Análises, Cinema

Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves – Análise

Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves, é uma comédia de ação e fantasia americana de 2023 dirigida por Jonathan Goldstein (escritor, produtor e diretor americano mais conhecido pelos seu trabalho em Horrible Bosses 1 e 2, Cloudy with a Chance of Meatballs 2, Spider-Man: Homecoming, Game Night, etc.) e John Francis Daley (ator, cineasta e músico americano que tem trabalhado em conjunto com Jonathan Goldstein em diversas longas-metragens tais como Horrible Bosses 1 e 2, Cloudy with a Chance of Meatballs 2, Spider-Man: Homecoming, Game Night, entre outros), que co-escreveu o roteiro com Michael Gilio (escritor, diretor e ator americano, que ganhou notoriedade com o filme independente Kwik Stop) e estória de Chris McKay (cineasta e animador americano que já possui no seu currículo The Lego Batman Movie, The Lego Ninjago Movie, The Lego Movie 2: The Second Part, The Tomorrow War, Dolittle, etc.) e Michael Gilio (cineasta americano que participou na criação do filme independente Kwik Stop).

Este filme é baseado no famoso jogo de tabuleiro RPG, criado na década de 70, Dungeons & Dragons, foca campanha de Forgotten Realms, não tendo nenhuma ligação com a trilogia lançada entre 2000 e 2012. Esta aventura é estrelada por Chris Pine (ator americano. Ele é mais conhecido pelos seus papéis nas franquias de Wonder Woman e na de reboot de Star Trek e nos filmes Unstoppable, Hell or High Water, etc.), Michelle Rodriguez (atriz americana mais conhecida pelo seu trabalho nas franquias de Fast & Furious e Resident Evil, além das suas participações nos filmes Girlfight, S.W.A.T., Avatar, Battle: Los Angeles, entre outros), Regé-Jean Page (ator de origem inglesa zimbabuense, que participou em Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 1, Survivor, Mortal Engines, Sylvie’s Love, The Gray Man, etc.), Justice Smith (ator americano conhecido pelas suas interpretações em Jurassic World: Fallen Kingdom, Pokémon: Detective Pikachu, All the Bright Places, entre outros), Sophia Lillis (atriz americana que participou na recente franquia de terror It e nos filmes Nancy Drew and the Hidden Staircase, Uncle Frank, Gretel & Hansel, etc.), Hugh Grant (renomado e galardoado ator britânico na indústria do cinema, tendo no seu currículo filmes tais como Merchant-Ivory Maurice, Sense and Sensibility, Four Weddings and a Funeral, Notting Hill, Bridget Jones’s Diary e filme subsequente, About a Boy, Love Actually, Cloud Atlas, Florence Foster Jenkins, Paddington 2, etc.), entre outros.

Esta aventura decorre num Mundo repleto de criaturas fantásticas, tais como dragões, elfos, anões, orcs entre outras, sobreviver é sempre um grande desafio. Edgen Darvis (Chris Pine) é um homem que se arrisca pelos locais mais perigosos e misteriosos do Universo, sempre acompanhado por outros aventureiros, que, assim como ele, estão dispostos a combater o mal e a derrotar as mais temíveis criaturas que surgem durante as suas jornadas.

Curiosamente, a CaixaNerd teve um acesso antecipado a este filme, e tivemos o privilégio de assistir à sua antestreia. E nada melhor que iniciar este filme a ser congratulado pelo próprio cast do filme por termos a honra de ver esta longa-metragem em antestreia.

O Início da Aventura…

A estória inicia numa prisão de alta segurança, numa zona gélida, onde Edgin Darvis e Holga Kilgore, a sua fiel amiga e companheira de aventuras, se encontram encarcerados devido a um assalto que correu mal. Porém, Edgin está esperançoso que em breve eles consigam sair, pois falta pouco tempo para a reanálise anual do seu caso, para ver se lhes é dado perdão e liberdade. Após uma estratégia brilhante de Edgin, os dois amigos conseguem sair desta prisão.

Durante este momento, Edgin aproveita para contar um pouco da sua estória, que em tempos foi um bom homem, pertencendo ao grupo dos Harpers, para proteger os mais desfavorecidos. Contudo, após uma missão onde cooperou na captura de um Red Wizard, ele é vítima de uma vingança por causa disso, a sua estória tem um fim trágico, após este evento, Edgin entrega-se à bebida e depressão, até conhecer Holga que o ajuda a “entrar nos eixos” e a tomar conta da sua filha, sendo desenvolvida uma forte amizade entre eles, como se fossem irmãos.

Na jornada de Edgin e Holga depois de sairem da prisão, Edgin decide procurar Forge, pois ele ficou responsável por tomar conta da sua filha Kira, durante a sua clausura. Porém o reencontro não decorre como o esperado, pois descobrem que Forge é um ladrão traiçoeiro,e como tal trama-os propositadamente, para ficar com todas as riquezas apenas para ele. Para tal, Forge juntou-se a uma poderosa feiticeira, Sofina, para tramar os seus companheiros, além disso, ele aproveitou a ausência de Edgin e Holga, para manipular a cabeça de Kira contra eles.

Forge, planeia limpar todas as pontas soltas e para isso indica a Sofina para mandar os seus guardas se livrarem de Edgin e Holga, porém os nossos heróis conseguem salvar-se desta situação. Contudo, eles querem salvar Kira das garras e influência de Forge, para tal decidem formar uma equipa, primeiramente com um dos antigos membros, o feiticeiro Simon Aumar.

Simon continua a ser um feiticeiro desajeitado e com pouca autoestima, porém ele indica que para conseguir assaltar o castelo de Forge protegido com as magias de Sofina irão necessitar de uma druida, Doric, uma jovem ativista que tenta proteger a natureza e os habitantes que sofrem com a tirania de Forge. Edgin consegue convencer Doric a juntar-se ao grupo, com o principal intuito de derrotar Forge.

Assim a equipa parecia estar completa, por Edgin um Bard que na verdade é um Harper, Holga uma bárbara, Simon um feiticeiro e Dorin um druida. Contudo, estes heróis parecem que não têm nada em comum, mas a jornada é longa e os caminhos que têm de traçar acaba por os aproximar mais, e tornando-os numa equipa sublime ou talvez não. Durante a quest de resgate da filha de Edgin, o grupo depara-se com uma nova missão, que talvez seja a solução para todos os seus problemas, pois têm conhecimento de um ser poderoso, denominado Xenk um paladino que contém consigo o poder de quebrar qualquer feitiço, deixo para os interessados verem o filme e descobrirem se Xenk é verdadeiramente um paladino que irá ajudar este grupo de desajeitados, ou mais uma manobra da manipulação de um “Master” para tramar os nossos heróis.

A Salvação de Neverwinter…

Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves, é o mais recente filme dentro do Universo de D&D, este título aposta numa vertente mais cómica, mas também, para nos introduzir um pouco do Mundo de Neverwinter. A direção levada a cabo por Jonathan Goldstein segue um bom rumo, fazendo com que o espectador vá conhecendo os diferentes membros deste grupo de ladrões aos poucos, e assim que conhecemos um deles, é contada a sua estória, abrindo assim mais um pouco das portas de Neverwinter é deste Mundo a ser apresentada, algo que bem executado para que aos pouco o espectador se sentir que faz parte daquele reino. Além disso, Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves, apresenta vários obstáculos, o que para quem joga D&D percebe a referência leve de umas personagens terem mais sorte para o ultrapassarem, ou noutros momentos os nossos heróis parecem ser salvos por acaso. Mas, para quem joga D&D sabe que essas situações são obra do lançamento de dados, porém tal nunca é referido nesta longa-metragem, de forma a ser mais integrante para todo o público e qualquer espectador. Além disso, são inúmeras as referências ao Universo de D&D.

No que diz respeito às interpretações, de forma geral, Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves apresenta um elenco capaz de entregar um bom trabalho, contudo, nota-se uma ligeira ausência de carisma por parte dos atores, por exemplo falta um pouco de entrega no que diz respeito ao role-play (quase viver como aquela personagem), que é muito típico em D&D, e é percetível que este não é o intuito do filme, mas era algo que poderia melhorar a complexidade das personagens. Ainda assim, destaca-se a interpretação do ator Regé-Jean Page, que mantém um excelente nível de atuação, conseguindo ser sempre o centro das atenções quando está em cena. Além disso, a sua personagem tem um maior desenvolvimento e profundidade, o que permite que este destaque seja mais notório.

Relativamente à narrativa, esta é bastante simples, existindo apenas uma “quest”, que os nossos heróis acabam por se envolver, devido principalmente a 2 personagens, que querem levar a cabo a sua missão. Contudo, para esta ser cumprida, cada um dos membros deste grupo acaba por ter um desenvolvimento próprio dentro de um segmento da estória inserido na “quest” coletiva. Os efeitos especiais, de forma geral, são bem conseguidos, existindo alguns detalhes que poderiam ser melhor trabalhados, porém, nada que estrague a experiência. Quanto à banda sonora, esta permite que todos usufruam de experiência magnífica para o género de filme apresentado, o que enaltece muito a longa-metragem e ajuda a tornar uma estória simples em algo mais épico.

Em suma, Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves é um filme extremamente divertido e bem executado, dentro do Universo de D&D, pois consegue combinar bem o que existe no típico jogo de D&D (sem mostrar ao espectador que isso está a acontecer, mas, para aqueles que conhecem o jogo percebem que o que está a ocorrer está relacionado com o jogo, por exemplo a sorte de uma determinada personagem num momento de perigo, entre outras ocasiões) com a narrativa dentro do próprio filme, não sendo uma longa-metragem exclusiva para os jogadores e conhecedores de D&D, conseguindo por abranger qualquer público. A narrativa é algo muito simples e com pouca profundidade, contudo, consegue ser bastante apelativa, pois existe uma “quest” que os nossos heróis devem fazer, mas, para a concluir existem vários acontecimentos sequenciais que nos prendem ao ecrã. A nível de interpretações, tal como mencionado anteriormente, o maior destaque é do ator Regé-Jean Page, que interpreta Xenk, que por sinal é uma personagem muito bem construída. A banda sonora que envolve esta aventura é soberba, sendo um dos pontos mais altos da longa-metragem, que nos faz vibrar a cada acontecimento. Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves, consegue neste filme fazer honra ao famoso jogo e abrindo espaço para mais aventuras.

Partilhamos, convosco o trailer do filme que tivemos oportunidade de ver em antestria Dungeons & Dragons: Honour Among Thieves

7.0
Score

Pros

  • Direção do filme
  • Banda sonora
  • Interpretação de Regé-Jean Page
  • Boa sinergia do Universo de D&D com o espectador
  • Referências ao jogo original de tabuleiro

Cons

  • Vilões com pouca profundidade
  • Narrativa simples

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