Belle – Análise

A indústria de entretenimento do Japão tem vindo a crescer ao longo dos anos, com a popularidade de diversos títulos a chamar a atenção internacionalmente. Filmes japoneses, sempre preenchiam um certo nicho tendo apenas alguns êxitos mundialmente, como as produções do estúdio Ghibli.  

No entanto, já tivemos filmes de certas obras que estão mundialmente famosas como Dragon Ball, One Piece, My Hero Academia e Kimetsu no Yaiba: Demon Slayer que foram exibidos em Portugal, devido à popularidade atualmente. 

Então a Belle é um Isekai (Outro Mundo)? 

Este novo título vem da cabeça de Mamoru Hosoda que já tem trabalhado com o Studio Chizu, em outras conhecidas produções como Mirai no Mirai, Bakemono no Ko (The Boy and The Beast), Ookami Kodomo no Ame to Yuki (The Wolf Children Ame and Yuki), entre outras… 

A narrativa centra-se numa rapariga com uma trágica história por trás, Suzu Nakamura, que entra num mundo virtual de seu nome U, com a ideia de puder ser quem quiser.  

Após começar a cantar algumas músicas fica extremamente popular e ganha uma enorme quantidade de seguidores. No entanto, durante um dos seus concerto, acaba por ser interrompida por uma besta com um visual assustador. Após todo o momento de panico, Belle decide procurar a criatura para lhe fazer algumas questões. 

Um espetáculo visual e musical 

A equida que faz parte do estudio fez um grande trabalho no que conta a animação, onde podemos contar com uma uma diferenciação na tecnica usado de modo a separar o mundo virtual que é usado bastante CGI e o mundo real que é um traço mais simples, mas estilizado, não se focando muito nos detalhes. 

Quando descobri que este se tratava de um musical, fiquei entusiasmado, já que o meu fanatismo por musicas Japoneses tem aumentado consideravelmente e tenho de admitir que a banda sonora composta em Belle é belíssima, acho que não houve nenhuma que não tenha gostado, são todas muito solidas.  

Devido à sua animação, fiquei deslumbrado com as inumeras sequencias de animação deslumbrantes que o filme possui. Muitas delas passam-se no U, onde existe uma quantidade departiculas e cores. O que ajuda a defenir aquele lugar colorido como um paraiso virtual. O “U” é sem duvida um lugar maravilhoso e deslumbrante, mas o design do mundo e mesmo dos personagens ajudam a enaltecer a expressividade que este quer transmitir, num todo acaba por ser muito expressivo. 

Algo que não esperava encontrar no filme, foram as múltiplos temas que acabam por cair em cima nas redes sociais, o uso da “mascara” que influencia a liberdade de expressão, a cultura do cancelamento, entre outros… Acaba por ser algo que entrega um ar fresco, pelo menos explora certos a um nível que não pensei, que o diretor tivesse a coragem de pegar. 

Dois mundos incompletos  

Por muitos elementos que este filme tenha, esse acaba por ser o seu ponto mais fraco, já que senti que nunca tive tempo para me agarrar aos personagens, sendo que está a ser jogada informação para cima do espetador. Poucos são os momentos, que podemos respirar e absorver certos momentos. em uma correlação forte. Senti mesmo que ambos os mundo não se conectavam na maior parte das vezes e que estes não tem uma correlação forte. Foi uma sensação de estar a ver duas historias diferentes ao mesmo tempo.

Outro problema que este filme apresentou foi o relacionamento da Belle com a Besta que acaba por ser pouco desenvolvida, sendo que a Belle acaba por ir constantemente atrás do Ryuu (monstro), que comunicar com ele e criar uma relação credivel. Acaba por um relacionamento sem sal e injustificável, tendo em conta a sua conclusão. 

O mundo de U, não tem uma grande logica por trás, perguntei-me constantemente o que estava a passar em diversos segmentos, já que este mundo não é explicado como funciona. Apenas foi me dada a informação que este permite que sejas quem quiseres. Porque não existe, fundamento de como é gerido o local, o que é ou não permitido, como funcionam as AI, etc… 

Agradável à vista e aos ouvidos, mas vazio no interior

Este era um dos meus filmes mais aguardados desde o ano passado e é tão deprimente que este não tenha tido a execução que eu pretendia. Existe aqui tanto potencial, no que podia ter sido o melhor filme de animação, mas infelizmente apenas não tem o estofo. No final, este acaba por ser incrível visualmente, com um excelente seleção de musicas, mas com mundos caóticos.