Archive, um filme da autoria e dirigido por Gavin Rothery (reconhecido por trabalhos em Moon, Shaun of the Dead e The Last Man), com o apoio de Theo James (o protagonista deste filme) na produção. Para além destes reconhecidos nomes, Archive apresenta uma cinematografia da autoria de Laurie Rose (uma cinematógrafa conhecida pelas longas-metragens tais como: High-Rise, Pet Sematary entre outros), e uma sonografia com a participação do compositor Steven Price (um galardoado músico com um Óscar para melhor banda sonora em Gravity, e também célebre pelas banda sonoras de The World’s End, Fury, Suicide Squad, Baby Driver e mais recente em Over the Moon).
Esta longa-metragem, possui um elenco curto, com Theo James (ator renomado pelos seus papéis como David em Underworld: Awakening, “Four” Tobias Eaton em Divergente, entre outros), Stacy Martin (atriz afamada pelo seu desempenho em Nymphomaniac, Amanda, Vox Lux, entre outros), Rhona Mitra (conhecida pelas suas interpretações nos filmes Beowulf, The Number 23, Doomsday e Underworld: Rise of the Lycans).
O Cientista…
A aventura inicia com o cientista George Almore (Theo James), nas instalações ARM, que pertence a uma empresa dedicada à construção de robots e de inteligência artificial. George, é contactado pela administração da empresa, que indica que o seu tempo como investigador está a terminar, pois ao longo de dois anos e meio este nunca apresentou qualquer resultado relevante. No entanto, as chefias lhe dão mais uns dias, para que este tente alcançar o seu “maior feito”.
George, mostra-se perspicaz, pois até à data apenas revelou um dos seus protótipos J1 (Stacy Martin, que acaba por dar corpo e voz a todos os protótipos), tendo um segundo já construído (J2), e encontra-se a finalizar o terceiro. Mas, ele teme que assim que os revele à administração os perca para sempre.
Este investigador desenvolve as suas pesquisas num laboratório desativado no meio das montanhas no Japão, com a ajuda das suas invenções J1 e J2, em que o segundo é claramente uma evolução do primogénito, visto que J1 apenas possui pernas e J2 já têm braços e pernas, auxiliando George nos diferentes trabalhos.
Com o decorrer do filme, percebemos os motivos de George, pois este vai tendo sonhos e flashbacks de alguns momentos da sua vida relevantes com a sua esposa Jules (Stacy Martin). Numa destas memórias, podemos ver que o casal passou um acontecimento trágico, em que sofreram um acidente de viação, levando-nos a crer que o objetivo de George é “fabricar” um corpo para a sua esposa, que após esta ocorrência ficou numa espécie de estado de coma, estando a ser conservada numa máquina especial.

O protagonista, com a ajuda de J2, consegue ativar o protótipo 3, que se assemelha muito a um ser humano. Mas o derradeiro teste, consiste em tentar que este aceda às memórias, e torná-las como suas, através de uma transferência de uma mente.
J3 (nome que é dado ao terceiro protótipo), no momento que fica “online” começa a entrar em conflito devido a toda a informação presente no seu sistema, o que leva George a desativá-lo. J2 vendo o olhar frustrado de George, tenta apoiá-lo, mas ao mesmo começa a sentir ciúmes, visto o seu criador mostrar um afeto diferente a J3.
George quando consegue ativar J3, explica-lhe o porquê de fazer estas investigações e se dedicar tanto a elas, o que leva a J3 a fazer de tudo para que George seja bem sucedido. Mas, conforme a relação da criação e do criador vai aumentando, também os ciúmes gerados por J2 crescem, fazendo este desejar que J3 nunca existisse, pois começa a perceber que George apenas usa os protótipos anteriores para chegar ao robot perfeito e assim finalizar o seu objetivo.
Com as sucessivas cenas de ciúmes de J2, George discute com este, e de uma forma assertiva, o protagonista avança para a fase seguinte e decide desenvolver por completo J3, não olhando a meios para alcançar este feito, acabando por se revelar um criador sem qualquer afeto pelas suas criações, pois apenas foca-se quer construir aquele que será a sua “obra-prima”.

O Protótipo…
Archive, é uma longa-metragem com elementos muito próximos ao filme Replicas de 2018, visto a temática abordada ser muito semelhante, uma vez que em ambos temos um cientista a tentar “ressuscitar” as pessoas que mais ama. Mas também com algumas parecenças com Ex Machina de 2014, pois contém elementos sobre a criação de inteligências artificiais.
A premissa, não é muito inovadora, e não é algo que nos faça agarrar de imediato ao ecrã, contudo, são os pequenos detalhes que nos vão cativando a atenção, principalmente com as reações do protótipo J2, que no momento que “descobre” o sentimento de ciúme, torna-se uma personagem mais interessante na estória, para além de que quanto mais este sentimento vai crescendo, mais obstinado J2 se torna, o que leva o filme a direções inesperadas.
A banda sonora, tem um papel fundamental em todo este enredo, pois consegue manter-nos sobre a tensão necessária nos momentos críticos. Quanto aos elementos de efeitos especiais e visuais, estes ficam um pouco aquém do desejado, principalmente com a caracterização de J3, expõe claramente as limitações destes.
A nível de interpretação dos atores, é de destacar, Stacy Martin, contudo, este destaque vai apenas enquanto esta dá corpo aos protótipos, porque nesses momentos a sua interpretação é muito positiva, principalmente na pele de J2, que tem um desenvolvimento muito interessante ao longo da sua jornada emocional. Mas quando a atriz assume um papel mais humano, a sua interpretação fica um pouco aquém do desejado, assim como a do restante elenco.
O desenvolvimento da estória possui ritmos muito díspares e desadequados, retirando algum peso do clímax, não permitindo ao espectador mergulhar com seriedade e profundidade nas temáticas do luto, solidão e tecnologia, abordadas nesta longa-metragem.
Em suma, é um filme meio estranho, que mantém o suspense até o fim. Destaca-se a empatia que J2 consegue desenvolver com os espetadores, e a banda sonora que nos acompanha durante todo este enredo. No entanto, os efeitos visuais e a construção/interpretação das outras personagens, são uns dos pontos menos favoráveis desta aventura, assim como, a própria premissa que demora a agarrar o espetador.
Partilhamos, convosco o trailer desta ficção científica…

6.0 Score
Pros
- A personagem J2 (interpretação e construção de personagem)
- Banda sonora
Cons
- Restantes personagens pouco interessantes
- Premissa, com um ritmo muito díspar
- Efeitos especiais e visuais
- Interpretação dos atores
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