha, mas a fortuna está do nosso lado, pois somos o “Escolhido”, um dos que procuram o Elden Ring e por isso, em batalha não cairemos, nem que isso viole a Ordem Dourada.

Durante estes momentos, temos um pequeno tutorial que podemos “ignorar”, pois o jogo não nos obriga a passar por ele. Estando inserido num Open-World (Mundo Aberto), este permite-nos explorar e seguir o caminho que desejarmos, podendo isso nos levar à nossa “queda”, por não sabermos o que fazer (ficando sempre ao critério de cada um – uma pequena dica, vale a pena explorar).
Depois deste segmento, todo o Mundo se abre aos nossos olhos, e é quando percebemos a dimensão das terras e vales que podemos percorrer. O que observamos de imediato é um pequeno boss, que muitos tentarão a sua sorte, no entanto, outros tantos virarão as costas, querendo seguir o seu caminho, na procura pelo Elden Ring e assim tornarem-se “O Senhor Ancião”.

Um Open-World num jogo Souls…
Elden Ring, tal como mencionado anteriormente, é o mais recente jogo da produtora FromSoftware, podemos dizer que é a versão que culmina todos os pontos dos jogos anteriores do género Souls, e que tenta melhorar aqueles que não foram tão bem conseguidos. Podemos começar logo pelo Open World apresentado, com uma dimensão absolutamente gigantesca, repleto de vida e com uma variedade enorme de biomas, sendo que cada uma das criaturas acabam por ser mais características e surgirem em mais abundância, dependendo da área onde nos encontramos.

Além desta inovação (pois um Open-World é uma inovação neste tipo de jogos, pois nos títulos anteriores, apesar de parecer aberto, na verdade era um “disfarce” e havia uma ligação permanente entre todos os stages, quase como se de camadas se tratasse o mapa ligadas entre si), existem outras que facilitam o jogador na exploração como é o caso do “cavalo” e além disso torna todo o mundo apetecível de se explorar, pois é “fácil” lá chegarmos, mas também o sistema de crafting que nos permite criar diversos itens que nos vão ajudar durante a nossa jornada, vai fazer com que o jogador queira efetivamente explorar.

O que dizer sobre este título? Sim, Elden Ring, apesar de ser bastante semelhante (para não dizer igual) aos Souls anteriores (podendo ser chamado por muitos como Dark Souls IV), é extremamente surpreendente, principalmente devido à diversidade de vida apresentada, pois como este tipo de sistema de Open-World não seria esperado menos, que uma diversidade de biomas gigantes, algo que acaba por estar ligado à lore do jogo (acreditando que nesta construção do mundo, esteja o “dedo” de George R. R. Martin).
Pois a forma como está construído, parece que todo o mundo está vivo, pois NPC’s não surgem só porque sim, eles têm a sua própria rota (não são todos) e os seus afazeres, para além de que os mesmos que surgem de dia, não são exatamente os mesmo que aparecem à noite, ou noutras horas do dia.
Tal como referido anteriormente, para uma melhor e mais acessível exploração do mundo, temos um “cavalo”, mas este não serve apenas para isso, permite-nos também combater montados nele, sendo uma mecânica bastante apetecível, pois aumenta as nossas hipóteses de sermos bem sucedidos em determinados confrontos (por isso, em relação à nota deixada pelo Bernardo no seu vídeo de Elden Ring – aqui, realmente existe aqui algumas coisas que ajudam no aparecimento do Easy Mode). Também o crafting é algo que permite o jogador criar determinados itens e/ou armas que possam ser letais e determinantes nos combates com os inimigos, tornando toda a exploração recompensadora.
Elden Ring, apresenta uma enorme variedade de customização de personagem, o que para alguns “vai ser um problema”, pois vão usufruir mesmo muito tempo na caracterização da sua personagem, apresentando uma liberdade imensa de quem queremos personificar (sendo possível, fazer um semelhante a Guts, Kratos, Geralt of Rivia ou até mesmo um Rurouni Kenshin), além disso, a construção de build da nossa personagem também apresenta uma liberdade estonteante, tudo devido às armas e feitiços existentes, sendo ainda possível reajustar (ou seja, dar um pequeno reset) quer os nossos skills points para aperfeiçoarmos a personagem a determinadas armas a meio do jogo, ou então ajustar mesmo as armas para estas se adaptem ao jogador.
Mas, esta obra não se faz apenas, destas mecânicas, pois dois dos pontos principais positivos são o art design de todo mundo, das personagens existentes e/ou level design, além da banda sonora, quer a ambiente, quer a utilizada nos momentos de combate, estas duas características deixam qualquer jogador boquiaberto, maravilhado e acima de tudo, tornam toda a experiência muito mais imersiva, fazendo-nos querer perder neste mundo de fantasia de Elden Ring. Para além de tudo isto, é notável a homenagem realizada à obra-prima de Kentaro Miura, estamos a falar de Berserk, como é óbvio, uma pequena curiosidade, os jogos da franquia de Souls, tem base nesta obra, e devido ao trágico acontecimento ao escritor no ano transato, seria expectável esta super homenagem extremamente presente no jogo.
Porém, esta análise não elenca apenas os apenas pontos positivos, pois Elden conta com alguns pontos negativos, principalmente a nível de otimização e a utilização do sistema easy anti-cheat, que leva à quebra abrupta de frames, sendo quase imperdoável este “erro” para a produtora com a experiência como da FromSoftware. Além disto, seria pertinente alguma inovação na forma com a estória nos é apresentada, obviamente não teria de ser algo super detalhado e recheado de cinemáticas como noutros jogos, mas poderia ser algo compensador para toda a experiência do jogador.
Em suma, Elden Ring, apresenta-se como o culminar das obras anteriores do género de Souls, com um ambiente bastante imersivo, tudo devido ao seu art design e à sua banda sonora, que não deixam esta jornada ser indiferente a qualquer um que a experiencie. Dá-nos um Open-World gigante, com uma liberdade de exploração imensa e acima de tudo recompensadora, dando assim uma maior dimensão ao jogo e tornando tudo mais fidedigno no mundo que querem apresentar. Teve algumas adições positivas e inovadoras, como é o caso do “cavalo” e o sistema de crafting, contudo, uma melhoria na forma de contar a estória poderia ser uma adição interessante. Apesar de todos os pontos positivos, tal como mencionado anteriormente, é quase imperdoável a queda de frames que o jogo apresenta (mesmo no sistema offline, logo será algo também que está envolvido com a otimização destes), mas, dando nós um voto de confiança, ao que os produtores já vieram dizer e prometer que brevemente teremos um patch/update que irá estabilizar o jogo, deixamos Elden Ring com a nota fantástica de 9/10.
Deixámos convosco dois links, um dedicado ao Easy Mode (realizado por Bernardo Horta) e do nosso recente PodCast, dedicado à polémica em volta de Elden Ring:
Easy Mode
PodCast – Polémica Elden Ring
Partilhamos, convosco o trailer de Elden Ring…
9.0 Score
Pros
- O Open-World torna toda a experiência extremamente interessante
- Art Design (do Mundo e das criaturas)
- Banda Sonora épica
- Excelente variedade de biomas
- Construção do Mundo magnífico (Nota-se o "dedo" de George R. R. Martin)
- Excelente adição de sistema de crafting
- É o culminar de todas as obras anteriores dos Souls Games
- Excelente homenagem à obra de Kentaro Miura (Beserk)
Cons
- Quebra de frames (má optimização)
- A estória como é contada poderia ser algo mais inovador para o género
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